8 - LOVE, SEX, MARRIAGE

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O Grand Foyer, local que ia ser a festa de casamento de Justin e Selena, não abria para qualquer um. Quando eu disse quem era e que casamento estava organizando, eles não hesitaram. Eu estava com um dos representantes da firma de decoração, para que eles pudessem ver as opções possíveis para aquele salão imenso.

– O que Selena quer? – o representante perguntou.

Seu nome era Philip e ele era gay assumido. Gays normalmente tinham um senso de moda e posicionamento aliado à praticidade dos homens, então eles eram escolhidos para essas tarefas. Não que mulheres não fossem boas o suficiente ou que homens também não fossem bons, é que os gays eram muitas vezes mais carismáticos.

– Ela quer algo mais clássico. Então, nada daquelas ideias mirabolantes que você tem. Lembre-se: esse não é o casamento de uma coelhinha da Playboy, esse é o casamento do Justin Bieber – eu o adverti.

Philip revirou os olhos para mim. Ele estendeu a mão.

– Melhor eu conversar com a noiva, então – ele arqueou uma sobrancelha.

Bufei e tirei meu celular da bolsa, ligando para Selena e entregando o iPhone a Philip antes que ela atendesse. Assim que ele colocou o telefone no ouvido, já começou a conversar com ela. Ele se distanciou de mim. Por mais que eu adorasse o trabalho dele e o achasse incrivelmente carismático, Philip não ia com a minha cara. Decoração e cerimonial sempre brigam, porque um tenta dar palpite no trabalho do outro. Eu só esperava que Selena não escutasse tudo o que Philip dissesse.

Ele caminhou pelo andar térreo do Grand Foyer, fazendo muitos gestos e falando alto. Eu não entendia uma palavra do que ele dizia, porque ele fingia um sotaque britânico muito forte e afetado. Respirei fundo. Pelo visto, aquela não seria minha decisão nem meu problema.

– Decoradores – disse uma voz atrás de mim, de uma maneira meio depreciativa – Eles nunca entendem, não é?

– Não, realmente não entendem – bufei.

Quando me virei para encarar a pessoa que traduzia meus pensamentos, meu queixo caiu.

– Ian? – perguntei, incrédula.

– Olá, baby.

Ele abriu os braços pra mim e eu caminhei lentamente para lhe dar um abraço, com o queixo ainda caído. Ian era um cerimonial. Ele tinha trinta e poucos e trabalhava para os meus pais desde que eu me lembrava. Ian era alto, atlético, tem cabelos escuros e olhos azuis. Quando eu era adolescente, enquanto a maioria das adolescentes tinha queda por famosos como Justin, eu tinha uma queda imensa por Ian. Pensar que ele estava ali por vontade própria pra me ver era simplesmente incrível.

Da última vez que nos vimos, eu tinha 21 e estava muito bem namorando Aaron. Mas agora, eu estava livre, leve e solta. Nada me impedia de tentar conquistá-lo ou de sair com ele.

– Tudo bom com você? – ele perguntou.

– Tudo – respondi, ainda boquiaberta – O que está fazendo aqui?

Ian me mandou um sorriso que fazia parar o coração de qualquer uma.

– Você quer a verdade ou a mentira? – ele perguntou.

– A verdade, é claro – revirei os olhos.

– Vim te ver – ele respondeu, sorrindo.

Dei risada e neguei com a cabeça. Não, aquilo não podia ser verdade. Como ele ia saber onde eu estava, no fim das contas? Alguém deve ter lhe dado informações sobre o que eu andava fazendo. Alguém deve ter lhe dado informações sobre o meu trabalho atual. Alguém que tivesse todas essas informações. Alguém como a minha mãe.

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