33 - LOVE, SEX, MARRIAGE

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 Dei ao taxista o endereço que encontrei nas minhas antigas notas sobre o casamento de Justin. Era algum lugar em Calabasas e nós nos dirigimos para lá assim que saímos do LAX. Eu não sabia se era o endereço correto, mas sabia que descobriria em poucos minutos.

Quando o motorista parou em frente a um grande portão branco e ao lado de uma cabine de porteiro, imaginei que aquele era o endereço certo. Eu só conseguia ver uma parte do telhado por cima dos muros e a casa parecia estar bem longe. Alguém famoso certamente morava lá.

– Nome, por favor? – perguntou o porteiro – Você tem hora marcada?

– Emma Hastings. Não tenho hora marcada, mas eu preciso muito falar com o dono da casa.

O porteiro revirou os olhos pra mim, como se ouvisse aquilo todos os dias. Ele passou os outros cinco minutos ligando para alguém dentro da casa, conversou baixinho, esperou e depois conversou mais um pouco. Quando colocou o interfone no gancho, olhou pra mim com certa surpresa.

– Pois é, parece que você pode entrar.

Eu sorri e agradeci, dando um tapinha no ombro do motorista para ele seguir em frente, mas o porteiro não abriu o portão para nos deixar passar.

– O carro não entra. Só você – ele disse, dando de ombros – São as ordens.

Desci do táxi e paguei a corrida. Quando o carro estava virando a esquina, o portão se abriu e eu segui um longo trajeto asfaltado até uma mansão branca e imensa. Dei risada ao lembrar que Justin tinha me dito que os últimos anos tinham sido um inferno para ele. Se aquela era a versão dele de inferno, eu bem que adoraria me encontrar com o Diabo.

Quando finalmente consegui passar a entrada de carros e o jardim, já havia uma empregada me esperando com a porta aberta. Ela me cumprimentou com a cabeça e eu a segui para dentro da casa.

– Justin está aqui? – perguntei.

– Não, o senhor não está. Mas a senhora sim.

Parei de andar naquele exato momento. Quem ela queria dizer por senhora? Selena? Não podia ser, senão o porteiro não teria me deixado entrar. Ele teria me banido da casa e teria chamado seguranças para me mandarem embora, por ordem da patroa. Mas se eu já estava lá dentro e só Selena estava em casa, então alguma coisa pior ia acontecer comigo. Não consegui dar nem mais um passo para seguir a empregada.

– Senhorita Hastings? – disse a mulher, preocupada com a minha expressão.

– Eu não... Tudo bem, eu não preciso vê-la... Eu posso ir embora, não tem problema. Obrigada. Eu já... Preciso ir.

Virei as costas à mulher e retomei o caminho para ir embora da casa. Fosse o que fosse o que Selena estava aprontando para mim, eu não ia ficar naquela casa tempo o bastante para descobrir.

– Não precisa ir embora nem ficar com medo, Emma – a voz de Selena encheu a sala e fui obrigada a parar de andar – Não sou nenhum bicho papão.

Eu me virei e a encarei, calculando que mais de cinco metros nos separavam. Os olhos da empregada iam até a patroa e voltavam a mim; ela parecia preocupada, como se houvesse algo errado, mas não se mexeu. Percebi que ainda tinha uma boa chance de fugir, mas seria muita infantilidade da minha parte.

– Por que você me deixou entrar? – perguntei, desconfiada.

– Por que não deixaria? – ela rebateu, com um sorriso – Não é como se você tivesse feito algo errado, Emma.

Eu engoli em seco. Ela sabia. É claro que sabia. Como poderia não saber?

Justin devia ter contado que nós tivemos um caso em algum momento daquele casamento disfuncional, provavelmente tentando magoá-la. Selena me encarava com determinação no olhar. Parecia obstinada a fazer alguma coisa, eu só não sabia o quê.

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