17 - LOVE, SEX, MARRIAGE

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Eu tentei esquecer o fiasco que havia sido ter encontrado minha mãe na loja da Dior. Tentei esquecer que ela e Ian provavelmente estavam me rodeando, conferindo duas vezes todo o trabalho que eu já tinha tido até aquele instante. Eu tentei esquecer tudo isso pelo simples fato de que minha mãe me dava nos nervos. Quando queria acabar comigo ou com alguma chance que eu tinha de fazer algo dar certo, ela conseguia.

Deixei na loja o vestido vermelho que Justin me fez provar, porque não tinha dinheiro o suficiente para leva-lo para casa. Se tivesse, eu levaria. Só pra provocar minha mãe. E naquele dia, eu fui embora muito cedo, deixando todas as minhas responsabilidades irem à merda e me darem dor de cabeça só no dia seguinte.

Justin me ligou, mas eu não o atendi. Eu não queria conversar com ele, porque sabia que seria pior. O pior era que uma parte de mim realmente concordava com a minha mãe. Eu não estava fazendo meu trabalho direito. Aquela era a primeira vez que eu fazia as coisas do jeito errado, mas também era a primeira vez que me fez lembrar do porquê vale a pena viver essa vida. Justin me fazia bem, aquilo era um fato. Mas eu tinha que voltar a pensar no meu trabalho.

Então eu voltei à estaca zero; eu estava indecisa sobre o que fazer e sobre como agir. Justin queria que eu continuasse com ele, mas ainda assim, eu não devia. Eu sempre soube que não devia, porque era imoral, antiético e exibia uma falta de princípios minha e dele. Trair alguém, será que eu estava ficando louca? Eu nunca tinha traído ninguém antes e não deveria nem ter começado. Meu trabalho devia ser mais importante do que aquela distração sexual passageira.

Eu resolvi que, dali pra frente, era daquele jeito que ia ser. Meu trabalho seria meu amante.

Passados apenas dois dias depois do fiasco na loja, meu celular tocou. Era um número desconhecido, o que me deixou ainda mais apreensiva. Eu estava em casa, assistindo TV, despreparada para enfrentar qualquer bomba que me tacassem naquele momento. Mas atendi o telefone. Sendo quem eu era, eu não podia me dar ao luxo de não atendê-lo.

– Emma? – disse uma voz feminina familiar do outro lado.

– Sim, olá – respondi.

– Oi, aqui é a Pattie, mãe do Justin.

Minhas sobrancelhas se arquearam e eu tentei não demonstrar que estava surpresa.

– Oi, Pattie. Como você conseguiu esse número? – perguntei.

– Justin me deu, espero que não se importe.

– Não, claro que não. Sem problemas. Eu lhe disse para me ligar caso tivesse problemas – suspirei – Então, o que houve? Seu vestido ficou bom? Você sabe de alguém que não recebeu os convites? O que há de errado?

– Na verdade, eu queria conversar com você em particular. O mais rápido possível – ela disse.

Meus olhos se fecharam e uma dor de cabeça fraca se alojou no fundo da minha mente.

– É sobre o casamento? – perguntei.

– Sim, é sim.

– Então, claro que podemos conversar. Podemos nos encontrar em algum lugar para isso?

– Claro! Ainda estou em Nova York, então é só me dizer o endereço que eu vou estar lá – ela respondeu.

– Que tal a delicatessen na esquina da rua 34? Estou indo pra lá agora e te espero.

– Ok, sem problemas. Estarei lá em alguns minutos.

– Tudo bem, te vejo lá – e desliguei o telefone.

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