De sonho a pesadelo

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        Era possível ver a luz do Sol por trás da cortina, iluminando um pequeno canto do quarto. Já havia amanhecido. Olhei para o teto.

        Foi tudo um sonho. Nada foi real. Mais uma vez meu cérebro me iludiu. Era tudo tão perfeito, e nada aconteceu. Como não suspeitei? Aquele não era Jimin, aquele não era eu, aquilo não era a minha vida. Aquele choque de realidade me atingiu com tudo, jogando-me na pior. Por que eu estava triste? Por que fiquei com vontade de chorar? Por que aquilo me afetava? Eu... eu gostava de Park Jimin?

        Tampei meu rosto com as mãos e a primeira lágrima desceu sorrateiramente, molhando meu travesseiro. Eu estava chorando... mais uma vez estava chorando por uma desilusão. Levantei e sentei na cama, enxugando as lágrimas finas e salgadas com a manga de minha blusa. Não adiantava. Quanto mais eu enxugava, mais lágrimas desciam. Comecei a soluçar, eu não conseguia controlar. Além do choque, lembrar também de Suga desmaiando e Jimin bravo comigo no mercado não ajudava muito. Comecei a ouvir alguém batendo na porta... era Namjoon

        Rap Monster: Maknae, acorde, Suga chegou e quer ver você. -Aquilo só piorou. Meu soluço estava  alto o suficiente para ele ouvir. Mas tudo bem, não tinha como ele... droga.

         Eu havia esquecido de trancar a porta, e Namjoon entrou. Deparou-se comigo chorando, sentado na cama. Abaixei minha cabeça, eu não queria ver aquilo.

         Ouvi a porta sendo fechada e passos se aproximando de mim. Ele sentou ao meu lado. Tomei coragem e levantei minha cabeça. Sua expressão de dó me matou. Por favor, tudo menos aquilo. Mais lágrimas desceram. Abaixei minha cabeça e coloquei minhas mãos sobre meus olhos. Senti uma mão embrenhando-se em meus fios de cabelo, logo realizando um cafuné. Realmente, isso nunca deixará de ser confortante. 

         Tenho que admitir que tive sorte de ter sido ele. Não teria pessoa melhor. Eu considerava muito Namjoon, muito mesmo, como um grande irmão. Mas confesso que não esperava carinho. Ele não aparentava ser alguém carinhoso. Aparências enganam. Deitei minha cabeça sobre seu ombro, e com a outra mão, ele começou a acariciar meu rosto.

        Rap Monster: Eu... eu não vou perguntar o que aconteceu, pois sei como é difícil contar quando estamos chorando. Mas... se quando você melhorar... quiser desabafar, saiba que estarei aqui pra você.

        Jungkook: O-Obrigado, Hyung... -soluçando

        Rap Monster: Eu... eu vou dizer para Suga que você vai falar com ele depois, então. -disse, já soltando-se de mim

        Jungkook: Não! Eu... quero falar com ele.

        Rap Monster: Chorando desse jeito? Tem certeza?

        Jungkook: S-Sim... só preciso lavar meu rosto. -olhou para mim, ainda com expressão de dó

        Rap Monster: Tudo bem, então. -beijou minha cabeça. Sinceramente, isso eu não esperava, nunca.- Vou descer lá e avisar que você já vai. -levantou e saiu do quarto.

        Contive meu choro, enxuguei minhas lágrimas e fui ao banheiro, lavar o rosto. O carinho de Namjoon realmente ajudou.

         Desci as escadas e encontrei Suga sentado no sofá, ao lado de Jimin. É assim mesmo, já começo o dia sofrendo?

         Quando notaram minha presença, trocaram olhares e Jimin retirou-se, indo para cozinha. Suga levantou. Ele estava bem, ele estava vivo. Corri em sua direção e... abracei-o. Por impulso, simplesmente abracei Min Yoongi de felicidade por vê-lo bem. Mas, dei-me conta de quem estava abraçando... a pessoa mais severa daquela casa.

Where is Jungkook? |HIATUS|Where stories live. Discover now