Capítulo Três - POV Rafael

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Alice é um furacão. Por onde ela passa, vai deixando sua marca. Não que seja ruim. Ela é forte e decidida e eu adoro isso nela. Aquela coisa com as baixinhas é totalmente verdade. Ela é brava demais. Eu tenho um medo danado dela.

Estou envolvido no trabalho. Não posso deixar meus sentimentos atrapalharem meu desempenho. Decido ir a cozinha pegar um café. Um pouco de cafeína é sempre bom. Chegando lá dou de cara com a Mari. Ótimo! Ela vai começar a jogar charme pra mim de novo. Deixa eu pegar logo esse café e dar o fora daqui.

_Oi Mari! Eu só vim pegar um café. Não quero atrapalhar seu trabalho.

Ela sorrir melosamente. Tenho que sair daqui e rápido. Ela se aproxima de mim e algo me diz que estou em apuros. Diz com voz manhosa e arrasta as mãos pra cima do meu peito.

_Rafael, você nunca atrapalha. Ainda bem que você apareceu. Eu preciso falar a sós com você mesmo. Eu estou muito interessada em você. Já te dei todas as dicas, mas você não nota. Então, decidi por uma abordagem mais agressiva dessa vez.

Ah merda, eu não disse que estava em apuros? Eu começo a explicar que não estou interessado, mas somos interrompidos por uma tosse alta e fingida. Olho pra frente e vejo Natalie com cara de poucos amigos. Puta merda! Eu estou ferrado demais! Ela se vira e vai embora antes mesmo que eu tenha tempo para dizer qualquer coisa. Eu já disse que estou ferrado? Sim, eu estou. É óbvio que Natalie vai contar pra Alice e ela vai me comer vivo. Me afasto de Mari rapidamente.

_Eu tenho que ir.

Mari ainda tenta me segurar, mas sou mais rápido. Me tranco na minha sala e começo a trabalhar. Pouco tempo depois, eu finalmente sou atingido pelo furacão Alice. Puta merda! Pela cara dela, eu estou muito fodido.

Ela não perde tempo e começa o seu segundo ataque do dia. Eu deixo ela falar por um tempo, mas eu preciso dizer que não tenho nada com a Mari. Eu até tento, mas ela está tão furiosa que não ouve nada. Eu não sei o que deu na minha cabeça, mas a única coisa que estou pensando durante seu ataque é no quanto eu quero beijá-la. Ela fica tão sexy brava. Ela sexy de qualquer jeito. É exatamente isso que eu faço. Eu a beijo. Dessa vez eu não vou fugir. Ela não merece um cara fraco.

Ela solta gemidos suaves enquanto a empurro contra a porta. Ainda não está bom o suficiente, então levanto seu corpo para ficar mais próximo a mim. Ela enrosca suas pequenas pernas envolta da minha cintura. Vou distribuindo beijos ásperos por todo o seu pescoço e ela puxa meu cabelo. Estou totalmente perdido. Não ouço nada a minha volta até que alguém bate na minha porta. Num minuto eu estava preso numa névoa de prazer e no outro estamos tentando parecer normais diante de João.

Alice aproveita esse momento para escapar da minha sala. Eu estou nervoso. João sorri baixinho quando ela sai, mas não diz nada. Eu silenciosamente o agradeço por isso. Começamos a discutir sobre o processo que João levou e nem vejo a hora passar. É quase final do expediente quando João se levanta e diz.

_Eu vou indo. Obrigado pela ajuda.

Balanço a cabeça.

_Sem problemas.

Ele vai embora e os pensamentos voltam. Alice em poucos dias já virou minha vida de cabeça pra baixo, mas de um jeito bom. Eu decido não ir até sua sala, então ligo para o seu ramal. A conversa flui positivamente e decidimos recomeçar essa história maluca. Arrumo minhas coisas e vou em direção ao metrô. Deixo o escritório, mas tudo que aconteceu lá não sai de mim. Alice não sai de mim. Eu estou perdido.


Um Nerd pra chamar de MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora