Despertar

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"Estávamos de mãos dadas, enquanto caminhávamos na praia. A água gelada molhava os nossos pés e corríamos feito crianças. O sol estava se pondo, e algo reluzia no meu dedo da mão esquerda. Era uma aliança. Eu estava vivendo o sonho mais lindo. Felizmente acordei. E ela estava aqui: na vida real. Comigo."

Abri os olhos. Examinei tudo ao meu redor e percebi que eu estava coberta por um lençol. Arregalei os olhos, respirei fundo e olhei sob ele: eu estava nua. Levantei do sofá em um pulo, e quase tropecei (ainda estava meio zonza). Tita e Ayla estavam tomando café da manhã na bancada da cozinha. Resolvi ir até elas. Dei um beijo em Ayla e a abracei por trás, escondendo o rosto em suas costas, enquanto desejava as duas um bom dia.

-Vou acordar a Ciça. - disse, enquanto saía o mais rápido possível daquele cômodo. Entrei no quarto em que ela estava, e fechei a porta com toda a força.

-Cecília, acorda, pelo amor de Deus! Acho que vou infartar!

-O que houve?

-Ah, nada. Esqueça. Apenas acorde! Vou tomar um banho. - eu disse, enquanto entrava no banheiro ainda surtando.

Saí do chuveiro. Vesti a roupa do dia anterior, já que fomos de surpresa para o apartamento delas, e fui tomar meu café. Sentei-me ao lado da Ayla.

-Você dormiu bem? - me perguntou, com um sorriso gigantesco no rosto.

-Maravilhosamente bem. - respondi radiante.

Um telefone tocou. Às pressas, Ayla o pegou e foi direto para o quarto. Fiquei confusa, desconfiada, mas continuei comendo.
Quando a ligação estava quase no fim, ela saiu do quarto e veio em nossa direção. A fitei curiosa. Ela confirmou umas coisas, agradeceu, e piscou pra Tita. Bom, se Tita estava envolvida, não poderia ser algo ruim. Logo após, ela se virou para mim.

-O que vamos fazer hoje? - sorri.

-Irei resolver umas coisas, uns trabalhos pendentes, e então podemos sair se vocês quiserem. - respondeu.

-Vamos sim! - disse Tita. Todas concordamos.

Ayla então levantou-se e foi para o quarto, onde ficou por uns 30 minutos enquanto comíamos. Estranhei a demora e fui até lá ver se estava tudo bem. Entrei no quarto e ela estava de costas para a porta. Fui devagar e a abracei, beijando-a do ombro até o pescoço.

-Ei, vamos! Preciso passar em casa para me trocar, e a Ciça também. - avisei, enquanto dava mordidas em sua orelha.

-Vamos, claro! - disse, enquanto fechava o computador e se arrumava para ir.

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