Ciúmes

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6:30 da manhã e eu já estava de pé. Tomei banho, comi uma fruta, me arrumei e fui para o colégio. Não prestei atenção em aula alguma. Mandava mensagem para Ayla o tempo todo e ela não me respondia. Ligava, e ela não me atendia. Acabei desistindo, e indo para casa.

Cheguei por volta das 14 horas, pois tinha passado na casa de uma amiga para pegar uns livros. Tirei a roupa usada, e coloquei outra. Decidi ir ao shopping esfriar a cabeça. Passei em uma loja e vi um moletom que era a cara da Ayla. Não aguentei, e comprei. Passei em uma loja de presente, e pedi para que o embrulhasse. Olhei o relógio e vi que já eram 17:30. Nesse mesmo instante, meu celular toca: era Ayla.

-Alô, Clara?

-Oi. O que foi?

-Desculpa, acabei de chegar da faculdade. Ontem nem te retornei, estava mega cansada. Saí correndo hoje e nem lembrei do telefone.

-Está tudo bem. Estou no shopping e pensei em dar uma passadinha aí. Posso?

-Venha sim, to fazendo lanche. Posso te deixar na escola amanhã.

-Pode ser. Já estou indo.

-Ok, estou te esperando.

Saí do shopping, peguei um táxi e fui para o apê dela. Chegando lá, antes mesmo de abrirem a porta, eu ouço risadas histéricas vindas de dentro. Uma risada nova. Decidi guardar o presente na mochila, e esquecer que o tinha comprado. Devolveria no dia seguinte.

Bati na porta, e a Tita abriu. A abracei e entrei. De cara, presenciei uma cena não tão agradável: Ayla estava rindo com uma estranha, praticamente em cima dela. Não consegui disfarçar a cara, e nem queria. Ayla veio até mim, pegou minha mochila, deu um beijo em meu rosto e começou a falar umas baboseiras que nem prestei atenção. Só lembro que a criatura se chamava Hanna e que era colega dela da faculdade. Por ter recebido uma ótima educação, fui cumprimentar a quenga.

-Olá, como vai? Me chamo Clara, como você já deve saber. -disse, tentando manter a minha compostura.

-As meninas falaram muito bem de você!

"Ah, então Ayla falou sobre mim e não me ligou antes? Bom saber", pensei, enquanto me controlava para não voar no pescoço dela. Me juntei à elas por educação, e tive que aguentar 30 minutos de conversa. Até que ela disse que tinha que ir. Ayla e Tita levaram ela até a porta, enquanto eu fiquei onde estava, fitando-as.

-Nos vemos amanhã, moça! -disse Ayla. Minha boca abriu automaticamente. "Que intimidade é essa?", pensei.

Minha paciência já estava se esgotando.

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