Costume

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Após o tão esperado pedido, Ayla me levou para casa e na manhã seguinte me levou ao colégio. Eu estava demasiadamente feliz, e nem prestava mais atenção na aula. Apenas admirava a linda aliança que o meu anjo havia me dado. Agora era oficial. Ayla é minha.

A manhã se passou, e Ayla não respondia as minhas mensagens e nem atendia os meus telefonemas. Fui ficando cada vez mais nervosa e preocupada.

- Será que ela pensou melhor, viu o quão boba eu sou, e desistiu de mim? - disse, sem perceber que minha mãe adentrava em meu quarto.

- O que houve, filha?

- Mãe, precisamos conversar - eu disse, enquanto minha mãe sentava com os olhos arregalados.

Minha mãe se chama Fátima. Ela tem um temperamento forte. Não gosta de qualquer pessoa, e me protege de tudo e todos. Mas sem ela, eu não seria nada.

- Fala logo, menina. Sou hipertensa, não me deixe preocupada!

- Calma, mãe. É que... Sabe a Ayla?

- Sim, sei. Você fala dela o tempo todo. O que aconteceu?

- Estamos apaixonadas. Uma pela outra. E ela... me pediu em namoro.

-Quando ela te pediu em namoro?

- Ontem. Mas ela sumiu desde quando me deixou aqui em casa. Estou preocupada e apavorada. Será que ela se arrependeu?
- Clara, uma coisa de cada vez. Você aceitou o pedido?

- Aceitei. Mas ontem foi um dia bastante conturbado. Prefiro nem comentar sobre.

- Como desejar. Mas então você aceitou? Você me disse que ela faz faculdade, não é?

- Faz sim. Sei que ela deve estar ocupada com isso, e deve estar indo atrás de um emprego, mas... ela acabou de me pedir em namoro. É um tanto... frio da parte dela, não?

- Não a conheço o suficiente. Não posso opinar sobre isso, mas ela deve ter seus motivos. Fica calma. - Minha mãe nunca foi de me dar conselhos. Mas ela abriu a minha mente e me acalmou.

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22 horas. Já estava ficando louca de tanta raiva que eu sentia. Mas de repente meu telefone toca: era ela.

- Alô? - eu disse, emburrada.

- Ei, meu bem. Desculpe pela demora, mas fiz tantas coisas hoje e só agora que eu parei. Como você está?

- Se você tivesse me dado notícias, eu estaria um pouco melhor. E você?

- Estou bem. Olhe, eu consegui um emprego.

-Mesmo, amor? Que bom! Fico feliz em saber!

- Sim, mas eu te conto melhor depois! Quero saber quando irei conhecer seus pais!

Meu coração acelerou. Ela não havia desistido de mim! Me chacoalhei, e a respondi:

- Que tal um jantar aqui em casa? Na sexta-feira? - havia combinado com minha mãe, e Ayla concordou.

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A manhã seguinte foi como a passada. Quase não falei com Ayla, mas já estava meio que me acostumando. À noite recebi uma mensagem dela:

"Boa noite, meu bem. Amanhã às 19:30. Estou ansiosa e meio nervosa, talvez muito. Acabei de sair da reunião e te conto tudo amanhã. Beijos, durma bem.".

É, tenho que me acostumar.

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