02 | Oliver E Olívia

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Lik e Lak estão brincando de esconde-esconde dentro de Ananda. Já passaram três meses e Lak ainda não foi descoberto. Escondera-se no alto de uma torre alta e estreita na ala nordeste do castelo.

Quando Lik o descobre, Lak está deitado com a cabeça sobre um braço, a dormir.

— Apanhei-te! — exclama Lik, abanando-o. Lak levanta-se e olha-a, aturdido.

— Sonhei com aquele conto — disse —, era mesmo como estar lá dentro. Primeiro estive em Oslo, mas depois também fui a uma ilha do Pacífico.

Descem os dois a escada da torre.

— Acha que o mundo existe de verdade? — continua Lak.

— O que quer dizer com «de verdade»? — pergunta Lik.

— Existirão mesmo os porcos, os elefantes e todo o resto? E os gafanhotos, e os

jatos?

— É muito engraçado, decididamente. Sabe muito bem que tudo isso não passa de um conto: só existe na cabeça de Oliver.

— Espera aí, mas acha por acaso que na sua cabeça há automóveis e jatos?

— É mesmo um tonto! Ele os cria na sua cabeça, e pronto!

Chegam ao pátio da ala nordeste. Nenhum deles precisa perguntar ao outro para onde se dirigem: vão encontrar Oliver, como de costume.

Lá em baixo, um pouco para a direita, vislumbram a gruta multicolorida de Oliver. A gruta impõe-se no horizonte, sendo visível mesmo à distância, porque em Sukhavati quase não há cores: todo o país é castanho e cinzento. Só a gruta de Oliver e a floresta de Olívia são

coloridas. Em todo o país de Sukhavati, só Oliver, Olívia e as duas crianças se interessam por estas coisas.

— Oliver! Oliver!

Os gêmeos espreitam para dentro da gruta.

— Entrem, entrem, meus pequerruchos. Eh, eh!

Oliver está inclinado sobre o seu banco. Hoje inventou uma coisa nova.

— Dentro de instantes — sussurra — vão ver uma coisa de que dificilmente irão se esquecer...

Lik e Lak precipitam-se para o banco da magia.

Oliver pega num ovo e aquece-o ligeiramente entre as mãos. A certa altura as crianças sentem vir de lá de dentro uma espécie de zumbido. Oliver apóia então delicadamente o ovo sobre o banco, segurando-o.

De repente, algo de estranho acontece: o ovo parte-se a partir do interior, e da casca começam a sair milhares de minúsculas figurinhas do tamanho de cabeças de alfinete.

Viagem A Um Mundo FantásticoOnde histórias criam vida. Descubra agora