07 | Olve

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Os gêmeos de Sukhavati puseram-se de novo a caminho. Ainda não tinham se afastado da casa branca, quando viram aparecer, de repente, um carro vermelho subindo a encosta, passando bem ao lado deles. Eram a mãe e o pai de Anne Lise e Hans Petter.

O carro deslizou lentamente rente a eles, e por sorte não parou. Mas os dois adultos observaram Lik e Lak com ar de estranheza...

Oliver tinha contado que em Bergen costumava chover, mas naquele dia, não se via sequer uma nuvenzinha. O sol aquecia o rosto, e por todo o lado se viam despontar flores amarelas, vermelhas, brancas e azuis. Era Primavera.

Lik e Lak nunca tinham visto tulipas, nem junquilhos, nem açaflores, nem violetas, nem

amores-perfeitos antes. Na floresta de Samandhi cresciam flores completamente diferentes, sem a variedade das terrestres.

Inclinaram-se para tocar uma tulipa vermelha. Delicadamente... Era tão fresca e macia. E depois, era de um vermelho esplendoroso!

Os gêmeos puseram-se a pensar se Oliver e Olívia não teriam inventado a história do Mundo, por amarem tanto as cores. O Mundo era a coisa mais deslumbrante que se pudesse imaginar.

Pouco depois, chegaram à praça do mercado de peixe, mas antes tiveram de atravessar uma grande estrada cheia de trânsito, onde passavam enormes ônibus, caminhões e uma multidão de pequenos automóveis. Dentro destes, estavam sentados homens e mulheres de ar seriíssimo que faziam um barulho infernal com todos aqueles motores, e da parte de baixo dos carros saía uma enorme quantidade de fumaça de odor intenso. De vez em quando, as pessoas atravessavam correndo a estrada, por entre todos aqueles carros, e Lik e Lak não podiam evitar tapar os olhos com uma mão. Aquele lugar era realmente perigoso para os seres humanos!

— Que estúpidos — lamentou-se Lak.

— Quem?

— As pessoas, não acha? Uma vez que na cidade há tantas pessoas, devia ser proibido andar de carro.

No semáforo apareceu a imagem de um homenzinho verde. Naquele momento, os carros pararam e os peões começaram a atravessar. Lik e Lak imitaram-nos, indo parar, assim, na praça do mercado de peixe.

O mercado pululava de pessoas vestidas com roupas de todas as cores e feitios, e algumas vestiam até roupas verdes, exatamente como as duas crianças. Mas mesmo assim, Lik e Lak sentiam o olhar aparvalhado dos transeuntes sobre eles.

Alguns minutos depois, viram as pias em que nadavam os peixes vivos. Abanavam o rabo e deslocavam-se com uma tal violência que espalhavam água por todos os lados. Os seus movimentos eram tão rápidos, que era difícil segui-los com o olhar.

Oliver lhes falara disto também, mas agora podiam vê-lo com os seus próprios olhos. O espanto deixara-os sem voz: era a primeira vez que viam peixes vivos.

Na praça do mercado de peixe havia tantas daquelas pessoas, e tantas daquelas coisas estranhas para ver, que os dois gêmeos de Sukhavati não sabiam para onde olhar.

Viagem A Um Mundo FantásticoOnde histórias criam vida. Descubra agora