03. Reencontros

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Clarke.

Nós devemos ter ficado conversando ate 1 da manhã, mas mesmo assim acabei acordando cedo no dia seguinte.
Estava empolgada demais.
Poxa eu estava em casa!

É, eu tenho que dar o braço a torcer, o velho estava certo.

Eu iria gostar dali.
Eu iria gostar de ficar.

Me levantei da cama, e fui me trocar.
Queria passar um dia com a minha mãe, e descobrir um pouco mais sobre oque ela fazia na galeria de artes.
Fiquei um tanto surpresa por ela não se desfazer do meu quarto, e mais ainda quando ela disse:
"Eu jamais quis deixar você ir Clarke".

Aquilo me comoveu bastante.
Eu sei que ela só abriu mão de mim por todos esses anos, porque queria que eu tivesse uma chance.
Não que aqui eu não fosse ter, mas lá nos estados unidos com certeza eu teria muito mais.
E eu tive.
Sem dúvida alguma.

Meu pai tratou logo de me matricular numa escola particular quando cheguei.
Fiz cursos e mais cursos, e fora as tarefas extra curriculares.
Pratiquei esportes de todos os tipos.
Futebol, basquete, tênis, vôlei, boxe, e ate um pouco de bolixe eu aprendi.
Costumava jogar xadrez com Dorota depois do jantar, mas o meu passatempo favorito sempre foi o ballet.
Eu amava ficar nas pontas dos pés, cada aula era uma alegria sem tamanho.
Mas devido a uma perna quedrada depois de uma partida de hokey, eu nunca mais calcei as sapatilhas.
Ainda conseguia rodar e fazer uns poucos paços sem muito esforço, mas o fisioterapeuta não recomendava e eu tive que desistir.

Terminei minha higiene e desci para tomar café com minha mãe.
Ela estava de costas pra mim, e cantarolava uma música desafinada.
Parecia muito feliz, e estava.

Jennifer era uma mãe dessas meio desmiolada.
Ou só parecia na verdade.
Ela é jovem, podia se passar pela minha irmã mais velha facilmente.
Morena, com olhos grandes e castanho esverdeados, rosto redondo e corpinho de adolescente.
Ela esbanja saúde e carisma, coisa que provoca muitos pescoços tortos no trânsito.

Ela esbanja saúde e carisma, coisa que provoca muitos pescoços tortos no trânsito

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Minha mãe é linda.- pensei

Encostei na porta e fiquei observando ela, ate que ela se vira toda suja de farinha e da uma risada.

- já acordou? Pensei que fosse dormir até meio dia.

- sim. Não consegui dormir muito. Mas dormi bem. Acho que estou ansiosa na verdade.- ela sorri com a notícia.

- hmmm. Então acho que vai ficar feliz em saber de uma coisa.- ela fala animada

-oque?- indaguei curiosa
Já imaginava as maravilhas que ela havia planejado para nós durante minha estadia.

-a filha da Eliza vem pegar um quadro aqui mais tarde, acredito que deve estar louquinha pra por o papo em dia com ela né?!- ela contou

Paralizei do pescoço pra baixo e prendi a respiração.

A Turma Do BairroOnde histórias criam vida. Descubra agora