58. exposição de arte

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Frank.

Minha vida como modelo se iniciou quando eu ainda era bem novo.
Meus primeiros passos foram em uma passarela em Nova York, eu fui tratado e criado como um objeto dentro da minha própria casa, pelos meus próprios pais.
Acreditei a minha vida inteira que eu não sabia fazer mais nada, achei que no final das contas eu devia ser apenas isso.
Apenas um rosto.
Uma capa de revista, ou um prêmio por boa atuação.
Eu não fui criança, não fui jovem, e agora estou me impedindo de ser homem.
Abandonei a garota que eu amo por uma besteira, e agora tenho certeza que sem ela, jamais vou saber oque é ser feliz longe dos holofotes.

Clarke me ensinou tanta coisa mesmo sendo mais nova.
Ela me mostrou como era se divertir de verdade, como aproveitar um dia de neve, e principalmente que eu não preciso esperar que as pessoas gostem de mim.
Ela gostava de mim do jeito que eu era, mesmo desconcertado, confuso comigo mesmo, desordeiro, as vezes ate mal.
Eu fiz mal a ela, eu sei.
Mas eu a amo, e não faria oque fiz se não fosse por amor.

Nós brigamos várias vezes, na maioria por ciúme.
Nas outras porque eu dava um bolo nela em um encontro, quando na verdade eu estava numa festa com outras pessoas.

Eu não valho nada, eu sei.
Não mereço ficar com ela, e deixar que ela fosse embora sem me despedir, era a prova disso.

Demorei meses para perceber meu erro e enfim dar as caras a procura dela no Brasil.
Mas acho que cheguei um pouco tarde demais.
Clarke não parecia estar sentindo a minha falta, e na verdade estava com alguém.
Eu não entendi muito bem oque rolava entre eles, mas deu pra perceber que o cara estava na dela, e não estava afim de esconder.

Eu tenho um aviso pra ele..
Clarke é minha, e eu não vou abrir mão dela tão fácil assim.
Se ele queria brigar, então é melhor ele vir preparado porque eu não estou afim de desistir.

Depois de levar um fora dela, e acabar começando mais uma discussão inútil, eu resolvi voltar pra casa.
Passei mais um mês depressivo e sentindo a falta dela.
Decidi ir atrás dela de novo, mas dessa vez mais decidido ainda.
Ela teria que me ouvir , e me dar uma chance.
Nós não ficamos juntos por 1 ano, para que ela me trocasse assim por um idiota qualquer.

Okay. Eu não estou em uma boa posição para reclamar..
Afinal de contas, logo depois dela viajar, me envolvi com muitas modelos com quem trabalho.
Mas isso não muda oque eu sinto , e tão pouco substitui oque a gente teve.

Peguei um vôo para o Brasil, e assim que pousei liguei para a mãe dela.
Jennifer e eu tivemos pouco contato, pois a conheci apenas pela internet.
Ela e a Clarke não tiveram uma relação muita boa quando ela veio pra Nova York, mas eu também não sabia oque era uma relação boa, então quem sou eu pra julgar.

Pedi ajuda a Jennifer para me encontrar com a Clarke.
Ela disse que a filha estaria na escola depois da aula, pois fazia parte do conselho escolhar, então eu resolvi passar por lá.

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