75. herança.

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A letra era tremida, talvez por ser de uma senhora de oitenta anos, ou talvez porque ela estava nervosa em ter que me contar um segredo tão grande assim por meio de um papel.

Desdobrei a carta e encarei a folha, comecei a ler e soltei um suspiro pesado.
Descobri que não era uma carta da minha vó, e sim  realmente uma carta do meu pai.
Ela devia ter pelo menos 16 anos, embora o papel parecesse novo.

Jacob

Se você estiver lendo isso, significa que eu não estou mais aqui.
Eu perdi sua mãe a pouco tempo, e não consigo suportar essa dor.
Eu não tenho culpa, nem você, então se você tiver idade para enteder, não pense que eu te abandonei.
Me perdoe por não ser forte o suficiente, por não cuidar de você.
Eu queria ter tido mais tempo ao seu lado, e da sua mãe.
Mas agora estou desistindo dessa vida, pois eu não posso viver mais sem ela.
Eu sei que sou fraco, me perdoe.
Não tenha medo, sua avó estará aqui sempre para te proteger e cuidar de você.
Cuide dela também, pois um dia ela ficará velhinha e precisará de alguém.
Me perdoe de novo por me despedir desse jeito, eu não queria que as coisas fossem assim, mas temo que não consiga resgatar forças para seguir em frente.
Você e sua mãe sempre serão a melhor parte mim.
Eu te amo, sempre e sempre.
Com amor, papai.

A Turma Do BairroOnde histórias criam vida. Descubra agora