Capítulo 1- O sonho

22 1 0
                                    

Um trovão ecoou no céu, tão alto quanto um rufar de tambores, e acordo assustada, está chovendo lá fora, ouço batidas fortes no portão e gritos... Isso é estranho, minha mãe nunca tinha negado abrigo a ninguém...
Alguém entra apressado no meu quarto e fecha as portas atrás de si, vai até a minha penteadeira e acende uma vela no candelabro, e se aproxima... É minha mãe! Ela carrega uma expressão, que nunca tinha visto nela... Ela está com medo. E está segurando um pacote:

- Amor, porque você está acordada?- pergunta

- Um trovão me acordou- olho para o pacote e indago- O que é isso?

- Isso! Ahn!?- olha com os olhos inchados, mas logo desvia o olhar para o pacote- São roupas... para você!

Me estende o pacote, pego digo:

- De manhã eu coloco.

- Não!- exclama, depois olha para baixo e fala- é para vestir agora!

- Mas por quê?

Ela hesita alguns segundos:

- Eu quero te mostrar algo!

Me animo e levanto sorridente e vou para o closet com uma vela. Enquanto me troco, ouço alguém entrando no quarto. As duas pessoas começam a murmurar, de tal forma que eu não consigo ouvir. Mais uma ação estranha, eu não sou permitida saber dos assuntos reais, e para ter certeza que não escutar, esses assuntos é tratados longe de mim.

Termino de me trocar, estou com um vestido simples cor-de-rosa, estampado com uma mulher bonita loira, de olhos azuis vagos, vestida de rosa dos pés a cabeça, e ao lado escrito "Barbie", e uma sapatilha simples. Saio para o quarto, os dois param de conversar e me olham:

- Que lindo! - disse meu pai, que obviamente é a segunda pessoa que estava conversando com minha mãe.

- Verdade - ela olha com um sorriso no rosto.

Ouço um barulho estridente, automaticamente eles olham para a porta, logo depois mamãe vem até mim e estende a mão:

- Vamos?

Eu pego a mão dela e saímos do quarto. Eles me guiam rapidamente pelos corredores do castelo, até que chegamos a uma porta escondida. Ela olha pro meu pai, e acena positivamente, ele vai até a porta, e retira do casaco uma chave, abrindo a porta. Entro animada deixando-os para trás, vejo uma escada na minha frente, mas antes de descer olho para fora. Meu pai estava conversando com um soldado, ele o dispensa, e minha mãe começa a se derreter em lágrimas, ele tenta consolar ela, eles se beijam, depois ele me chama:

- Amor, venha aqui!- obedeço.

Eu e minha mãe trocamos de lugar. Chego na frente dele, que se ajoelha, ficando da minha altura, e vejo que também está chorando, e pede:

- Amor, você me promete uma coisa?

- Sim!

- Promete que será bondosa e terá compaixão com as pessoas que estão a sua volta, será corajosa para ajudar a qualquer um que precisar, será leal aos seus amigos e seus companheiros?

- Sim!

- Ótimo! - me abraça- eu te amo, meu amor! Lembre-se toda vez que estiver com medo que eu e mamãe estará no seu coração para apoia-lá!

- Também te amo, papai!- retribuo o abraço, meus olhos estão se enchendo de lágrimas...

Ele me beija na testa e me aperta contra o peito por mais um segundo, depois me solta:

- Tchau, amor! - se levanta, vira e saí, chorando mais ainda.

- Tchau! - disse, apesar que que eu não estou entendendo direito, minhas lágrimas estão correndo

Não são apenas contos de fadasOnde histórias criam vida. Descubra agora