Mas naquele momento, reparo que ela não me leva diretamente ao quarto. Ela me joga na parede antes de subir a escada, sinto sua boca puxando meu ar. Sua mão passa sobre o meu corpo, ela retira minha blusa e a joga nos degraus da escada. A agarro junto ao meu corpo a levantando e a segurando no colo, a preciono contra a parede, levantando sua blusa milímetro por milímetro, centímetro por centímetro e polegada por polegada, só tirando sua boca da minha para retirar a sua blusa e a jogando no corrimão da escada. Subo os degraus com ela ainda em meu colo, chegando no andar de cima ela desce de meu colo e me joga novamente contra a parede, abaixando minha calça e a jogando ali mesmo ao chão. A jogo contra a porta de seu quarto, retirando sua calça e a deixando apenas com as roupas de baixo, assim como eu estava. Abro a porta do seu quarto, e ela vai me empurrando com o seu beijo até eu cair em sua cama.
Ao deitar em sua cama a puxo junto ao meu corpo, ela senta sobre a minha barriga e volta a me beijar. Foi sempre indo um beijo mais incessante que outro, imaginei estarmos indo rápido demais, mas ela não tirava sua boca da minha para que eu conseguisse falar algo. Mas ai meu telefone toca, ela ainda persiste encima de mim para que eu não atenda o telefone, mas a deito na cama e corro para atendê-lo com preocupação de que a minha mãe tenha piorado.
Quando atendo o Telefone, era o hospital, disseram que minha mãe estava sendo encaminhada para a UTI, por estar acontecendo inesperadamente, disse que ela estava tendo um pneumotorax. Naquele exato momento eu levanto da cama, corro catando minhas roupas e me vestindo, ela corre atrás de mim com uma camisola e me pergunta:
- Desculpe - meus olhos começam a lacrimejar - continuamos com tudo isso depois.
- O que aconteceu?
- É minha mãe, tenho que ir.
Nesse momento a única coisa que pensei em fazer foi fechar a porta e sair correndo, após dai, só lembro da chuva começando a cair, meus passos ecoando nas poças de chuva ao chão e uma luz a vir em minha direção. Quando minha capacidade de percepção começa a voltar, só ouço aquele leve soar dos barulhos da sirene, ainda bem abafados, vendo as luzes ao meu redor de uma forma ainda embasada, e nesse momento eu retorno ao meu modo de repouso, sinto minha mente apagando novamente.
Era como se nesse momento eu sentisse minha alma saindo do meu corpo, era como se eu visse tudo o que estava acontecendo, mas não mais como um participante desse jogo, mas sim como um atual e novo telespectador.
Nesse momento mesmo sendo estranho, eu fui capaz de parar e refletir, será que esse infinito realmente existe? Será que agora estou vivendo essa parte de um infinito? Esse é o infinito em que todos acreditam? Pois eu ainda não acredito nele, esse pode ser o início do meu fim, quando finalmente a chama da minha vida irá se apagar, quando todos os mínimos detalhes, todas as informações de amores, amigos, e a minha família, todos os que sempre estiveram ao meu lado caírem em um completo esquecimento, o esquecimento eterno aonde eu não me lembrarei de nada ocorrido, mas será que eles se lembraram de mim? Será que eu serei esquecido assim tão facilmente?
Nesse momento eu apenas começo a fechar os meus olhos, começo a me entregar a esse destino, mas sinto um toque, um último e diferente toque antes desse silêncio infinito e agonizante. Não me esqueço daquele toque docê. E nesse exato momento eu me lembro de uma de minhas últimas palavras: "Continuamos depois". E essa seria as últimas palavras que ela lembraria de mim, a lembrança do meu, nem sei se trágico, mas o meu fim.
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Por que infinito?
RomansaPor que infinito? As vezes eu paro e me pergunto o motivo de algo se chamar infinito, pois todos sabemos que nada dura para sempre. Dizem que o amor não tem fim, mas a morte não é um meio de separação? Não importa o que aconteça, eu não quero me se...