Eu não quero mais brincar

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Hoje eu não ia deixá-la sair sozinha, assim que Cecília sai da escola eu a acompanho junto com seus amigos. Meio exagerado, mas engano a mim mesmo dizendo que eu queria levá-la pra minha casa e esse era o único motivo de querer acompanhá-la na saída das aulas.

- O que você acha de ficar na minha casa hoje, pra variar um pouco? – pergunto ignorando Yul e Mae.

- Eu não conheço seu pai – responde apreensiva.

- Ele só chega a noite, mas ai é claro que você fica para o jantar. Acho que essa hora só meu irmão está em casa.

- Park Jimin, quer me matar de vergonha?

- O que tem? Assim você já se enturma.

Ela fica em silêncio, já exibindo seu olhar de frustração. Aquele olhar de quem já foi convencida. Eu adorava aquele olhar, adorava convencê-la.

- Vem Jahgi – seguro sua mão e a arrasto para o estacionamento, sem dar tempo para que se despeça dos amigos – Te levo na sua casa pra tirar esse uniforme e avisar a Senhora Prado.

- Você já planejou tudo? – arqueia a sobrancelha.

Sorrio sugestivo.

(...)

No carro ela passava as estações do rádio, sem conseguir se decidir.

- Você ta muito mal acostumada sabia?

- Como assim? – para o que estava fazendo, me encarando confusa.

- Eu sempre no seu pé, indo atrás. Deve achar que eu sou muito fácil.

- Da onde tirou isso Park Jimin? Nem me passou pela cabeça.

- Eu me dei conta agora. – dou de ombros, brincando – Aposto que se eu não for te ver, te chamar pra sair, te beijar, você nem ligaria.

- Que bobagem – ela ri – Babo... quer apostar mesmo?

- Sim, quem vai dar o primeiro passo.

- Quer dizer um beijo?

- Qualquer coisa... beijo, abraço, cafuné, carinho. Só pegar na mão ta liberado.

- Pera ai, quem der o primeiro passo ganha ou perde?

- Se eu der você perde.

- E o que eu ganho com tudo isso? – sorri, cruzando os braços.

- Ai você escolhe depois, só não vale tentar me agarrar agora só pra ganhar. Vou saber que é mentira. Vai ter que resistir aos meus charmes. - estaciono em frente a sua casa.

- Depois eu que sou estranha, Park Jimin.. mas está apostado. – aperta minha mão antes de sair do carro, seguida por mim.

Fico na sala conversando com a senhora Prado enquanto Ceci se trocava. A mãe dela parecia gostar de mim, não tivemos problemas em convencê-la, ela ainda mandou um beijo pra minha mãe. Quando Cecília desceu usava uma calça jeans e uma blusa de manga cumprida dos Beatles.

- Pera ai, esqueci de tirar essa maquiagem... – diz, fazendo menção de subir de novo as escadas.

Eu arregalo os olhos e seguro sua mão, impedindo-a.

- Claro que não Ceci, acho que eu nem ia te reconhecer sem isso.

- Seu pai não pode me conhecer assim.

- Jahgi... isso não importa, sério. Ele vai te conhecer como você é.

Não dou espaço pra ela contestar ou querer discutir. Apenas me despeço da senhora Prado e me apresso em leva-la até minha casa.

Tipo Ideal Perfeito - pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora