Abre a Porta

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Depois daquela ligação as coisas só começaram a ir de mal a pior. Meu pai estava arrasado embora tentasse muito não transparecer isso. Mais de 17 anos sem ver a mãe e a família e quando volta é em péssimas circunstâncias. Quando minha avó faleceu foi a primeira vez que eu vi meu pai chorar em toda minha vida.

Como meu pai é o filho mais velho, ele que ficou encarregado de resolver toda a burocracia daquela situação. Eu nem sabia que minha avó tinha qualquer tipo de herança e se tinha achei que quem ia cuidar de tudo era o meu avô, mas ao que parece ele também já está muito debilitado por causa da idade avançada. Aquela história toda já estava se arrastando por um mês e minha mãe disse que ainda estava indo rápido por que geralmente algumas dessas coisas podem levar mais de 6 meses. Droga! 6 meses? Cogitamos a idéia deu voltar pra Coreia somente com a minha mãe por que eu não podia perder o ano, mas meu pai estava tão mal que não quisemos deixar ele sozinho. Ainda tinha a questão de como meu avô iria ficar, por que não era mais uma boa idéia deixá-lo morando sozinho.

Eu estava um pouco atordoada com tudo aquilo, nem a distração do Rafa estava funcionando mais. Queria minha casa, queria minha cama, queria meus amigos, queria ver Park Jimin mais uma vez. Estava deitada na cama encarando o teto com meus fones de ouvido como sempre fazia depois do jantar, quando meu pai entra no quarto e senta ao meu lado.

- Desculpa por estar demorando tanto – ele fala cabisbaixo e eu me sento na cama. Parecia muito cansado

- Não precisa pedir desculpa pai.

- Nós já decidimos que seu avô vai ficar aqui com seu tio. Eu comprei as passagens pra gente voltar semana que vem, depois que ajudarmos na mudança.

- Sério? – não consigo evitar um sorriso e ele me acompanha.

- Sim, eu também estou com saudades de tudo por lá. E meu chefe também está morrendo de saudades de mim – ri nasalado e bagunça meus cabelos – Deixa suas coisas arrumadas.

Assim que o abraço apertado já levanto da cama afim de arrumar minhas coisas na mala.

(...)

Uma Semana depois...

Eu estava nervosa. Não sabia como agir me arrumando na frente do meu espelho aquela manhã. Meu espelho, meu quarto, minha casa, finalmente. Chegamos de viagem num sábado e eu não queria perder mais nenhum dia, então mesmo apesar do jet lag naquela segunda eu me arrumava nervosa e estranha pra ir pra escola. Ajeitando 300 vezes a minha camisa do Metallica por baixo do uniforme. Era muito mais cedo do que eu geralmente acordava pra ir pra escola por que tinha que falar com a diretora antes das aulas, deixei minha camisa como estava, peguei minha mochila e sai apressada sem tempo nem de colocar meus fones de ouvido.

Park Jimin e o grupo de sempre já estaria lá? Qual seria sua reação? E a dos garotos? E a de toda a escola? Só Mae e Yul sabiam que eu já tinha voltado e como eles não falavam com mais ninguém daquela escola, provavelmente ninguém sabia ou se importava se eu estava de volta ou não.

Tenho minha resposta assim que cruzo os portões e atraio a maioria dos olhares. A gótica das trevas mais uma vez.Não evito um sorriso largo, acho que senti falta até mesmo disso. Vejo Mae e Yul acenarem pra mim, mas meus olhos estavam focados em boa parte do grupinho do Seokjin que estava ali. Assim que as pessoas se movimentam e o grupinho se exalta, animados com alguma conversa, eu encontro ele. Meus pés erram alguns passos, meu coração para e meu sorriso morre. Park Jimin estava de costas, segurando Seulgi pela cintura e tirando-a do chão. Ela ria toda meiga, escondendo o rosto no ombro dele enquanto ele sorria e falava alguma coisa em seu ouvido. Quando ela ergue o rosto e me vê, fica séria no mesmo instante.

Tipo Ideal Perfeito - pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora