Capítulo VII - Luke

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Aquela semana passou quase voando. O excesso de atividades e informações não nos deixava nem parar para pensar em como o céu era azul, mas fez com que os dias corressem mais rápido do que Isis atrás de café. Sério, quando se tratava de café, ela corria muito. Mas, para tornar o exemplo mais visível aos olhos dos leitores, se imaginem correndo de um assaltante armado com uma faca, para salvar seus celulares e também suas vidas. Pegaram o que eu quis dizer? Pois é. A semana foi assim. Rápida.

Uma das melhores partes foi ter conhecido as três servas de Minerva. Completamente normais, tirando o fato de que nunca nos disseram seus nomes e usavam máscaras muito estranhas. Eram duras como pedra, e brilhavam quando a luz do sol se atrevia a tocá-las. Não as mulheres. As máscaras.

– Que negócio é esse? – Darius perguntou ao ver as três pela primeira vez. – Versão feminina de "V de Vingança", é?

– É para que vocês não foquem em nossos rostos enquanto estivermos ensinando a vocês como aprenderem de verdade, e o que devem aprender – uma delas, a mais alta, explicou. Ela deveria ter, pelo menos, uns 1,90 de altura. Sério. E as outras eram apenas um pouquinho menores.

Depois do primeiro dia, quando elas finalmente foram embora, uma galera começou a se questionar sobre os rostos delas.

– Será que são tão bonitas a ponto de deixar todo mundo desconcertado com a presença delas? – Duda pensou alto enquanto mordiscava uma caneta.

– Elas podem ser feias também – Jorge disse. – Se podem fazer com que a gente se desconcentre, essa é mais uma possibilidade. Rostos tão feios que são quase impossíveis de não olhar.

– Vão estudar, vocês – Darius dizia. – Os rostos delas não interessam. Pelo menos não agora. Mais tarde, quem sabe...

– Vão estudar – Isis repetia, empurrando a cabeça de Darius em direção ao livro que ele estava lendo. "A Arte da Guerra", de Sun Tzu.

– Sim, Snape – ele dizia em resposta.

Com o tempo, as três servas de Minerva ficaram conhecidas pela alcunha de As Mascaradas. Parecia nome de trio de atrizes pornô, ou stripers, mas elas não ligaram. E se ligaram, ninguém viu, já que as máscaras ocultavam toda e qualquer expressão.

Por causa delas, um dos quartos que não usávamos foi transformado em uma biblioteca e sala de estudos, com coisas que elas próprias trouxeram. Foram toneladas de livros, três estantes, duas mesas quadradas de 2 metros de lado, muitas cadeiras e um sofá de couro preto. Juro que não entendi o porquê do sofá, mas tudo bem. As Mascaradas que tinham trazido, então ninguém falou nada. Acabou que rolava briga para ver quem pegaria o lugar naquela maravilha do conforto.

Porém, apesar de todo o mistério que envolvia aquelas três, todos nós ficamos mais impressionados com o modo com que elas ensinavam. Era quase osmose. Elas explicavam os assuntos tão divinamente que era impossível de não entender. Eu, que não tinha muita afinidade com História, poderia falar sem nem pestanejar como tinha sido o período Mesolítico, de cabo a rabo. E falando as datas, ainda mais! Com isso, passei a me questionar seriamente se elas não pertenciam a algum clã de bruxas ou algo assim.

– Luke, elas são servas de Minerva – Thiago me disse uma vez, enquanto cozinhava. – São ensinadas desde cedo a como ensinar. Não há magia nenhuma. Elas só são muito boas no que fazem.

E eu me recusava a acreditar que era só isso.

Elas ensinavam extremamente bem, mas o assunto era intenso e as três, rápidas, porém impacientes. No final da semana, eu estava cansado de aprender, e não leria nenhum livro novo se pudesse evitar.

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