E a paz reina

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- Boa noite, Augusto!- cumprimenta-o.
- Boa noite, espero não estar atrasado. - comenta-lhe verificando o relógio.

- Não, não! Eu que cheguei cedo. - explica ela.

Augusto depois de escutar a explicação de Tereza, puxa uma cadeira para si.

- Com licença.

- Toda. E Theodora não virá? - pergunta um pouco receosa.

- Não, infelizmente não pôde.

Ao sentar, logo veio o garçom trazendo o cardápio.E os dois elegeram seus pratos e bebidas.

- Espero que você goste da comida daqui, é muito boa.- comenta Augusto.

- Na verdade eu não estou muito interessada na qualidade da comida. Afinal estamos aqui para podermos entrar num consenso e acabarmos com esse impasse que se instalou. -Disse ela direta.

Ele com um sorriso fala :

- Calma, calma, Tereza. Acho que nossa última reunião não foi tão agradável quando deveria ser. E admito que foi minha culpa, mas espero que possamos recomeçar essa negociação em um tom mais ameno... - fala tranquilizador.

- Espero que sim, Augusto. Não tenho a intenção de ver o meu trabalho posto em xeque nem por você e nem por ninguém!! - Diz cada vez mais séria.

Augusto a observa enquanto ela se mostra o quanto havia ficado brava com a maneira como ele falou com ela.

- Peço desculpas se a ofendi e quero que você possa esquecer a nossa última conversa. - Diz ele colocando a mão por cima da mesa pedindo silenciosamente perdão.

Ela olhou para ele e para sua mão em cima da mesa e para seu rosto sem deixá -lo esperando por muito tempo, ela aceita seu pedido de desculpas. E aperta sua mão à mão máscula de Augusto.

- Fico feliz que possa me perdoa, Tereza! - Diz ele levando a mão dela aos lábios.

Tereza sente uma espécie de calafrio ao ter sua pele tocada pelos lábios de Augusto.Este que não retira os olhos de seu rosto, deixando-a constrangida ao ponto de puxar sua mão.

- Acho que devemos comer antes que esfrie nossa comida. - diz buscando um meio de quebrar a tensão palpável que havia se instalado entre os dois.

- Verdade, Tereza. Aliás você sempre tem razão. Terei que me lembrar disso no fututo. - diz ele com um sorriso charmoso.

Ela desvia o olhar e se detém em seu prato. Era difícil pra ela não admitir para si mesma que Augusto era uma homem além de sexy, encantador. E pra ela que além de carente se sentia extremamente atraída por ele,era mais complicado ainda.

O jantar segue com um ar tranquilo, até que o garçom oferece as sobremesas.

- Não obrigada - Diz Tereza ai garçom.

- Por que não? Com medo de engordar, Tereza? - diz ele brincalhão.

De imediato ela fecha o semblante e o encara sério.

- Acho que isso não te diz respeito!

- Calma! Eu também não vou querer sobremesa, mas traz pra gente um café. - diz ele dirigindo-se pra ela e depois para o garçom.

Assim que o garçom se retira, ela começa a retirar alguns papéis da pasta para mostrar a ele com uma capa de seriedade.

- Você sempre fica na defensiva comigo, Teresa. Era apenas uma brincadeira...

- Não fico na defensiva, apenas não gosto desse tipo de brincadeira...

- Ok, prometo que não brinco mais com seu corpo. E sinceramente não entendo o porquê de você ser tão melindrosa, você tem um corpo lindo. Aliás você é uma mulher linda. Mesmo sendo vovó.

- Quem te disse que serei avó?! - perguntou ela assustada com o comentário dele.

- Um passarinho me contou. - diz ele com um sorriso.

- Esse passarinho é bastante fofoqueiro. - diz ela recebendo o café do garçom.

- Pois é... -ri ele.

Tereza não contém o sorriso.

- Por que te irrita que eu saiba sobre você ser avó?

- Primeiro que não me irrita, segundo que estou muito feliz em saber que serei avó, mas não gosto que minha vida pessoal fique sendo espalhada por ai. Aqui estão as novas regras do banco- Muda de assunto drasticamente ela.

Augusto se detém lendo os documentos oferecidos por ela e mantém silêncio por um bom tempo. Ao terminar sua análise, ele se volta para Tereza e fala:

- Acho que ficou mais claro.

E os dois se põem a conversar sobre as exigências do Banco e a proposta da THEO. Quando se dá  por encerrada a conversa:

- Então... Acho que isso é tudo, Augusto. Espero que tenha ficado claro.- diz ela arrumando seus papéis e começando a pegar sua pasta para se retirar.

- Está claro como água, Tereza. E antes que terminemos,gostaria de ter seu número.

Tereza o olhou surpresa:

- Pra que?!

- Porque gostaria de conhecê -la melhor. - diz ele cheio de charme.

- Acho que não faço seu tio, Augusto.

- E qual é o meu tipo, Tereza? - pergunta ele, buscando a mão dela em cima da mesa sem deixar de sorrir.

Ela por mais que tentasse, não era imune ao charme de Augusto. "E quem seria? ", pensou ela.

- Eu não sei qual o seu tipo, Augusto, mas com certeza não é uma mulher de 50 anos e com filhos e num futuro bem próximo, avó.- diz ela sorrindo ao ter sua mão acariciava por ele.

- Confesso que não tenho saído com mulheres de minha idade. Mas isso não impede que eu me sinta atraído por você. E sobre sua família,isso é parte de você...

- Desculpe-me,sei que você quer apenas meu telefone e não casar comigo, mas citei minha família para exaltar mais minha idade.

Eles riem com o comentário dela.

- Eu entendi, Tereza. Pode ficar tranquila que não vou te pedir em casamento no primeiro jantar. Ou quem sabe um café, almoço...o que for melhor pra você.

- Ok, te passo o meu número e combinamos algo. - diz ela cada vez mais relaxada.

Após passar para ele o seu número, os dois saem juntos do restaurante. Augusto vai com ela até o seu carro.

- Logo te telefono e marcamos.

Ele se despede com beijo no rosto de Tereza e espera que ela entre em seu carro. Assim que ela dá partida no carro, Augusto vai para o próprio carro e segue para seu apartamento.

Enquanto isso, Tereza dirige para sua casa com um sorriso de um canto ao outro, por mais tensa que ela tenha se sentido durante o jantar, o charme de Augusto fez com que ela esquecesse muito rápido da raiva que sentiu nos últimos contato com ele. E agora isso... ele queria marcar um encontro pessoal com ela. Por mais que tivesse ciência de que era apenas um encontro e nada mais, Tereza se sentia como uma menina aprendendo a flertar. Ela queria conhecer melhor ele e mesmo que não houvesse um segundo encontro, ela aproveitaria todos os segundos daquele primeiro e talvez único encontro...

E do nada lembrou que seu filho não poderia nem imaginar que ela iria sair para um encontro pessoal... Esse era o drama de muitas mulheres com filhos ciumentos.

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Oi, gente.

O que vocês estão achando de Tereza? Será um desafio contar os dramas e neuras de uma mulher com 50 anos, com filhos adultos e avó. Mas me propus contar essa história, porque acredito que nós mulheres independente de nossas idades quando nos apaixonamos, terminamos nos tornando MULHERES apenas! Espero poder contar com vocês para seguir o mais fiel possível a realidade uma mulher de cinquenta anos.

Beijos

Janete Cléa

TEREZA (INCOMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora