Capítulo 1 - O começo

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1943

O rádio ruindo, pessoas sussurrando como se fosse a última vez que iram falar (talvez seja), crianças chorando, mães e pais apreensivos.

Essa era a minha situação atual: estava em um navio, indo para a Inglaterra. Bem... a guerra trouxe diversas consequências e uma dessas era a minha mudança.

Papai achou melhor eu ir para a Inglaterra, ficar com a prima da minha mãe. Eu não a conhecia, mas me aceitou de bom grado estávamos fugindo dos alemães, e minha mãe teve a brilhante idéia de me largar com minha Tia/Prima.

O navio chacoalhava, sendo bastante perceptível, o mar não estava sendo bondoso conosco este dia, chegaremos amanhã na Inglaterra e não faço ideia de qual cidade irei ficar. Só espero que meus parentes não sejam insuportáveis.

-Você deveria terminar de comer sua sopa- disse minha mãe, parando ao meu lado.

-Se eu colocar alguma coisa na boca, saiba que será jogada na mesma velocidade que foi colocada- disse enjoada.

Não que a comida seja ruim, o movimento que o barco fazia e a minha falta de vitaminas me deixava enojada.

-Tudo bem então, se ficar com fome, eu tenho um sanduíche na bolsa que guardei para você - disse ela.

-Obrigada mamãe, onde está meu pai?- perguntei.

-Ele está escrevendo uma carta para sua avó, que está ansiosa com as notícias- afirmou.

-Tudo bem, eu vou tentar dormir um pouco. Não aguento mais viajar - falei rindo.

-Ah Marine, você desiste tão rápido- disse mamãe saindo do pequeno quarto onde estávamos alojadas.

Consegui pregar no sono, e sempre o mesmo sonho, não consigo ainda acreditar que toda noite estou sonhando com um leão.

Eu o fiz meu melhor amigo, nunca tive amigos e desde que eu comecei a ter esse sonho eu acabo conversando com o leão por ele.

Eu espero sempre o momento de dormi para conversar com ele, é como se eu controla-se meu sonho, o leão me dava concelhos e muitas vezes (todas) ele estava certo.

Nunca vi um leão tão bonito em minha vida, ou melhor Aslam.  Ele é enorme, tinha pelos dourados e voz grave, mas ao mesmo tempo gentil.

É confuso eu se, me sinto protegida quando estou com ele.

-Olá Aslam- disse pulando em cima do grande Leão.

-Minha menina, está tão grande - disse ele.

-Oh você que diminuiu Aslam - falei rindo. Mesmo que seja uma mentira, ele estava praticamente o dobro do meu tamanho.

-Ansiosa para ir a casa de sua Tia?- me perguntou.

-Não que seja ansiedade, mas sim nervosismo, já que não os conheço- respondi.

-Tenho calma. Saiba que dará tudo certo, cuidado acima de tudo, estarei olhando você- falou o leão de pelos dourados.

-Seria loucura a minha, te disser que você é um dos meus poucos amigos?- perguntei.

Lógico que é loucura Marine, você está conversando com leão fictício em seu sonho perguntando a ele se é loucura.

-Não seria- disse ele rindo de mim.

-Não ria Aslam, estou constrangida agora- falei me jogando ao lindo gramado.

-Posso lhe contar novamente as histórias de Nárnia?- me perguntou.

-O que tem de tão especial lá Aslam? Você me conta as mesmas histórias todas as noites- perguntei.

-Para você nunca esquecer, essas histórias seram úteis um dia - disse ele começando a história de como surgiu Nárnia e a nova "Rainha de Nárnia".

-Um dia eu irei conhecer Nárnia?- perguntei.

-Mais cedo do que você espera - disse ele.

Acordei em um pulo, novamente sonhando com Aslam, talvez eu esteja louca.

Tomei um banho rápido, vesti uma saia xadrez vermelha e uma blusa branca com um conjunto de sapatilhas pretas.

Teria que passar uma boa impressão a minha família, já que eu ficarei hospedada lá e terei que ser útil.

Sabia cozinhar um pouco, e arrumar a cama era obrigação saber, talvez Tia Alberta peça para eu varrer a casa e ajudar na cozinha.

-Filha, venha tomar o café da manhã- disse minha mãe .

-Já vou mãe- falei pegando meu caderno de desenhos.

Sim, eu gostava de desenhar, era uma fonte de liberdade, fiz vários desenhos de Aslam. Uma vez minha mãe perguntou o que era e tive que responder: um leão de um livro.

O café da manhã estava razoável. Comi algumas uvas e maçã. Minha pequena mala, papai levou, já que segundo ele eu não tinha capacidade de levar minha mala.

Um absurdo! Eu que movi meu guarda roupa de madeira escura para não tampar a janela, quanto mais carregar uma mala que estava praticamente leve! Mas, vendo pelo lado bom... não terei que levar nada.

-Querida o táxi chegou- disse meu pai.

-Sim senhor- confirmei.

-Sua Tia está esperando para o almoço- disse minha mãe.

-Que ótimo- sussurrei.

-O que você disse?- perguntou minha mãe me olhando com o canto dos olhos.

-Nada!- afirmei.

O táxi demorou exatos 30 minutos para chegarmos na casa de Tia Alberta, era uma bonita casa com um pequeno jardim mal tratado.

Papai, tocou a campainha e um garoto loiro dos olhos claros (não chegava a ser bonito), mas, também não era feio.

-Bom dia, sou Eustáquio Mísero - disse ele estendendo a mão para cumprimentar meus pais e a mim.

-Olá! Como você cresceu Eustáquio, acho que não deve se lembrar de mim...eu sou sua Tia - disse ela bagunçando os cabelos dele, e pelo visto ele odiou.

-Alberta disse que eu sou um menino alto para minha idade - disse ele.

-Certo, vamos entrando - disse Tia Alberta

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Olá! Para quem não sabe a atriz é Elizabeth Gilles. Não consegui colocar elenco na história então fiquem à vontade para pensarem que é os personagens, eu sugiro que usem os atores dos filmes e o Caspian é Ben Barnes.

Essa é a minha primeira fanfic das Crônicas de Nárnia e eu espero que vocês deem uma chance.
Boa leitura!

Beijos Mil - Tia Black

As Crônicas De Nárnia - Le fayOnde histórias criam vida. Descubra agora