Capítulo 46

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Pov Marine Le Fay



Depois do café da manhã um tumulto iniciado por Eustáquio e, digamos que animou a tripulação. Bem feito! Quem mandou roubar ração.

Nos reunimos e ficamos observando os dois batalharem quer dizer Ripchip lutar contra Eustáquio (que somente levou uma bela surra).

-Pare com isso!- berrou Eustáquio - Vá embora!

Interferi no meio dos dois (não por vontade própria) mas estava com medo de que Ripchip matasse Eustáquio, como eu iria voltar para a Inglaterra com Eustáquio em uma caixa cortado em cubos?

-Já chega os dois, nunca mais faça isso Eustáquio e você Rip, seja mais paciente - falei repreendendo ambos.

-Desculpe Vossa Alteza - disse Rip.

-Eu não vou pedir desculpas a ninguém!- gritou Eustáquio ainda amedrontado.

-Tia Alberta não está aqui então eu posso te dar uns cascudos quando eu bem entender!- falei aumentando o tom de voz.

-Não deixe ele te atormentar Marine, venha - disse Edmundo me puxando pelo braço.

-Que tal um duelo?- propôs Caspian aparecendo.

-Vamos querido, não lutamos faz tempo - falei desembainhando minha espada - estou enferrujada.

-Quer perder de novo querida?- perguntou ele entrando em posição.

-Pelo o que eu me lembre da última vez, você que estava com a minha espada em sua garganta - falei o atacando.

Nossas espadas entraram em uma dança, nós não estávamos brigando realmente, era algo mais como diversão até que Caspian desferiu um golpe com sua espada que acabou cortando um filete da minha pele.

-Desgraçado!- gemi.

Eu não aceitava perder isso era um fato.

Foquei na luta e a minha experiência maior do que a de Caspian me permitiu vencer. , então foi fácil o desarmar

-Acho que a Rainha venceu - falei com a espada parada em sua garganta.

-Terra à vista!- gritou alguém da proa.

Corremos até o Castelo da proa , era a mais próxima das Ilhas Solitárias , Felimate.

-Vamos desembarcar aqui?- perguntou Drinian

-Não acho uma boa ideia, era bastante desabitada no nosso tempo , acho que não mudou - disse Edmundo

-O povo vivia principalmente em Durne e um pouco em Avra , a terceira Ilha , não era mesmo Ed?- perguntei.

-Exatamente - confirmou ele

-Então teremos de dobrar aquele cabo - disse Drinian - e desembarcar em Durne. Isso quer dizer que precisamos remar.

-É uma pena que não vamos desembarcar em Felimate - disse Lúcia - Gostaria de dar uma voltinha

-Também gostaria de mexer as pernas - disse Caspian - Tenho uma ideia: iremos de bote , e depois o enviamos de volta ; atravessamos Felimate a pé e pegamos o Peregrino do outro lado da Ilha.

-Ótimo!- disse Lúcia.

-Também quer vir Eustáquio?- perguntei ao mesmo

-Qualquer coisa é melhor que essa droga de navio- disse ele

Lhe dei um "pescotapa" e pode ter certeza, deve ter ardido muito , porque minha mão é pesada.

-Ai!- gritou ele.

-Droga?! Que quer dizer com isso?- perguntou Drinian.

-Num país civilizado , como aquele de onde vim , os navios são tão grandes que , quando se entra neles , nem se chega a perceber que andou no mar - disse Eustáquio.

-Nesse caso podiam ficar sempre em terra - disse Caspian e pela sua expressão ele estava angustiado( provavelmente com a chatice de Eustáquio) - Drinian , pode mandar descer o bote.

Continuei descalça assim como Lúcia, nos gostávamos de andar pela relva macia , a sensação era maravilhosa! O Peregrino parecia bem pequeno de onde estávamos.

Continuamos à andar pela cidadezinha , que parecia estar abandonada.

-É melhor seguirmos em duplas - disse Caspian - Eu vou com Marine , Lúcia e Edmundo e Ripchip e Eustáquio.

-Não é uma boa ideia deixar esses dois sozinhos , Eustáquio vem conosco e Ripchip com Lúcia e Edmundo - falei .

-Prefiro assim também - disse Eustáquio.

-Nós encontramos nessa casa em uns vinte minutos , somente para observar melhor onde estamos certo?- perguntou Caspian , todos concordamos.

As ruas estavam desertas , as casas tinham tábuas em suas janelas.Caminhamos pelos vinte minutos combinados e voltamos para a casa grande em que marcamos.

-Não tem ninguém aqui , vamos embora - disse Eustáquio.

-Então por que veio se não cala a boca?- perguntei em um sussurou.

-Escutem - disse Lúcia caminhando mais para a grande casa.

-Vamos entrar - falou Edmundo desembainhando sua espada.

-Entrar... aí? - questionou Eustáquio.

Desembainhei minha adaga que estava presa no bolso da calça que eu usava e entreguei para Eustáquio que a princípio tomou um susto.

-Se a coisa apertar use-a - falei .

Entramos na casa , que na verdade não era casa e sim um galpão, estava bem sujo , conseguia ver até mesmo as teias de aranha.

-Olhem esses registro - falei olhando para vários cadernos.

-São nomes de pessoas - disse Edmundo.

-E tem preços - falei observando melhor.

-Mercadores de escravos - falou Edmundo.

-Fique juntos - pediu Caspian sussurrando.

Foi quando surgiram vários homens que desarmaram a gente , conseguimos ouvir somente nossos gritos , mas um grito bastante afeminado se fez presente.

-Olha , esse aqui grita feito uma menininha - disse um dos homens.

-Duas mulheres, vamos conseguir um bom lucro com a venda dessas - disse um dos homens acariciando Lúcia que estava bem amarrada assim como nós.

-Olhe , essa aqui já está mais encorpada - disse outro segurando firme minha bouchecha.

-Soltem elas!- gritou Caspian se debatendo.

-Quem você pensa que é homenzinho - disse o que aparentava ser o chefe.

-Eu sou Rei CaspianX, Rei de Nárnia - disse Caspian.

-Deixe te contar uma coisa , ninguém liga mais para Nárnia por aqui - disse o homem lhe dando um soco.

-Não machuque ele!- gritei.

-Olha essa aqui é bravinha!- disse o homem que me segurava - deixe eu levar essa para a minha casa.

-Você não vai ousar tocar nela!- gritou Edmundo

-Leve-a para onde quiser , mas vai deixar de perder uma grana por não levar ela para o mercado - disse o líder.

-Me largue!- gritei mordendo a mão do homem que me deu um soco bem forte , minha visão começou a embarcar e eu percebi que desmaiarei.

-Marine!- gritou Caspian antes de tudo ao meu redor escurecer.

As Crônicas De Nárnia - Le fayOnde histórias criam vida. Descubra agora