10-Melissa Gardner

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Melissa se encontrava sentada à mesa de um bar que com o cair da noite se tornava mais frequentado.quase uma hora antes havia se despedido do casal que partilhara com ela drinques e gargalhadas durante um bom tempo.estava sozinha agora mas igualmente feliz,com o ar de quem planejava exagerar nos festejos pela noite fora.suas roupas exibiam as pequenas curvas do seu corpo,calças jeans azuis coladas ás pernas e uma blusa justa de cor branca.com as pernas crusadas balançava os enormes saltos altos presos aos pés.era realmente atraente,com o corpo merecedor de um banho de elogios.

Havia chegado há algum tempo a Chicago vinda de uma cidadezinha do interior de Michigam.a ideia de estar em um lugar tão grande e com oportunidades em cada esquina a levou pra longe da família,sabia que a vida pacata e humilde de cidade pequena não era pra ela,ela precisaria atravessar o mundo se realmente estivesse disposta a conquistá-lo.um dia cobriu-se de coragem e despediu-se da família com uma enorme mala presa em suas mãos finas,era altura de voar em busca de seus sonhos.

-essa bebida é por conta daquele cavalheiro-disse-lhe o garçon indicando a um homem que a observava fixamente do outro lado pelos últimos minutos ainda que tentasse disfarçar quando ela o retribuía o olhar.

acenou-o em sinal de agradecimento.

num rasgo de coragem ele marcou passos em direção a ela,seu perfume agradável embora subtil ia se espalhando pelo ar quase que anunciando sua aproximação.as mangas arregaçadas da camisa colada ao corpo exibiam uma pequena tatuagem no braço.era o mesmo homem que interpelara Frank há duas noites,seu nome era Anton Cruz e ele era um monstro.

entre um a outro par de copos cheios falavam de forma espontânea,ele era seguro e sabia perfeitamente quando falar e quando ouvir,conseguia parecer natural embora no fundo tudo o que dissesse era ensaiado como se fosse estraído de um guião cuidadosamente elaborado por ele.seu sorriso a cativava,seu ar misterioso e gentil a intrigavam como poucas vezes na vida.falas mansas e gramática correta.

-foi muito bom você ter se aproximado,na verdade precisava mesmo de companhia-disse ela com um sorriso no canto da boca.

-e os teus amigos?aquele casal que aqui estava?

-provavelmente nos vemos amanhã se a ressaca não bater forte.

-estás mesmo disposta a chegar ao limite?

-tenho os meus motivos pra festejar.emprego novo,começo na próxima semana.

-nenhum outro motivo seria mais justo.meus parabéns.-disse ele erguendo o copo sugerindo mais um brinde.

quando ela notou a ausência de uma aliança nos dedos dele perguntou inevitavelmente:

-porquê que um homem como você está solteiro?onde têm andado as mulheres?

-já não me vejo preparado pra hipocrisia dos relacionamentos amorosos,e nem pra falsidade em largos ciclos de amizade.sou um homem solitário e isso tem sido seguro pra mim.ao menos era antes de vir cá me sentar contigo-sorriu em seguida.

ela não parecia ser do tipo fácil de convencer,mas ele por sua vez inspirava confiança.

embalou-a em uma conversa hipnotizante a distraindo por completo enquanto colocava no copo dela três comprimidos estraidos de um compartimento da sua caneta.após o gole o efeito foi quase imediato,sua visão se ofuscava,as vozes pareciam buzinar nos ouvidos dela e em pouco tempo tudo girava á sua volta como se estivesse em um enorme carrossel.

carregou-a pelo ombro demonstrando intimidade a quem os observava,em lugares como aquele coisas do género aconteciam todas as noites sem levantar a minima suspeita.

-não te preocupes,eu vou te levar pra um lugar bem melhor e cuidar de ti como nunca ninguém cuidou.-disse ele com um sorriso vitorioso combinado a um olhar voraz.ela por sua vez apagava aos poucos.prendeu-a com o sinto de segurança fechando a porta do carro logo em seguida,era um desportivo europeu impecavelmente limpo.

a primeira parte do seu plano estava agora concluída,ela se encontrava bem ao seu lado presa ao assento do carro enquanto ele dirigia vitorioso.ela conseguia ouvir desde cada palavra que ele dizia a cada musica que tocava na estação de rádio,as luzes da noite chocavam contra os seus olhos quase mortos,ouvia,sentia mas não conseguia mover um so músculo.começava agora a ser invadida por uma avalanche de péssimas sensações lideradas pelo medo e pela angustia.

depois de algum tempo foi obrigado a pôr o pé no travão.a poucos metros de distancia piscavam luzes vermelhas e azuis a meio da estrada,havia uma patrulha ali instalada,policiais interpelavam um por um cada condutor que ali passava.manteu a calma e ajeitou o tronco dela pra uma posição mais confortável.

conseguia ouvir a sola dos sapatos beijando o asfalto enquanto o policial se aproximava,tinha a farda perfeitamente alisada e a pistola presa a cintura.

-boa noite,sua identificação por favor!-exigiu o policial.

-um momento.-disse de maneira simpática.

o homem lançava o olhar para dentro e fora do carro reparando atentamente em cada detalhe.

-passou-se alguma coisa com a senhora?-indagou o policial de forma suspeita.

-festejos,sabe como é!em vários anos de casados ela decidiu beber logo hoje.como resultado apagou por completo.não é muito boa com o álcool.mas nada que eu não resolva.

-e o senhor está bem?

-como nunca na vida-respondeu de forma convincente,enquanto passava-lhe a documentação sem tremer em algum minuto.

-faça uma boa viagem e nos desculpe pelos transtornos,estamos apenas tentando fazer o nosso trabalho da melhor maneira.-devolveu-o os documentos depois de uma rápida vista de olhos.

-eu entendo.essa cidade precisa de vocês.

-senhor!-chamou-o em tom alto enquanto ele ligava a ignição.

preocupou-se,mas sabia que não podia exibir seus medos correndo o risco de pôr tudo a perder,precisava agir naturalmente como sempre o fez.

-pois não agente.

-dê um banho e uma aspirina pra sua esposa antes de dormir.fará muito bem pra ela amanhã de manhã.

-eu cuido disso.-sorriu em seguida.

quando ela abriu os olhos se encontrava acorrentada tentando inutilmente mover-se.ele a observava sentado em uma cadeira com uma pequena maleta ao lado,um cigarro ardia preso aos dedos dele e a leve fumaça se desfazia no porão abafado.haviam manchas de sangue por todos os lados,diversos utencilios indicavam que ela não era a primeira a ali estar.

-desculpe pela desarrumação,você realmente merecia um lugar melhor.-disse ele em baixo tom esbanjando tranquilidade.

-me solte daqui...eu te darei uma fortuna.-disse ela reunindo suas forças ainda em estado de choque.

-muito interessante a sua oferta.mas isso não é uma questão de negócios.é uma questão de prazer.

amordaçou-a forte quase que a sufocamdo,abriu a maleta e retirou dela seu arsenal golpeando-a em seguida no abdómem.ela se contorcia de dor,seus gritos se abafam dentro dela e não demorou para ver seu próprio sangue jorrando e descendo pela pele nua.

sádico "O Génio Das Facas"Onde histórias criam vida. Descubra agora