12-torturada

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Os lábios desidratados e a garganta desértica daquela mulher clamavam por ao menos uma gota de água.nas últimas horas melissa Gardner ingerira a própria saliva que sua boca preguiçosamente produzia.

Um raio de luz entrava pelo topo de uma parede beijando o chão manchado em sangue,ela arrastou-se até ele usando as forças que restavam em seu corpo quase moribundo,não conseguia ver o que quer que fosse,mas podia ouvir o canto dos pássaros e o eco do vento em tom de tristeza.olhando pra os lados o lugar lhe parecia uma mistura de cela solitária e sala de tortura.

Quando Anton Cruz entrou pela porta a luz apoderou-se do lugar quase que ferindo os olhos dela,trazia com ele um prato de comida e logo pouso-o no chão lentamente,tinha bom aspeto,longe de parecer comida de cadeia ou coisa parecida.

-isso nem é um restaurante,mas espero realmente que você goste da comida.-disse ele enquanto se agaichava bem na frente dela.

Ela conseguia sentir o cheiro do perfume vindo dele,o mesmo que antes lhe parecia sedutor e agradável agora carregava com ele uma sensação de terror que ela nunca antes sentira,quanto mais ela o respirava mais apavorada ficava,saindo dali viva provavelmente nunca mais desejaria voltar a sentí-lo.

-Porquê? Porque eu?!-perguntou em tom de desespero,questão essa que passava pela sua mente desde o primeiro minuto que apercebeu-se do perigo que aquele homem representava.

-Eu podia dizer mil motivos.mas digo um:porque você é especial.porque você tem algo,algo que nenhuma outra tem.

-Você é doente!!-gritou inutilmente abrindo um curto sorriso nos lábios dele.

-É preciso uma pessoa ser muito idiota pra se achar sempre certa.coma antes que a comida esfrie.

Enfurecida golpeou o prato com o pé direito afastando-o dela.

-eu não quero nada de você! So que me soltes daqui.

Ele olhou-a fixamente disfarçando o ódio com seu irônico sorriso,seu jeito maníaco lhe permitia ocultar qualquer emoção que quisesse,isso se alguma vez realmente sentira uma.

-Eu vou te soltar daqui,não agora.não sem antes nos divertirmos como deve ser.sabe?nos conhecermos um pouco melhor,sinto que estamos apenas no começo de uma longa história.

-eu não vou contar nada a ninguém...vou me esquecer do teu rosto mal eu saia daqui-implorou.

-Claro que você não vai contar-disse ele sorrindo-eu tenho uma proposta pra você,eu vou sim deixar que você saia,inclusive até te levo pra tua casinha acolhedora.mas tenho uma condição,uma pequena condição.

Ela olhou pra ele expectante,por mais estranho que tudo lhe parecesse sentia que talvez houvesse ali uma possibilidade,uma luz no fundo do túnel do desespero.em seguida ele continuou:

-eu não sei se posso realmente confiar em você,uma coisa é você aqui,ferida e acorrentada implorando pela vida,e outra é você lá fora livre como um pássaro.portanto,se for pra sair você sai sem ter como falar nada a ninguém,sem olhos,sem língua e sem dedos.

-Você é um monstro!...

-Vou encarar isso como um não.o que é melhor pra mim.

Arrastou-a pelo lugar muito lentamente como se tivesse todo o tempo do mundo à sua disposição,ela sentia o contacto de sua pele com o chão húmido e doía tanto como se um pedaço dela ficasse em cada puxão.

Acorrentada sentia uma dor insuportável a cada vez em que ele enterrava os enormes centímetros de lâmina em seu corpo.o sangue quente jorrava até ao rosto dele proporcionando-o um prazer único e ele se divertia com aquilo quase que transformando a cena num banho invulgar,no mesmo instante em que o sorriso dele e os gritos abafados dela ecoavam pelo lugar.para ela o tempo parara naquele momento,era como se a morte se aproximasse a passos contados.

Depois de uma eternidade,por fim ele parara.ela estava agora deitada dividida entre o sono e a morte enquanto ouvia o contacto da sola dos sapatos dele com os degraus enquanto deixava o lugar.

Há um tempo o lugar não era tão inviolável,até quando uma de suas vítimas numa tentativa de fuga arrastou-se escada acima deixando gotas de sangue em cada degrau e surpreendendo-o no meio da sala enquanto ele fumava um cigarro e via as notícias.ainda assim a situação estava sob seu controle pois ela mal conseguia se manter em pé.tudo aquilo serviu-lhe de incentivo pra que ele mesmo fizesse alguns ajustes reforçando a segurança.agora,era quase impossível escapar daquele lugar.

sádico "O Génio Das Facas"Onde histórias criam vida. Descubra agora