19-de cara com o mal

118 14 0
                                    

A noite fria trazia com ela o cansaço sobre o corpo de Frank,depois de visitar três dos nomes da sua lista parecia já não ter motivação pra mais nada,em cada um dos casos recolhera informações que nada acrescentavam a investigação.estava esgotado agora,tudo o que precisava era um banho e uma boa noite de sono se possível.

Vagueava ao volante do carro pela parte sul da cidade procurando por um restaurante que lhe servisse uma refeição digna,seria a primeira de um dia de muitos altos e baixos.o relógio do carro marcava sete e quinze da noite quando lembrou-se então que estava nas redondezas do endereço do último nome de sua lista."não custa nada terminar com isso hoje" pensou.

Em um bairro quieto de classe média alta estancionou a viatura de frente a casa número dezanove,havia um enorme e bem cuidado jardim logo na entrada,era quase impossível não prender o olhar sobre ele.

Antes de bater na porta ligara pra Carl.

-Algum avanço?-perguntou.

"nada até agora senhor,mas continuo esperando os resultados de outras equipes.e o senhor?"

-Estou agora fazendo a última visita em casa de um homem chamado Anton Cruz,um dos professores da Universidade.nos vemos em uma hora na sala de reuniões.

Após dois curtos toques na porta um homem a abriu quase que de imediato.

-O senhor é Anton Cruz?-perguntou Álvaro enquanto exibia o distintivo colado à mão direta.

Anton por sua vez não hesitou em dizer que sim,no fundo sabia que aquele dia acabaria por chegar,mas apesar da sua genialidade não imaginava que fosse acontecer tão cedo.

-O que faz cá um agente especial da polícia?-perguntou ainda despreocupado,era surreal a maneira natural com que agia,usava uma camisa branca de mangas compridas e ainda tinha os sapatos nos pés.

-Tenho algumas perguntas simples por lhe fazer,só preciso de dez minutos.-disse Frank ainda de pé de frente a porta.

O convite de Anton para que entrasse foi natural,como quem não tivesse nada a esconder,sabia que Frank mal se lembrara daquela noite e que essa sempre seria uma vantagem.

-Sente-se por favor-acomodou-o no sofá da sala de estar,um lugar confortável e organizado.havia uma enorme TV colada a parede e um tapete castanho na frente dela,a luz de uma lâmpada colada ao teto refletia na pequena mesa toda ela de vidro e por curtos segundos feriam os cansados olhos de Frank.-eu já vi o senhor muitas vezes pela televisão,só não esperava vê-lo aqui,é uma honra-terminou enquanto se sentava.

-Acho que médicos e policiais ninguém quer conhecer pessoalmente.-disse Frank exibindo um sorriso cansado.

Anton sugeriu um bebida,Frank por sua vez resistiu a tentação enquanto olhava cuidadosamente aos quatro cantos da sala.apesar da organização havia pouca vida naquele lugar,em momento algum parecia ser um lar.

-É importante que o senhor saiba que isso não é um interrogatório oficial.pretendo simplesmente que o senhor me diga o que sabe sobre Aline Carson e Hellen Martinez.-fez uma curta pausa-ja ouviu esses nomes antes?

-Claro que sim.nos últimos anos era difícil trabalhar naquele lugar sem ouvir falar nelas.

Os olhares se juntavam elevando o diálogo a um tom mais sério.

-O senhor teve alguma aproximação com uma delas?

O habitual sorriso nascia nos lábios de Anton respondendo em seguida:

-A que o senhor se refere detetive?

-Qualquer ligação fora da habitual entre um professor e uma aluna.-insistiu Frank.

sádico "O Génio Das Facas"Onde histórias criam vida. Descubra agora