14-o caos total

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Após quase uma semana de buscas que se estendiam entre o denso mato e redondezas,quinze corpos ou o que restavam deles foram desenterrados,mulheres,provavelmente entre os vinte e os trinta anos de idade.doutor Wods apesar dos longos anos nunca havia "convivido" com tantos ossos de uma vez só,nos últimos dias tinha seu laboratório muito bem frequentado.

Para Frank era como se o mundo estivesse desabando por culpa sua,sentia-se responsável pela morte de cada uma delas ainda que no fundo soubesse que não o era.

-Não posso afirmar com total certeza,mas pelo estado de cada um deles isso é coisa de um à três anos-dirigiu-se silva a ele.

-eu já sentia.-respondeu desatento.

-Sentia o quê?

-Que aquele homem vinha fazendo isso a mais tempo.a facilidade com que ele as encontra,a naturalidade com que se livra delas.isso não é coisa de quem está começando.

-Sem falar nos golpes,os ferimentos das vítimas encontradas na cidade,alguns deles não indicam só raiva,é coisa de alguém que sabe o que faz.não é obra de um mero fanático por sangue.-acrescentou silva.

-Existe alguma forma de identificá-las rapidamente?-dirigiu-se Frank a Wods enquanto acendia mais um cigarro,depois dos últimos acontecimentos fumava mais do que em qualquer fase de sua vida,na ultima noite chegara até a sentir um desconforto no peito,sabia que aquilo iria matá-lo se não parasse a tempo,mas a muito que sua saúde já deixara de ser prioridade.

-Algumas possuem objetos pessoais,anéis e fios.já os mandei pra o laboratório de Robson pra que os analise.

-Vamos precisar de uma lista de mulheres desaparecidas nos últimos três a quatro anos,isso talvez nos ajude.eu vou mandar Carl providenciar isso.depois daí contactamos as famílias.

-Não seja tão exigente com ele.-sugeriu Wods-ele ainda deve estar chocado.

-eu sei.mas é um bom rapaz,tem dado conta do recado.

O ambiente fora do distrito policial era insustentável,comunicação social e famílias exigindo alguma explicação quase que transformando o cenário numa manifestação violenta.homens rigorosamente fardados tentavam sem sucesso adormecer o caos e evitar que o pior acontecesse.por dentro não era diferente,nos últimos dias recebiam-se inúmeros telefonemas de denúncias e suspeitas todos eles sem efeito algum.dizia-se que nos próximos dias ninguém iria pra casa sem que fosse encontrado o então responsável pelos assassinatos.

Sem tempo se quer pra cuidar de si mesmo,Frank já nem se lembrava de Martha,a doce mulher que ao que tudo indicara chegara em sua vida num momento errado,justamente quando ele se matava aos poucos e um maníaco deixava rastos de sangue pelas ruas da sua cidade.talvez ela apercebendo-se disso decidiu pra o bem de todos deixá-lo em paz,talvez a alma de mulher que ela carregava no ainda corpo de mocinha a fizera perceber de forma madura que naquele momento todos precisavam dele mais do que ela.suas prioridades eram outras agora.

Carl entrava pela sala de Frank como um foguete,parecia agora ter motivação extra depois do que vira naquele mato.apesar do choque,era do tipo de pessoa que via uma oportunidade em cada dificuldade e sabia que não podia permitir que aquilo o afetasse,na verdade era o momento certo pra provar a Frank e a si mesmo o quanto valia,pretendia deixar bem claro que por trás dos diplomas cobertos de notas altíssimas existia um jovem com motivação e atitude de sobra,por outro lado tinha ali uma oportunidade única de se despir de uma vez por todas do rótulo de menino prodígio que o perseguira desde sempre.

De pé olhando pra o mural Frank nem chegara a notar sua aproximação,olhava fixamente pra os rostos das mulheres estampados no enorme quadro,quando o silêncio tomava conta do lugar elas pareciam falar com ele,pareciam ter cada uma uma história por contar e ele a vida toda pra as ouvir.

sádico "O Génio Das Facas"Onde histórias criam vida. Descubra agora