Naquela manhã Frank marcara um encontro com Carl,longe da agitação do distrito policial,estava com um ar sério quando o fizera,mas olhava pra Carl de forma serena quando entrava pela porta.
-bom dia senhor.-cumprimentou-o Carl que o encontrava sentado à mesa de um pequeno restaurante que dava de cara com uma das avenidas mais movimentadas da cidade.eram exatamente dez da manhã e ouvia-se tudo menos silêncio.
-bom dia Carl,porque não tomou um Café?-perguntou com simpatia aliviando a gravata cinzenta.
-não por enquanto senhor.já tomei em casa mesmo.
-é uma pena.esse café é uma maravilha.a terceira maravilha da cidade.
Carl procurava de alguma forma entender o porquê de Frank o ter chamado.se surpreendeu logo pela manhã com a ligação e pela sua mente paranoica so passava a ideia de que seu posto estava em risco.
Estavam agora os dois sentados a mesa,ele pediu por um café e meia dúzia de biscoitos salgados.minutos depois a garçonete vestida de um uniforme avermelhado trazia uma bandeja entre as mãos.
-sabe Carl,eu já não sou tão bom com palavras.acho que estou velho demais pra usá-las constantemente.-disse ele pousando a xícara de café que de tão quente queimava-lhe a língua.
Carl o ouvia com atenção e ia se preparando emocionante pra uma bomba.
-você tem mulher ou filhos?-perguntou com mais seriedade ainda.
-sim senhor!
-então você tem uma família pra cuidar,o que é realmente muito bom.talvez você já tenha ouvido a minha história mas eu vou te contar na mesma.-fez uma pausa e elevou a xícara de café até à boca.-minha esposa e minhas filhas morreram já faz dois anos.um homem bêbado conduzindo que nem louco tirou elas de mim.foi morte instantânea pras meninas e pra a mãe também.ele continua vivo,eu poderia dizer que isso não me afeta mas afeta sim.eu queria que ele morresse também.
Carl se surpreendeu com o peso da sua sinceridade.embora esperasse por uma má notícia aquilo so o fazia ganhar mais admiração por Frank que continuo em seguida:
-se um dos nossos agentes fizesse seu trabalho e impedisse aquele homem de ir pra estrada as minhas meninas estavam vivas agora.quando nós não fazemos o nosso trabalho alguém morre.
-sei senhor.-acenou Carl com a cabeça num movimento de cima pra baixo.
Frank elevou a mão em direção a larga janela que lhes permitia ver a movimentação matinal da cidade e pelo vidro apontou a um grupo de jovens mulheres e acrescentou:
-aquela,aquela e a outra podem ser as próximas.so depende da escolha dele e da nossa vontade.da nossa vontade de o pararmos antes!você vai preferir que isso continue até que as vitimas passem a ser familiares e vizinhos ou vai agir antes?- perguntou com o jeito de quem precisava mesmo de uma resposta.
-agir senhor.-respondeu de forma humilde.
-então é isso que faremos.eu quero que você não tenha uma so noite tranquila enquanto não apanharmos aquele filho da puta.eu quero que nenhum de nós tenha a dignidade de se olhar ao espelho sem se sentir um lixo até que esse homem não esteja trancado em uma cela ou deitado em um buraco com dois furos de bala no peito!-falou agora um pouco mais emotivo.
Apesar da preocupação estava com bom aspecto.já não aparentava ser um homem que morria aos poucos.e em alguns momentos até soltava um pequeno sorriso no canto dos lábios.ia batendo o seu Record pessoal de dias sem álcool e quanto ao cigarro diminuía consideravelmente.
-esse homem pelo qual procuramos tem o seu lado bruto...mas é preciso muita inteligência pra atrair uma mulher desconhecida sempre que tem vontade sem usar a força e aparentemente sem precisar pagar.-insistiu Frank.
-com certeza é até certo ponto sedutor e usa seu charme pra atraí-las até ao "ninho".-concluiu Carl.
-então vamos nos focar nisso...vamos começar pela bela base.por mais que seja interessante compreender a mente de um assassino,nós existimos pra fazer com que eles paguem por seus crimes.e esse vai pagar com juros.
O status Club era uma das casas noturnas mais badaladas da cidade,tinha longos anos de tradição,lugar de classe geralmente frequentado por gente rica,políticos,artistas ou desportistas dirigiam-se pra lá e afogavam-se em garrafas caríssimas.noites memoráveis que geralmente traziam com elas uma intensa dor de cabeça na manhã seguinte .Algumas pistas levaram Frank e Carl até lá.
quando entraram pela porta daquele lugar focaram logo seus olhares em todos os cantos.
-chamem o gerente por favor!-disse Frank a um dos homens que ali se encontravam,era um homem de tamanho quase gigantesco,a camisola preta lhe ficava extremamente justa,típico pra o chefe de segurança de uma casa noturna.
Carl foi logo exibindo o distintivo e impondo o respeito.
depois de curtos minutos o gerente se aproximava.era um homem magro com uma estrutura quase minúscula,perdia-se dentro de um fato azul e tinha o cabelo amarelo enrolado.a primeira vista custava crer que era ele quem faziam aquilo funcionar.
-Boa tarde senhores...se pretendem diversão lamento dizer que chegaram cedo demais-disse ele.
Carl adiantou-se enquanto Frank soltava um pequeno sorriso depois de pôr os olhos no visor do telemóvel,acabava de visualizar uma mensagem enviada por Martha "jantar hoje em minha casa não te atrases" ela estava agora muito mais envolvida que antes,ele sentia o mesmo,mas de nada adiantava lhe ganhar se depois tivesse que lhe perder tal como sempre acontecia com tudo o que ele amasse.
-somos da Polícia senhor!-disse Carl com alguma autoridade.
-a Polícia por aqui? devem ter se confundido...nosso clube é extremamente legal e nunca tivemos nenhum tipo de problema.aqui não há prostitutas e nem espaço pra tráfico de drogas.é a melhor casa dessa cidade...
Frank e Carl iam se sentando enquanto o gerente magricela falava de forma acelerada umas duzentas palavras de uma vez só.
-acalme-se senhor...e senta-te por favor.-disse Frank de forma não muito autoritária.com tempo acabou se tornando mais frio e sua frieza causava mais medo do que qualquer autoridade.
como um cavalo assustado um dos funcionários do lugar pôs-se em fuga depois de os ter avistado.
correu em direção a porta dos fundos e Carl levantou-se de imediato atrás dele,Frank levantou-se em seguida.
-pega pega!!-gritou ele.
era rápido demais e jogava ao chão tudo que encontrava pela frente pra que ganhanhasse algum tempo.Carl não desistia em momento algum e acelerava seus passos pra alcançá-lo ainda que fosse a última coisa que fizesse em sua vida.
corriam em um beco estreito superando obstáculos como se estivessem numa maratona urbana,Carl não o perdia de vista em momento algum mas quanto mais se aproximava mais acelerado eram seus batimentos e seu fôlego diminuía paulatinamente em casa passo longo e acelerado.
-paradoooo!! paradoooo!!-gritava.
quando carl sacou da cintura sua arma e o tinha na mira pronto a fazer um disparo o homem teve um encontrão com o ombro de Frank que o aguardava em prontidão mesmo por detrás de uma enorme parede.
caiu de imediato com uma mancha de sangue no canto na boca.
-gosta de fugir da Polícia?!-falou Frank de forma irônica.
algemou-o e apalpou-lhe a roupa procurando por algo que o incriminasse.encontrou uma pequena embalagem em seu bolso.
-o que é isso?!! -exclamou Carlos enquanto tentava recuperar o fôlego perdido.
-não é o nosso homem.é so um idiota que trafica drogas durante a noite numa discoteca de quinta.ligue pra patrulha pra que levem esse desgraçado.
![](https://img.wattpad.com/cover/66389388-288-k266571.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
sádico "O Génio Das Facas"
Misterio / SuspensoFrank Webber é um homem em queda livre,conhecido como o melhor inspector da polícia de Chicago mas passando pelo pior momento da sua vida depois de ter perdido a mulher e as duas filhas em um acidente. Agora se afogando em doses de uísque terá que l...