O Poeta do Cotidiano

26 1 4
                                    

O que gira a entreter as mentes fantasiosas?!
Que sentido faz suas mirabolantes escritas?!
Que diferenças esperam que seus pensamentos atinjam e o façam?!
Não seria egoísmo ou mesmo distração?!

De fato, sabemos apenas o que nos move,
E corriqueiramente acertamos os sentimentos alheios.
Seria então intuição ou coincidência?!
O poeta de fato existe?! Ou apenas... existe?...

Analise suas falas, seus contextos exagerados,
Manipule suas idéias e interprete de modo errôneo,
Estrague suas intenções e destrua a sua arte,
Mas aprecie, acima de tudo, e alimente a sua imaginação!

Somos todos poetas, artistas, de um modo ou de outro.
Afinal, ninguém vive sem um pingo de imaginação!
Minha arte ultimamente são oito quilos de roupa no varal,
Duas horas em pé numa lata de sardinha chamada transporte público,
Salário insuficiente para uma vida tão modesta,
Que luxo se pode haver?!

Talvez, a única solução – ou alucinação –
Extrair poesia de onde não se vê,
Das ruas abastadas de prostitutas e homens em busca de prazer
Dos clientes bons e ruins, pobres e ricos
Pobres de quê?! Ricos de quê?!
É a vida seguindo ou a gente seguindo ela?!

Um emaranhado de surpresas e mesmices!
Ou você faz a diferença ou a diferença faz você.
Surpreender ou ser surpreendido.
Prefiro continuar poeta, anônimo, mas inusitado...


Flávio da Silva Candado


N/A.: Mais uma vez agradecido pela sua paciência. Escrevi essa poesia em Março de 2013, quando morava em Campo Grande, capital do MS. Embora minha realidade não seja mais um transporte público, visto que moro numa cidade pequena agora, esse período foi com toda certeza difícil e áureo na minha vida, um aprendizado incrível! Espero que aprecie...

Poesia não compra sapato...Onde histórias criam vida. Descubra agora