Capítulo 06 - Eu te Odeio

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P.O.V Emily

Katherine me pôs sobre seu corpo, com toques sutis e lentos, e encostou seus lábios nos meus. Continuamos a nos beijar, enquanto eu soltava seus cabelos do coque e os acariciava. A mão esquerda de Katherine desceu de minhas costas ao meu quadril. Sua pegada era concomitantemente carinhosa e excitante.

Nos beijamos novamente. Seu rosto estava corado. Demorei a perceber a quão nervosa Katherine estava. Tudo aquilo era muito novo para ela. Não sabíamos como ficaria a nossa situação quando saíssemos daquele depósito, entretanto, não era relevante naquela hora. Queria aproveitar cada minuto com ela, porque podia ser a última vez.

- Ei, - eu disse - não tema. Não tem motivo para ficar nervosa.

- Eu não estou nervosa! - ela abriu um sorriso bobo em seu rosto

Eu sorri e a beijei. Desde mais nova, eu já sabia que sentia interesse por mulheres. Mas, me apaixonar, de verdade, era inédito na minha vida. Todavia, seria mais sensato viver um dia de cada vez. Até porque, eu ainda não sabia quais cartas minha avó tinha na manga. Me sentia confusa. Eu gostava muito de Katherine, a forma como ela mexia comigo era impressionante, mas será que era recíproco?

Katherine levantou-se do chão, e em um movimento rápido e preciso, me encostou na parede, me dando um beijo eufórico. Uma de suas mãos estava em minha coxa esquerda, e seus lábios foram descendo de minha boca até meus seios, de forma lenta e excitante.

De repente, ouvi uma batida na porta. Depois, um movimento constante tentando abrir a porta, descendo e subindo a maçaneta violentamente. Quem quer que fosse, estava balbuciando algo. Me apavorei:

- Katherine, - sussurrei - o que vamos fazer?

- Eu não sei! - ela disse, trêmula

Me aproximei da porta, e ouvi que a pessoa bufava, impaciente. Repentinamente, começou a bater com muita na força na porta, e pude ouvir o que estava sendo falado:

- Eu vou arrombar essa merda se não abrirem a porta agora! - berrou

Era uma voz grave e potente, um tanto familiar. Maurice... era ele! Provavelmente seguiu nossos passos sem que percebêssemos. Afinal, por que seria tão interessante para um professor e membro do conselho escolar entrar naquele depósito velho, caso não soubesse que sua esposa estava lá com uma garota de 17 anos?

- Eu tenho um plano, - sussurrou Katherine - faça exatamente o que eu mandar.

- Acha que irá funcionar?

- Não faço a mínima ideia. Mas duvido que tenhamos outro caminho a seguir.

Katherine explicou-me pacientemente o que deveria ser feito. Em seguida, se vestiu. Eu era pequena o suficiente para me esconder dentro do velho armário de limpeza. Me espremi dentro dele. O cheiro dos produtos ali guardados era nauseante.

***

P.O.V Katherine

Com cautela, abri a porta do depósito. Surpreendentemente, não somente Maurice estava à minha espera, mas também Elis. O olhar da diretora era penetrante e pretencioso, e sinceramente me assustava.

- Deixe-me entrar agora, professora Altreider, - disse, em tom ameaçador - caso contrário eu chamo a polícia nesse exato momento.

- Não é o que está pensando... - balbuciando

- Ah, vai se foder, Katherine. - disse Maurice

- Olha o linguajar, professor Johnson. - disse Elis - Não esqueça, estamos numa escola!

Elis me empurrou e entrou no depósito, em passos rápidos e determinados. De repente, foi em direção ao armário de limpeza como se não tivesse sombra de dúvida de que Emily estava escondida lá. Não conseguia ver aquilo. Que me chamassem de covarde, mas era demais para mim.

- Era o que eu precisava. - disse Elis, arrastando Emily violentamente para fora do armário - Professora Katherine Altreider, você está demitida.

***

Katherine foi correndo à sala dos professores pegar seus pertences, com o rosto encharcado de lágrimas. Se envergonhava de tamanho fracasso, de em tão pouco tempo ter sido demitida do melhor colégio interno de Londres, por um motivo tão banal.

- Katherine! - Emily gritou, correndo em sua direção - Katherine, fale comigo!

- O que você quer? Não acha o suficiente? Eu perdi meu emprego, meu casamento, meu currículo está manchado, fora que eu não tenho para onde ir. O apartamento onde eu moro é de Maurice. Eu não tenho amigos em Londres, e não tenho dinheiro para sair da cidade e ir morar com os meus pais.

- E você acha que eu tenho culpa?

- Não completamente, mas óbvio que tem. Mas eu também tenho, de ter mergulhado nesse mar de insanidade e loucura. Enfim, não te julgo. Você é uma garota tola, não conhece nada da vida. A adulta irresponsável sou eu, afinal...

De repente, Emily a cortou com um tapa, e logo se assustou, não acreditando que pudesse ter feito aquilo:

- Eu te odeio, Katherine! Eu te odeio!

Doce Amor FatalOnde histórias criam vida. Descubra agora