Capítulo 05 - Primeira Vez

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Finalmente o conselho iria se reunir para falar a respeito do fatídico episódio entre Emily e Katherine. As duas estavam trêmulas, sentadas próximas a Maurice. Seriam longas horas de discussão. Sheldon, um homem vil e arrogante, professor longevo do colégio Arnecker Barbian, integrava o conselho ao lado de Elis, Maurice e Ernest, o vice-diretor.

***

Após algumas horas, o conselho pediu para que Emily se pronunciasse em relação às acusações contra Katherine:

- E então, Emily, - disse Ernest - tem algo que queira nos dizer?

Emily tinha um dilema: mentir ou contar toda a verdade. Ela sabia que arcaria com consequências severas de qualquer forma. Ela faria o que achava certo:

- As acusações, - começou a falar, revirando os olhos para Katherine, que estava assustada - são completamente verdadeiras. - Emily percebeu o choque de todos. - Eu e Katherine estávamos prestes a nos beijar. Mas ela não deve perder seu emprego. É uma excelente professora, e a culpa não foi dela. Foi toda minha. Eu a convenci a ir naquela maldita festa, e eu iria beijá-la. Não estávamos flertando.

***

Após o término do debate do conselho, decidiram que aquela conversa teria seu desfecho no dia seguinte. Katherine saiu da sala de reuniões aos prantos, e Maurice foi atrás.

- Ei, Katherine! Espere!

- Me deixe em paz, Maurice. Quero ficar sozinha.

Tentou correr, até que Maurice a envolveu em seu corpo e a segurou:

- Você não vai me evitar dessa forma depois do que eu ouvi naquela sala. Como seu marido eu exijo uma explicação.

Katherine tentou se soltar de seus braços, mas ele não a largava. Ela não queria olhar diretamente em seus olhos, mas se colocava no lugar dele. Ele merecia uma explicação. Entretanto, valia a pena dar o braço a torcer?

- Me solta, Maurice.

- Então converse comigo. Você me deve explicações e não vou te defender se não se abrir comigo. Além de seu marido, eu sou seu amigo. - Maurice a olhou, aflito - O que a Emily falou é verdade?

Ao olhar para Maurice, Katherine percebeu que ele estava chorando. Maurice a amava. Acima de tudo, queria que ela fosse feliz. Mas sempre acreditou que fosse correspondido.

- Maurice, eu gosto muito de você. É um bom homem, um ótimo marido. Uma pessoa culta, altruísta e dedicada. Eu queria te amar. E todos os dias eu tento. Mas meu coração pertence a outra pessoa, que eu nem sei se vale a pena...

- A Emily? - Maurice a interrompeu - É ela que você ama? Como acha que isso vai dar certo, Katherine? Relacionamento entre alunos e funcionários da equipe docente é proibido segundo as normas da escola.

- Eu sei, Maurice! E nesse momento eu só quero explodir, porque graças a mim mesma, eu posso perder meu emprego, perder você e não ganhar a Emily.

***

Emily estava trancada em seu quarto, ao lado de Jo, aos prantos. Como não queria ter entregado Katherine para o conselho. O que seria dela? Como queria parar de chorar, se levantar e falar com ela. Mas não tinha forças:

- Eu sou uma idiota, Jo. Parece que Deus me deu o dom de só fazer merda. Eu estraguei em poucos dias o futuro que ela talvez planejasse construir aqui em anos.

- Emi, do que vai adiantar se lamentar agora? Deixa de drama! O que está feito, está feito. Agora só podemos aguardar.

***

P.O.V. Katherine

Tudo o que eu queria naquele momento era me isolar do mundo. Queria sentar-me na sombra de uma árvore, como fazia quando criança, e cochilar até o céu ficar repleto de estrelas. Estrelas para mim costumavam significar esperança. Eu não sabia para qual lado correr.

Eu gostava de Emily. A forma como ela mexia com os meus sentimentos era incrível. Tudo o que eu mais queria era estar com ela. Se eu escolhesse ficar com Emily, estaria abrindo de minha carreira, que estava apenas começando.

Ah, por que o amor era tão complicado? Por que cada vez que eu me apaixonava, me sentia sendo arrastada por um buraco negro? Para que lado correr? O que eu deveria fazer?

***

P.O.V Emily

Observei Katherine de longe, tomando uma xícara de chá no pátio. Notei sua aflição, seus olhos cansados. Eu deveria apoiá-la naquele momento. Mas, e se eu estragasse tudo novamente? Minhas mãos estavam trêmulas. Não conseguia vê-la chorar e não fazer nada.

Corri em sua direção, e a envolvi em um forte abraço:

- Vai ficar tudo bem, minha querida. Eu estou aqui, - eu disse, olhando fixamente para seus olhos - estou aqui.

***

Katherine me levou para o escuro depósito do segundo andar. Trancou a porta e se aproximou de mim. E de repente, deu-me um beijo apaixonado. Com a mão esquerda acariciando meus cabelos, envolveu a outra em meu quadril, e depois, começou a me despir:

- Eu te amo, Emily. Eu não vivo sem você.

- Eu também te amo.

Katherine continuou a me beijar, e por fim, terminou de despir-me. Me senti arrepiada conforme seus lábios exploravam meu corpo, cada vez mais lento e mais excitante.


Doce Amor FatalOnde histórias criam vida. Descubra agora