Doce Amor Fatal

Capítulo 02 - A Surpresa

Durante o intervalo, Emily e sua melhor amiga, Josephine, não conseguiam parar de falar a respeito da nova professora, Katherine. Os olhos de Emily brilhavam de ansiedade sobre o que poderia acontecer naquela noite:

- Não acredito que você a chamou para a Noite de Sexta-Feira, - disse Josephine - ela é nossa professora, Emily. Não é uma garota, é uma mulher adulta.

- Ela tem 24 anos e é a maior gata, Jo. Por que eu não a convidaria? A idiota da minha vó nunca irá descobrir.

- E você acha mesmo que a professora Altreider vai? Não acha que ela tem planos melhores para essa noite do que se reunir com garotinhas do ensino médio?

- Não tente me desanimar, Jo. Não irá conseguir.

Emily não continha o entusiasmo. Acreditava que Katherine apareceria, e em consequências positivas em relação a isso. O que ela mais tinha prestado atenção durante toda aquela aula era no brilho daqueles olhos da cor do mel. Como Katherine era bonita.

Foram se sentar com Jo e Emily, Alexa e Susan, as únicas garotas que realmente gostavam delas. Susan tinha uma queda por Emily desde o nono ano, e tinha dificuldade em esconder isso:

- Hey, Emily, - disse Alexa - todo mundo percebeu você jogando charme para a professora nova.

- Ela não estava. - irritou-se Susan, fazendo um sinal com os olhos para Alexa calar a boca

- Ah, e como eu estava, - disse Emily - e podem apostar, minhas caras amigas, a professora Katherine vai na nossa "reuniãozinha" de hoje à noite.

- Emi, te amo, - disse Jo - mas não tenho paciência para aturar você toda apaixonadinha pela professora nova. Vou para a biblioteca, alguém quer me acompanhar?

Apenas Alexa se retirou ao lado de Jo. Aquela não era a primeira vez que Emily ficava falando diversas vezes de uma garota. Se apaixonava da mesma forma que trocava de roupa. Mas com Katherine era diferente. Era um sentimento completamente inédito.

- Amigas de merda, - disse Emily - ainda bem que eu te tenho, não é, Susan?

- É. Ainda bem... - disse, tentando aparentar indiferença - Mas não acha meio improvável estar apaixonada por uma mulher que conheceu há pouco mais de uma hora?

- Ora, sua bobinha, não estou apaixonada por ela. Apenas gostei dela. Não vou me encher de expectativas a ponto de acreditar que vou namorar uma mulher de 24 anos. Não mesmo.

- Até porque existem pessoas muito mais acessíveis que realmente gostam de você. - Susan a cortou, e depois levantou-se do estreito banco do pátio.

***

Após mais um de seus breves cochilos matinais, Elis foi averiguar seus pertences na primeira gaveta da mesa, à procura de alguns charutos. Foi então que viu um papel amarelado e manchado perto de um de seus pacotes.

Foi então que se lembrou do que era o tal papel. E como adorava reencontrá-lo e ler novamente. Afinal, em apenas algumas linhas, estava resumida a fase favorita de sua vida, que pode ser chamada de um nome: Agnes, a única mulher que realmente amou e o único ser capaz de despertar em seu frio coração algum bom sentimento.

"Oh, Agnes, ", ela pensava "como esquecer de você"? Seus olhos já brilhavam ao lembrar daquela época. Da magnífica juventude que viveu ao lado de Agnes, e como isso acabou de forma trágica e deplorável.

Elis decidiu parar de pensar na mulher. Tinha coisas mais importantes para se preocupar. Pressentia que Katherine seria uma pedrinha em seu sapato.