Katherine pensou em correr atrás de Emily, mas hesitou. Era melhor que ela fosse. Seria inútil tentar consertar qualquer burrada naquele momento. Era melhor deixar as coisas esfriarem.
- Eu te amo, Emily... – sussurrou para si mesma
Quando se deu conta, estava chorando. Secou as lágrimas com uma das mãos, e tentou se acalmar. Lembrou daquele momento que passou com Emily no depósito, tão momentâneo, porém inesquecível.
Mas, naquele momento, tinha problemas mais sérios com que se preocupar. Acabara de perder seu emprego. Como ficaria sua vida? E sua relação com Maurice? Tudo tinha desmoronado em tão pouco tempo. A aflição martelava em sua cabeça, e tudo o que Katherine tinha vontade de fazer naquele momento era de acordar daquele pesadelo.
- O que ainda está fazendo aqui, sua idiota? – disse Elis – Quero você fora daqui! Agora!
- Estava indo pegar minhas coisas na sala dos professores, diretora Bloedorn.
- Pois então se apresse, quero você no olho da rua, sua imunda.
***
Ao entrar na diretoria, Elis assustou-se ao ver que sua mesa estava vasculhada. As gavetas abertas, diversos papéis espalhados pela mesa. Imediatamente correu em direção ao seu enorme armário de troféus, que também estava aberto. Lá estavam armazenados diversos documentos antigos do internato, e seu enorme diário grená.
Elis se desesperou ao ver que o diário não estava lá. Haviam informações naquele maldito livro de 200 páginas que garantiriam sua prisão pelo resto dos poucos anos de vida que a restavam:
- Ai, meu Deus! – gritou – Quem roubou meu diário?
***
Quando Katherine entrou na sala dos professores, deparou-se com Maurice, que já havia guardado todos os pertences da esposa e os retirados de seu armário. Sua expressão não era de raiva ou de sede por vingança. Era uma expressão de mágoa.
- Apesar de o apartamento estar no meu nome, - ele disse – eu o considero tão meu quanto seu. Pode ficar lá o tempo que precisar, até arranjar um novo lugar para morar.
- Maurice, - disse Katherine, tentando controlar sua tristeza – você vai se separar de mim?
- É o que será melhor para todos nós, querida. Eu agi de forma tão agressiva e prepotente... eu não sou assim. Sou o mais equilibrado e racional da minha família. Quero que saiba que eu lhe desejo toda a felicidade do mundo, e que sempre serei seu amigo. Boa sorte, Katherine.
Katherine o abraçou, e ao perceber que Maurice estava chorando, não conteve suas lágrimas. Katherine não fazia ideia do que o destino reservaria a ela, mas estava pronta.
***
07 de dezembro de 1948
Ainda não acredito como consegui fazer tamanha crueldade. Todavia, foi necessário. Regina e Logan poderiam me derrubar a qualquer custo. Não iria deixá-los criar um motim contra mim.
Ninguém jamais poderá saber disso. Jamais.
Ao ler aquilo, Emily encheu-se de lágrimas. Sua avó havia matado seus pais. Ficou em choque. Apesar da personalidade de Elis, era difícil acreditar que a própria avó poderia ter cometido tal crime.
***
- Elis, - disse Sheldon - há uma visita para você.
- Não vê que estou ocupada, Sheldon? Mande a visitar vir mais tarde.
- Ela disse que é muito importante te ver.
- Então a leve para a sala de reuniões e a mande esperar cinco minutos.
- Sim, senhora.
***
Assim que Elis entrou na sala de reuniões, ficou extremamente surpresa com a pessoa que a esperava lá. Após décadas, um inesperado reencontro.
- Elis Bloedorn, tantos anos se passaram, e você continua a mesma infeliz de sempre.
- Agnes?!
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Doce Amor Fatal
Любовные романыA história se passa em 1965, em Londres, quando a jovem e recém-formada professora Katherine Altreider chega à cidade para dar aulas de literatura em uma escola só para meninas. Lá, se encanta por uma de suas alunas, Emily Bloedorn. As duas acabam s...