- Capítulo 60

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- Será que ele soube do beijo e está bravo? - pergunto a Stefan, ficando sentada no pé da cama.

- Não. Não iria ser por pouca coisa. - ele suspirou. - Ele deve ter uma boa explicação. Terminar... assim, do nada, estranho.

Levantei da cama e fui ao banheiro lavar meu rosto.

Me encarei no espelho. Eu precisava falar com Dylan, eu precisava dele.

Quando voltei ao meu quarto, Stefan me esperava.

- Ele ligou, está voltando hoje.

Em meio a tudo que Dylan havia falado, eu fiquei feliz por ele estar voltando. Queria tirar essa história a limpo, mas primeiro queria sentir seus braços me apertado para um caloroso abraço.

Dylan estaria vindo logo e eu queria me arrumar. Uma onda de emoção saltitava em mim, não sabia se ficava feliz ou triste.

Tomei um banho demorado, que tirou todo o peso que estava sobrecarregado em mim. A água quente do chuveiro me aliviava.

Vesti uma calça e um moletom. Estava frio, muito frio.

Estava sentada na cabeceira da cama, esperando ele. Tentei decorar o que eu ia falar. Parecia que ia ser a primeira vez que falaria com ele, não sei porque estava assim, talvez o tempo nos afastará um pouco.

Meu celular toca, me fazendo sair dos pensamentos.

- Oi? - disse, meia rouca.

- Me encontre na praça, perto do centro. - Dylan disse, bem direto.

- Amor... Por que você está assim? O que está acontecendo?!

- Daqui 15 minutos.

Ele desligou. Suas palavras foram tão brutas que me assustei.

Me apressei em chegar o quanto antes na praça. Peguei um ônibus que ia no centro, e cheguei em menos de 10 minutos.

Procurei ele, no meio da praça, pouco movimentada. Ele estava sentado em um dos bancos, sério.

Dylan vestia sua jaqueta de couro e seu jeans preto. Seu cabelo caia sobre a testa, molhado.

- Oi... - disse tímida me aproximando.

Ele não respondeu. Apenas se levantou e manteve seu olhar dourado firme. Não pude me conter e o abracei.

Abracei-o com tanta força, como se fosse nosso último abraço, mas ele não retribuiu, ficou rígido.

- Me explica o que está acontecendo Dylan... - me aconchego em seu peito.

- Venha.

Ele me tirou de seu peito e segurou minha mão, me guiando para um café próximo.

Estava de frente para ele, na mesa. Ele havia virado o rosto, observando a movimentação de fora.

- Por que quer terminar? - suspendi o silêncio.

Ele me encara.

- Mah... Eu fui ameaçado de te perder. Você sabe o que isso significa?! Te ver protegida é o que mais quero.

- Ameaçado? Como assim?!

- Pessoas inocentes já morreram por minha causa. Tudo isso por ganância. Superei todas, mas perder você... isso eu não quero.

- Não vai me perder, porque eu sempre vou estar contigo.

- Mah, você não entende?! Você poder ser morta, por minha causa. - senti sua raiva. - Não posso mais ficar com você.

- Não pode me deixar por algo tão idiota ! Vai abrir mão do nosso relacionamento, do nosso amor?

- Se for pra te ver bem, sim !

- Dylan, você está sendo tolo. Afinal, acha que vai ser tão fácil deixar de te amar? Não pode terminar comigo, você... - ele me cortou.

- Chega Mah. Você acha que não dói falar isso pra você? Que dizer em te deixar é fácil?! Eu te amo mais que tudo nessa vida, mas isso é para seu bem... - as palavras dele me rasgaram inteira.

- Se me ama, deve ficar comigo. - senti lágrimas escorrerem nas minhas bochechas.

- Não posso. Acho que nós dois sabemos que... nunca ia dar certo.

Ele estava levantando, mas segurei sua mão.

- Se sair por essa porta. Vai me perder para sempre Dylan...

Aqueles olhos cor de mel me encarava, profundo.

- Você tem Stefan. Ele te dará tudo que precisa.

- Mas quem eu quero é você.

- Adeus Mah, será melhor não nos falarmos.

- Dylan... Não terá outra chance.

Ele não disse nada, apenas saiu pela porta, me deixando às lágrimas.

Suas palavras fizeram um corte tão profundo no meu coração. Me deixando em pedaços.

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