- Capítulo 64

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Os dias foram se passando tão de pressa que se tornaram meses.

Stefan me fazia sorrir e soltar várias risadas, mesmo nos momentos tristes.

Eu e ele fomos nós tornando mais próximos. Eu não queria ter nenhuma relação, mas ter ele me fazia bem e feliz.

Perdi contato com Dylan, ele realmente desapareceu. Só sabia que ele estava viajando e fazendo coisas importantes, dizia Logan. Fazia 6 meses que ele se foi, por mais que tentasse, lembrar dele me doía.

Mas com o tempo eu amadureci e me tornei experiente. Uma caçadora ágil e cuidadosa. Uma sentinela astuta.

Logan sempre se orgulhava do meu trabalho na matilha. Para quem nunca se destacou e não tinha nem se quer uma função, eu estava numa fase boa.

Aprendia mais e mais a cada dia. Mas na hierarquia, eu estava abaixo de todos, por não ter tanto tempo de loba como os outros.

Aliás, ia fazer 1 ano que estava como loba. Me acostumei em ter pelos e garras, fui obrigada a gostar, assim dizemos.

Em uma das minhas vigias, eu havia matado um lobo invasor. Foi tão instintivo, que nem soube como fiz aquilo.

Eu havia o mandado ir embora e ele não me obedeceu. Logan disserá que lobos invasores só causam problemas e prejuízos e a única alternativa seria afugenta-lo ou matá-lo.

E foi isso que eu fiz. Como dita as regras. Ele parecia ser jovem, talvez fosse transformado sem sua permissão, assim como eu.

Talvez eu até o livrei de um futuro ruim. Normalmente, lobos desgarrados, sem alcatéia sempre acabam morrendo, por fome ou pelas feridas de brigas.

Ele estava muito desnutrido e fraco, e mal lutou contra mim. Foi uma morte rápida. Nunca fui de matar por prazer, e fiz de uma maneira rápida.

Até Stefan ficou surpreso comigo. Quando estávamos na forme humana ele me perguntou :

- Você se sentiu satisfeita em matá-lo?

- Não. Eu só o poupei de um futuro trágico. - disse fria.

- Tá certo. Eu matei somente 8, no total. - ele disse, mas não se gabando. - Você tem que se acostumar. Muitos imploram pela vida, mas as vezes tem que ser feito.

- Dylan matou quantos? - perguntei, curiosa, Dylan nunca falou de sua vida como filho do Alfa.

- Acho que uns... 113. Presenciei 19. - ele mexeu os ombros. - Não queira vê-lo bravo.

- Se é que vou vê-lo.

- Você sente falta. Falta dele? - Stefan olhou nos meus olhos, parecia que ele queria tanto minha reposta.

- Não. - falei.

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