- Capítulo 61

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Ainda estava em choque. Dylan realmente havia me largado naquele lugar? Me deixado, para sempre ?!

Eu senti uma dor imensa no peito, as palavras de Dylan me cortaram como uma faca. Estava quebrada, meu coração estava em pedacinhos.

Enxuguei minhas lágrimas. Se ele não derramou uma se quer lágrima,  por quê estaria me humilhando?

Eu queria me isolar, ficar em um canto e pensar. Chorar também.

Corri para o banheiro do café. Não havia ninguém. Tranquei a porta e encostei na parede.

Meu choro foi silencioso, apenas as lágrimas escorriam. Me contive em não gritar, eu sentia essa necessidade.

Dylan me deixará e eu tinha que me consolar com isso, ele mesmo disse que não me queria mais.

Que nunca ia dar certo. Eu não queria pensar assim, mas era verdade.

Eu estava sendo muito fraca, mas o que ele fez foi muito insensível. Como posso deixar de amá-lo? Esquecer tudo, assim do nada?!

Enxuguei as lágrimas . Tudo o que eu queria era um tempo, de tudo. Me recompus e sai firme daquele banheiro.

Voltar para a casa era onde eu não queria ir. Dylan poderia estar lá e não suportaria vê-lo de novo. Não depois do que ele disse, talvez eu estaria sendo egoísta em tê-lo só pra mim, mas ele também tinha que pensar em nós.

Eu queria fazer algo para essa dor dentro de mim sumir, desaparecer.

Entrei em um bar lotado e pedi uma bebida forte e me deram um copo de vodka. Eu só queria esquece tudo e todos.

No quinto copo, eu já estava acabada. Mas ainda não me satisfiz e pedi mais. Se era para parar de sofrer, aquilo ainda era pouco.

Alguns homens sorriam e ofereciam mais uma rodada para mim, mas eu os ignorei. Eu só quero encher a cara e não cair em outros braços.

Já tonta, acho que é hora de ir embora. Na saída, um homem que ficou me encarando no bar me encurralou.

- Já vai? Tá cedo linda. - ele disse, chegando perto demais de mim.

- Com licença. - me distâncio dele.

- Calma. Fica aqui. - ele segurou meu pulso. - Você é uma gracinha.

- Me solta. - gritei.

- Ah que isso. Você vai gostar.

Ele começou a beijar meu pescoço, tentei empurrá-lo mas estava tão tonta que nem consegui. Ele prendeu minhas mãos, me deixando desprotegida.

- Para... por favor. - disse, mas ele continuou, passando a mão nas minhas pernas e na minha cintura.

- Solte-a. Agora. - aquela voz me trouxe conforto.

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