Capítulo 4

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A TEMPESTADE

Assim que a aula acabou Vick saiu correndo ela não queria conversar com Isis, pelo menos não agora, sua cabeça estava um caos. Quando ela saiu da escola a tempestade desceu com força, a chuva era tão grossa que os pingos doíam quando batiam na pele, e o vento forte derrubava galhos de arvores no meio do caminho. O céu era de um negro profundo, parecia mais uma noite de inverno do que meio- dia de verão. E os sentimentos de Vick se encontravam da mesma maneira, depois de andar um quarteirão ela já estava completamente encharcada suas roupas pesavam toneladas, mas ela começou a correr, e com isso o vento começou a rugir mais forte, como se os dois estivesse em uma competição para ver que era mais rápido e forte.

Ao redor dela os carros paravam, pois não era possível ver nada, a rua começou a se alagar, já não era possível ver o asfalto, agora tudo era um rio. O coração de Vick batia acelerado no peito, o que ele me falou? O queria dizer Hetep? Algo dentro dela respondia, mas ela não conseguia entender, tudo estava tão confuso, como ele sabia o que queria dizer Malak? Porque aquela palavra parecia tão familiar? Quando disse em voz alta foi como se ela já a tivesse dito vez sem fim. 'Anjo' ela nem mesmo acredito nisso. Tudo que ela sabia era que algo não estava no seu lugar, seus pés começaram a doer, ela olhou em volta, não tinha a mínima ideia de onde estava. Ela correu tanto que nem prestou atenção para onde ia, estava em um descampado e um medo atroz a dominou, um trovão gritou no céu, o frio que ela sentia doía até os ossos foi quando um raio caiu perto dela, por um triz não a acerta. Vick ficou choca com aquilo onde eu estou? Pensou. Como vim parar aqui?

Ela só queria um pouco de paz, tudo começou a girar e de longe, do meio da tempestade ela ouviu uma voz lhe chamando, ela tinha certeza que falava com ela, e a chamava mas não o seu nome, a chamava 'Hetep' o seu coração começou a se acalma, como se aquela palavra fosse um calmante, seus olhos se fecharam e ela se concentrou na voz que continuava lhe chamando 'Hetep' como por magica a chuva parou, o céu começou a se abrir, um raio de sol surgiu em seu rosto, ela podia sentir o calor, o frio e o medo que ela estava sentindo sumiram e tudo que ela sentia agora era paz.

Ela ouviu o seu nome.

--Victoria.

Aquela voz, agora ela conseguia pensar, ela conhecia. Um arrepio percorreu seu corpo mas não era por causa do frio, um reconhecimento assustador tomou conta dela, era como se um filme estranho passe em sua mente, ela viu várias cenas ao mesmo tempo, mas nada que ela conseguisse definir, era muito rápido. Ela abriu os olhos bem devagar, sabia o que veria, ou melhor que veria.

--Victoria, você está bem? – A voz de Enos era tão suave que mais parecia um sussurro. Ele a olhava com carinho, seus olhos tinham a cor do sol novamente.

--Eu...- Vick não sabia o que dizer, Enos tocou no braço dela, e o seu rosto ficou tenso, ele fechou os olhos como se aquele toque doesse. – Professor o que tá fazendo aqui? – ela conseguiu dizer.

--Eu vi você saindo correndo de baixo daquela chuva e fiquei preocupado. – ele não abriu os olhos para responder, e antes que ele pudesse se afastar Vick se aproximou dele e se encostou em seu peito, as lagrimas que até agora não tinham sido derramadas caíram, ele a abraçou, a dor o corroía por dentro, mas tê-la em seus braços novamente depois de tanto tempo era maravilhoso.

Vick podia ouvir o coração dele disparado no peito, aqueles braços em volta de sua cintura, era mais confortador que qualquer outra coisa, ela o abraçou com força, ele era alto, mais naquele momento parecia que tinham quase a mesma altura, ao pouco ela foi se acalmando, enquanto ele acariciava seus cabelos, aquele toque era tão familiar, tão surpreendentemente bom, era como ser acariciada por plumas, suas mãos eram tão leves e macias.

Verdadeiro Eu. E se, tudo for um sonhoOnde histórias criam vida. Descubra agora