Verdadeiro Eu. E se, tudo for um sonho

Capítulo 7

A RESPOSTA

Vick chegou na escola ás 6:25hs, não fora difícil convencer sua mãe de que ela precisava chegar mais cedo para revisar a matéria para a prova, mas à medida que o tempo avançava ela começou a ficar nervosa. Ás 7:10hs ela percebeu que seu plano infalível, havia dado errado. Enos não foi para a escola. Quem ele pensava que era para fazer isso? Como ele tinha coragem de não aparecer.

Assim que Vick entrou na sala Isis sussurrou para ela.

--Você e eu temos que conversar.

--Eu sei, no intervalo nós conversamos.

--Tá.

A primeira aula era de Geografia e como as provas eram na semana seguinte, Vick se forçou a prestar atenção, só para afastar a cabeça de Enos e na conversa que tiveram, seu humor estava péssimo como o tempo, será que mais alguma coisa poderia dar errado.

Como que por coincidência, Andrew senta do seu lado na aula de Física.

--Vick, você melhorou?

--Sim, não estou aqui? – disse mal humorada.

--Ai, ok já vi que você está azeda hoje, mas só queria que você soubesse que se precisar conversar, tirar algumas dúvidas eu estou aqui. – ele lançou um sorriso para ela – Sempre estive aqui e sempre vou estar, ao contrário de outros que sempre te abonadona sem respostas. - Aquilo era do que Vick precisava, no seu sonho Drew estava lá, então ele deveria saber de toda a história. Pois então se Enos não queria lhe contar nada ela perguntaria á Drew. Como se ele pudesse ler seus pensamentos, o sorriso dele se alargou mais ainda, e ele acrescentou – porque não matamos a próxima aula e conversamos um pouco, ou se você preferir pode vir a minha casa depois do almoço, e conversamos lá.

--Tudo bem, eu vou com você depois da aula, tenho algumas perguntas para você, e quero respostas! – Disse Vick enfática.

Uma trovoada foi ouvida no céu, e o coração de Vick deu uma pontada, ela sentiu um frio, um arrepio apavorante subiu por seus braços e pernas, mas era tarde para voltar atrás.

No intervalo, Vick teve que inventar um monte de desculpas para Isis sobre o que tinha acontecido, da verdade Vick só contou que se perdeu e demorou para achar um lugar familiar para poder voltar para casa, mas o resto ela omitiu, sabia que não podia contar para sua amiga sobre Enos, Isis no mínimo iria achar que Vick estava louca.

Depois da aula, Vick foi com Drew. Ela já havia avisado sua mãe que precisava estudar um pouco para as provas, além do mais tinha a cobertura de Isis, pois Vick tinha conseguido convence-la de que Drew precisava de ajuda para a festa. A casa dele era bonita, tinha um jardim na frente, como a casa que sua mãe havia crescido e ela própria nascido, dentro tudo era muito bem decorado, na sala havia um sofá de canto preto para doze pessoas, uma televisão enorme de última geração, e uma lareira. Drew a levou para a cozinha, onde uma senhora preparava o almoço.

--Essa aqui é Elena, se não fosse por ela eu morreria de fome, pois meus pais não sabe cozinhar nada. – ele a levou para a varanda sem nem mesmo dar tempo de Vick responder alguma coisa – aqui será melhor para conversamos, aliás se você quiser podemos ir para o meu quarto?

--Não aqui está bom, faz alguns dias que o sol não aparece direito, vamos aproveita-lo.

--Claro! – eles se sentaram em um sofá – Então Vick me conte o que o Enos aprontou dessa vez?

--Por que você acha que ele aprontou alguma coisa? – as palavras saíram meio vacilantes.

--Porque ele sempre faz isso com você. – Drew viu como suas palavras acertaram em cheio, ela já sabia de alguma coisa, ele só tinha que sondar até que ponto. – O que você sabe? Vamos começar daí.

--Primeiro eu quero fazer uma pergunta?

--Qual?

--Quantos anos você realmente tem?

--Boa pergunta, você é mais esperta do que aparenta – ele riu – não posso dizer exatamente, pois não me lembro de uma data, mas posso te dizer que essa é por alto minha 1000° festa de aniversário de 18 anos. – ele pode ver o rosto de Vick ficar mais branco do que o normal. – Desculpe se te choquei, mas você me perguntou e eu quis ser sincero.

--Obrigada, eu só não... – ela pigarreou – imaginava que seria tanto, então Enos é tão velho... – ela não terminou.

--Sim, ele é tão velho como eu.

--Mas você não aparentam. – disse Vick sem saber bem o que isso significava.

--É verdade, mas nós sempre tivemos essa forma, ou melhor esse rosto angelical. – Quando Vick ouviu essa palavra seu coração disparou no peito, e o significado do nome Malak lhe veio à mente. Drew podia ver no rosto dela que sua indireta tinha surtido o efeito desejado.

--Então vocês são... – Vick não conseguia terminar.

--Somos anjos, Victoria. – disse e se levantou. Vick não estava preparada para o que vinha a segui, sua cabeça latejava e seu coração se apertava no peito, ela fechou os olhos por um momento tentando se acalmar, não poderia ser verdade, Enos não poderia ser um anjo, ou será que podia, seu sonho voltou a mente ele em pé no portão ela podia ver algo aberto atrás dele eram asas. Quando ela abriu os olhos o choque foi maio ainda, Drew havia tirado a camisa e atrás de seus ombros saiam asas, um grito brotou em sua garganta, ela estava atônica as asas dele eram enormes em um tom prateado, alguns raios de sol batiam nas penas e eram como olhar para a lua. – Agora você já sabe a verdade que ele não teve coragem de te contar – Drew estendeu a mão para ela – Venha eu quero te mostrar algo. – Vick colocou sua mão na dele, e um segundo depois ela estava colada nele. Drew a apertou contra si e tomou impulso.

Vick fechou os olhos, seu coração martelava no peito, ela se recostou no peito dele e podia ouvir o coração dele batendo forte também, sentiu o vento batendo em seu rosto, e seus pés já não tocavam o chão, a respiração de Drew era pesada e pela primeira vez ela sentiu o perfume dele, era parecido com a flor que ele havia deixado em sua casa no dia anterior, Vick respirou fundo e abriu os olhos, viu que estavam mais alto que as nuvens.

--Drew, por favor volta. – a voz dela saiu fraca.

--Eu só queria que você visse o que Enos sempre privou de você, ele nunca te amou de verdade, não como eu. – Drew colou os lábios nos de Vick, o coração de ambos começaram abater ainda mais forte, o beijo a princípio era terno, mas logo depois se tornou apaixonado, cheio de calor, era como estar diante do sol e ser queimada viva, Vick sentiu seu corpo reagindo cada célula do seu corpo ardia de desejo, naquele momento ela esqueceu até mesmo do medo de altura, tudo que ela queria era se perder naquele beijo era assim que sempre havia sonhado ser beijada, mas agora ela não sabia se era real. Ela abriu os olhos Drew a estava encarando, colocou a testa na de Vick e olhou no seus olhos – Você é minha amada Sophia, você tem que se lembrar. – Drew a apertou novamente contra seu peito e começou a descer, Vick não sabia o que pensar seu coração batia descompassado e sua mente não conseguia acompanhar.

Quando ela sentiu seus pés no chão ela se soltou do braço dele, e saiu correndo, ela precisava de tempo para pensar, para descobrir o que era real e o que poderia ser um sonho. Seus pensamentos e sentimento eram uma confusão só. Ela correu até o ponto de ônibus mais próximo e entrou no primeiro que apareceu, se sentou no fundo e tentou se acalmar, seu mundo estava se tornando um caos, o que era tudo aquilo? Será que ela conseguiria sobreviver? Mas ela queria respostas e obteve algumas.

Vick não viu o sorriso triunfante no rosto de Drew. A expressão de alegria que aquilo tinha dado a ele, mas ainda faltava terminar, ele acabara de ganhar a confiança dela e amanhã ele ganharia muito mais, ai sim poderia contar o resto, a verdade que Enos tanto temia que ela descobrisse, tudo estava correndo certo dessa vez, e Drew torcia para que fosse a última.