Verdadeiro Eu. E se, tudo for um sonho

Capítulo 11

Sem revisão

CONTANDO A HISTORIA

--É bem complicado mãe, acho que agora é a minha hora de contar uma história. – Vick respirou fundo, olhou ao redor, agora era a hora de tentar colocar em palavras o seu dia louco. – Eu sou a mulher da profecia!

--Como assim? – Alice mantinha os olhos fixos no de Vick.

--Eu nasci na família certa – ela começou – e eu conheço o anjo da história, ou melhor os anjos. – o rosto de Alice ficou branco.

--Anjos?

--Sim, você os conhece... – Vick se levantou, aquilo era loucura. – Enos e Andrew são anjos. – disse de uma vez.

--Seu professor e o seu colega de escola?

--Sim, eu tive um sonho estranho a uns dias para trás, quando eu li aquela lenda do Egito, sonhei que estava andando no deserto e gritando um nome, Malak – Vick respirou fundo e se sentou na cama de frente para Alice – Eu nem sabia o que pensar, fui para escola, e lá tentei achar na internet o significado do nome, Enos estava lá e viu como eu fiquei aborrecida por não conseguir descobrir o que estava procurando, ele me perguntou o que era, eu respondi, foi quando ele me olhou nos olhos e me disse o significado. – Vick parou olhou para as suas mão.

-- E qual era Vick?

--Anjo! – Vick sorri sem graça - Meu anjo. Era isso que eu estava chamando no sonho, chamava por ele. Então no intervalo das aulas eu o vi passando, e ele me chamou de Hetep, Isis disse que ele não tinha falado nada, mas eu sei que ele disse – Vick encarou Alice – depois da aula eu estava transtornada, não podia voltar para casa daquele jeito, e a chuva começou a ficar forte, comecei a correr, não sabia o que fazer, quando dei por mim, estava no meio de um descampado, os trovões e raios me assustaram, ai eu ouvi no meio da chuva Hetep, ele estava me chamando, logo depois a chuva começou a diminuir e lá estava ele parado na minha frente. – Alice encarava Vick com um olhar de amor.

--Ele foi atrás de você.

--Sim, eu o confrontei, queria saber tudo, sabia que o conhecia, que durante séculos nós nos havíamos encontrado, então ele disse que não poderia dizer nada, que se me contasse alguém me tiraria dele de novo. Eu argumentei dizendo que dessa vez seria diferente, não sei por que mais tenho certeza disso – Vick fechou os olhos – mas ele me disse que era essa nossa maldição, eu ter certeza e me apaixonar por ele. – Vick abriu os olhos, eles estavam cheios de lagrimas – eu não sabia o que fazer ele me deixou lá sozinha, eu queria resposta.

--Eu sei que deve ser difícil para você descobrir tanta coisa de uma vez, eu deveria ter te contado sobre seus pais, sobre mim, mas eu tinha tanto medo que você fosse sumir, ficar revoltada, me abandonar.

--Há mãe eu te amo, nunca vou te abandonar, você é minha mamãe, eu é que tenho que ter medo de você fugir quando terminar o resto da história.

--Então vamos fazer um chá e você me conta o resto.

Vick contou para Alice sobre o sonho que teve no dia em que estava doente, sobre o plano de colocar Enos contra a parede, e como isso não deu certo. Contou sobre a conversa com Drew, sobre o susto que teve quando ele lhe mostrou suas asas.

--Eu fiquei apavorada, e quando ele me beijou eu senti algo, não sei dizer o que, mas eu sabia que havia uma ligação. – Vick olhou o relógio já eram 0:58hs. – então ontem fui à festa para conversar com ele, queria saber o resto da história.

Alice ouviu todo o relato, de como Drew havia induzido Vick a entrar no banheiro e como ela chegou na casa dele, tudo que ele havia contado para ela.

--E você acreditou em toda essa história?

--Toda não, eu sabia que havia alguma coisa entre nós, então fui procurar o Enos, mas não sabia onde ele estava, foi quando eu consegui abrir a fenda no tempo, e o encontrei no alto de uma montanha, quando ele me viu, parecia até que ele estava vendo uma assombração – Vick riu – agora até parece engraçado, mas na hora não foi, nós conversamos e ele me contou uma outra versão da história. – ela tomou mais um gole de chá – ele me disse que eu era uma espécie de professora para Adão e Eva, que quando eles erraram, eu fiquei muito triste, mas ainda tentei ajuda-los, mas que com o passar do tempo eu fui ficando cansada, até que um dia fugi com o Drew, que ele custou a me encontrar – ela riu – é engraçado todos dois disseram que me amavam, mas pelo que parece era mais uma competição para ver quem ficava comigo. – Alice também riu.

--Os machos de qualquer espécie sempre competem.

--Eu sei, mais ai ele me disse que Drew tinha lançado um feitiço em mim, e que ele me levou para o meu pai, e que ele por sua vez me levou para um tal de Uriel, que disse que eu teria que morrer, aqui é que a história muda, porque segundo Enos foi ele quem pegou o tal fruto, mas que alguém o entregou, e que ele foi amaldiçoado a ficar na terra, que o próprio Gabriel veio resolver o problema, que ele me achou na fogueira e me deu o fruto, mas que mesmo assim, eu morri. – Vick passou a mão nos cabelos – ele me disse também que a maldição dele era me ver e tocar em mim, mas eu não posso me apaixonar por ele, e que Drew pode me ter, pode...- ela fez uma pausa – me amar... se você me entende, mas logo depois eu morro. – Vick parou e suspirou – no final eu sempre morro, agora eu só tenho que decidir se morro nos braços de um ou do outro.

--Na verdade Vick, acho que agora é diferente mesmo, se você é realmente a própria Sophia, você pode pôr um fim em todas essas maldições, mas tem um porem alguém vai sair machucado. Sempre tem alguém que sai machucado. – Vick deu um sorriso amargo.

--Eu sei mãe.