dialeto- parte 2

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O som das rajadas o cinza do céu cai como fuligem que na neve suja rasteja como véu. Um manto vermelho Empoçado no chão. Entre trincheiras e arames, um monte de aberração. Morte é o aroma no ar e o beijo dela será uma das últimas lembranças que há, fora o pingente em formato de coração com uma foto de família mostrando a única razão pra estar lá. Recostado na fria porta do caminhão sua arma apontada pro inimigo esperando não precisar usar e no meio de tanta destruição resolve se acalmar põe a mão no bolso de sua jaqueta acende um cigarro e começa a fumar. O fim logo chega, sem nem ao menos perguntar. Esse é o dialeto da guerra.

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