O vagalume sem luz e a cigarra sem som

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Esse é um texto antigo que preferi não mexer muito na composição...
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Hey, bom dia. Seria algo que diria se ao menos a luz agraciar minhas vistas e iluminar esse medo diário de caminhas por ruas, vielas e esquinas no escuro de minha consciência. Sedento por algo impossível, amante do abstrato, vendo o mundo pelo tato. Esses risos, olhares assustados que nunca pude ver, mas sinto a opressão julgando, enojados.  Imagino a praia e o por do sol, minha esposa conta cada detalhe sem fugir um se quer, perdemos a tarde deitados num estepe frente ao mar. Tenho medo, subconsciente de nunca ser o suficiente, fraco ademais. A luz que só posso ver em delírios soturnos, ou enquanto me perco nos movimentos de minhas mãos . A frieza me surpreende. O calor dela me aconchega. A soberba enrruste. Pergunta se acho-me inferior? Não mesmo, porém sinto-me desgraçado ao saber que amo sem ver, e encorajado ao ser amado por alguém me ver. Amo o nome, amo a fala, a atenção e tudo que te forma ao escorrer minha mão sobre você. Meu mundo é cego assim como muitos por aí, viver sem ego as vezes é dificil resistir, se jogar sem medo do impossível conseguir . Me ver sem ti, nunca vai acontecer ja que não posso me ver e sem ti não dá.
Que o final seja só felicidade para o vagalume sem luz.

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As vozes cantam, pelo menos é o que tentam me apresentar , eu é claro nem sonho em escutar, não por que ignoro, e sim por que não posso ignorar.
A muito vivo o silêncio d'alma imaginando sons que nunca ouvi, distraindo o mundo.
Enfeitando as pessoas. Não sinto falta do que nunca tive, nem desejo oque não posso. Eu penso, é claro, da minha maneira, eu ouço o que minha imaginação se solta, como pensa os alemães em alemão ou os cegos imaginando o mar. O som não é um tabu se as linguagens forem imagens para mim. Sonho com tons mudos e durmo sempre no silêncio da madrugada. Minha vida é tranquila com meios agitados, socorros apressados. Não ouço a voz do meu medo, por pouco não reconheço quem sou. Agudo ou grave o sonho escapa pelo ar preso em apanhadores de sonhos.  Viver, ou quase isso se me permite pensar...

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