se eu visse o que ela vê

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Ela vê o mundo como quem dorme.
Um olhar brilhando no espaço e outro fechado.
Um universo estrelado e o outro vazio.
Existir, ser alguém, a torna mais humana, reconhecendo limitações.
Basta sorrir com tiros de amargura e a falsidade ideológica mostra-se forte ademais, onde nem a paz impera.
Com toda sua pequenez ela mantém a postura ereta como humana sociável, mas corcunda como um ser indeterminável.
Pergunta a sí mesma todo dia " se todos deixarem de existir a santa perderá as preces?" Ou seja, humanos sem um par significam um ser infindável sem problemas limiares, sem éon para vida circundante.
Deuses que abraçam as sombras e beijam a luz. Será que essa é a arte de "a criação de Adão" que nem Michelangelo sonhou, onde podemos enfim tocar Deus nos tornando um pouco de seu semblante?
E ela sente parte do incompreensível universo de outras pessoas com a empatia, aquilo que aperta o peito e tem o rigor do cheiro das flores, fora o diferente o habitual é tão mórbido.
Sentimento arrebatador de estar na casa de outra pessoa e sentir-se incluso na vida alheia e perceber um outro ponto de vista dentro de um mesmo mundo e descobrir muitas formas de sonhar. Gostaria de ao menos tentar? Viajar a lugares sem fim com um novo olhar sobre a criação do divino. Calma ao vagar sozinha no espaço. O gosto do que você não lembra naquilo que menos espera. E ela sente hoje o que a muito não lhe completa, que derrete em paz.
-que bom. ; ela exalta com tom calmo, solene e maravilhoso.
Pena que nunca dura o suficiente... Só leva o tempo de aguar e depois voa pra longe para, talvez, nunca mais voltar.
É o silêncio que viaja nas riscas de um sorriso desbotado.
Reconhecer o vazio faz parte, entender o amar é muito mais complexo que viajar a marte. E a morte é o ponto absoluto de transição que nos guia a jornada infinita do saber. E ela dorme pra nunca mais acordar, como nem a guerra pôde se ausentar.
Desliza suavemente no abismo carregando as últimas tragadas de ar poluído deixando falecer seus pulmões que doravante gritava por piedade.
Mesmo sorrindo a moça de cabelos castanhos e olhos verdes deita sobre a poça vermelha entre as folhas de outono sobre um céu tão marte de se apreciar.

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