Melhor Amigo Hétero ✔Romance Gay✔

1° Capitulo.

--Nã...nã...nã...não tem nenhum motivo mano, eu só ando meio estressado... É, é isso! As provas de fim de ano tão vindo aí e eu não fui muito bem esse ano...

--Aaahh conta outra Marcelo, tu é um dos melhores alunos da porra daquele colégio e vem com essa pra cima de mim? Ta achando que eu sou idiota?

--Não mano, claro que não, eu só... Olha, nós sempre fomos como irmãos, jamais iria fazer algo que fosse te deixar chateado comigo.

Ele fechou os olhos e respirou fundo, seus músculos deram uma leve contraída, algumas veias haviam inchado em sua testa e nas laterais de seu pescoço.
Eu não sabia o que fazer, era errado todo aquele ciclo de mentira que ficava cada vez maior dentro de mim, porém, eu não poderia simplesmente chegar perto dele e dizer o que andava sentindo a algum tempo por ele.
Acabei viajando em meus pensamentos e quando me dei conta ele já não estava mais alí como outrora.

Era estranho...uma sensaçao apavorante, me remetia momentos bons, mas ao mesmo tempo me levava a um futuro incerto e nublado.

Deitei minha cabeça sobre o travesseiro e me apeguei a momentos que tive ao lado de Diogo desde que tinhamos 9 anos, éramos moleques travessos...rsrs

Talvez eu estivesse ficando louco, pirando... Pra falar a verdade eu me sentia feliz com toda aquela situação. Até lembrar dele naquele momento de raiva à poucos minutos atrás me deixava anestesiado.

Decidi por ir atrás dele e tentar conversar com o mesmo, precisava arranjar uma maneira de faze-lo conversar comigo... Não estou exagerando, ele realmente era muito mimado e cheio de não me toque, quando se irritava nem adiantava tentar conversar.

Olhei pela janela do quarto e vi que ele estava saindo em seu carro, realmente não iria adiantar ir até la.

--Provavelmente vai atrás de alguma puta...

Primeiro me veio uma raiva, depois bateu aquela tristeza e quando dei por mim ja estava chorando, uma bipolaridade louca.

Só quem ja amou sem ser amado sabe o quão ruim isso é, ainda mais se existir uma convivência entre ambos, assim como em meu caso.

A noite começou a dar as caras e eu não tive ânimo nem se quer pra levantar...

Eram quase 8:00 da noite, fazia tanto frio que me fez lembrar de um filme que tinha assistido a uns dias atraz, acho que da era do gelo.
-Ô lugar gelado do cão...
Uma das falas do personagem me fez cair na gargalhada...

Depois de rir tanto me veio um desespero, um aperto tão grande no peito, acabei chorando outra vez...
Peguei o celular e coloquei minha música favorita pra tocar.

Marry me...
.....................
.....................

Acabei dormindo e no meio da noite acordei me sentindo distante, como se minha alma estivesse longe do corpo, ao longe ouvi o barulho de pessoas conversando, pareciam felizes... Um deles gritou e o silêncio se fez presente, levantei, olhei pela janela e vi Diogo aos beijos com a vizinha...

--Te desejo toda a felicidade deste mundo, que...

Resolvi me recolher, sair daquela janela, algumas coisas devem ser deixadas de lado... Voltei pra cama, abracei o travesseiro e tentei dormir outra vez, tentativas em vão, tentei todas as posições possíveis pra dormir e nada de dar certo, sentei na cama e fiquei pensando em uma forma de esquecer tudo aquilo, todo aquele sentimento pertubador, angustiante...

Passei a me sentir a pior pessoa do mundo por estar gostando de alguém que se considerava meu irmão, meu melhor amigo, e se um dia tudo viesse a tona? Ele iria querer continuar com nossa amizade?
Meio óbvio, ele sempre falava que os gays eram o câncer do mundo.

Depois de pensar além da conta decidi fazer uma viajem, iria passar um tempo longe, esquecer do resto do mundo, me isolar em algum lugar bem longe Dalí.

Minhas notas na escola eram razoáveis, nao precisava me preocupar, depois acertaria com os professores, uma prova extra talvez. Viajar sozinho é que era o mais difícil, mesmo ja tendo dezoito e possuindo minha habilitação.
Pensei tanto que cheguei a sentir um pouco de dor de cabeça.

Resolvi então ir pra casa de uma tia minha que morava no interior de SC, tinha certeza que a mesma iria me receber de braços abertos, fazia algum tempo que não a via, ela era do tipo de pessoa que você conhece e quer levar contigo pro resto da vida.
Arrumei minhas coisas numa mala pequena, me arrumei, fui até o quarto da minha mãe e disse o que tava acontecendo pra ela, a mesma por saber de tudo me apoiou.
Antes de sair do quarto dela a ouvi falar baixo...
--Não fuja do incerto... Ah, e outra, se você reprovar outra vez eu te deixo de castigo.

--Tenho dezoito, Bay...

Desci, peguei o carro na garagem e parti... Olhei pra casa dele e tudo parecia calmo, provavelmente todos da casa ainda dormiam.

Duarante a viajem as palavras da minha mãe não saiam da cabeça, o que será que ela queria dizer com aquilo? Não fuja do incerto?
########

Quase um dia inteiro de estrada, ao longe se via a casa, um recanto rodeado por árvores enormes, era quase noite quando parei o carro em frente a varanda e uma senhora saiu de dentro.

Saí do carro e andei até onde ela estava, a mesma ja me esperava de braços abertos.
--Oiii tia...

--Oi meu lindo, quase nem acreditei quando sua mãe ligou me avisando.

--Ah então foi ela, tinha achado estranho a senhora me esperando assim.

--Ela não era nem louca de me deixar sem saber de nada, aquela filha de uma rapariga me conhece bem.

Continua...