5° Capítulo

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--Ah não Luciano... Eu quero ficar sozinho, não quero conversa por enquanto...

Eu não o queria por perto... Eu precisava ficar sozinho...
Eu tinha que ser forte...
Eu necessitava de um tempo...

--Porque você quer complicar as coisas?...

--Eu? Luciano... Põe na porra da tua cabeça que nós não podemos ficar fazendo isso, é errado...

--Agente não consegue mandar... Esquece...

Ele simplesmente me olhou e saiu, me fazendo mais uma vez ficar imerso em pensamentos.
O que ele pretendia dizer?

--Me dê uma luz Senhor... Limpa meu coração, tira esse aperto forte que eu sinto.

Tudo parecia cada vez mais complicado, quanto mais eu fugia mais as coisas pioravam.

--Era só o que me faltava...

Respirei fundo, mas mesmo assim faltava ar no pulmão...
Aquele aperto no peito...
Foi aí que comecei a me ver num pôço fundo, cada vez mais escuro.

Chorar ja adiantava, só me fazia piorar cada vez mais.

Olhei pro alto da cachoeira e vi uma pedra grande que parecia bem firme, apesar de que uma correnteza a empurrava a todo momento pra baixo, ela parecia não querer ceder, ou talvez fosse apenas a "vontade" de permanecer alí.
**********************

Um vento frio percorreu por todo o meu corpo, me vi dentro de uma floresta e ao longe dava pra ver a aluz... Tão forte...
Corri e de nada adiantou, estava ficando cada vez mais longe...

--Marceloooooooo....

--Diogo?

--Meu amoooor...

Senti meu coração pulando, uma alegria tinha se formado dentro de mim. Caminhei novamente na direção da luz e a mesma levava até um campo coberto por flores amarelas.

--Diogoooo

Foi em vão, não o vi e muito menos o ouvi, estava sozinho outra vez.
Começou a chover e um odor forte se alastrou no ar... Passei a mão no cabelo e vi sangue...

**********************

Acordei assustado, o coração quase saindo da boca...
--Que sonho foi esse?

De imediato me veio a imagem do Diogo, ele ria...
E la estava eu mais uma vez com o famoso aperto no peito...

Uma vontade imensa de voltar pra casa me cercou...

Já estava começando a escurecer, precisava voltar pra casa e pensar no que iria fazer.

No caminho de volta tive a sensação de estar sendo vigiado, meu corpo inteiro arrepiou, comecei a ficar com medo, tentei correr mais minhas pernas não me obedeciam, ainda sentia um pouco de dor por conta da noite anterior, porem, não era isso que me impedia de correr. Até que em determinado momento eu parei e fiquei olhando pra todos os lados, não senti mais nada desde alí, quem quer que fosse não estava mais por la e eu me senti aliviado por isso.

******************
--Menino... Onde você tava? eu estava começando a ficar preocupada com você...

--Calma tia, fui apenas dar uma volta, espairecer um pouco.

--Da próxima avise.

--Tudo bem... Eu prometo que aviso.

Andei na direção do quarto e ao entrar me deparo com o Luciano pelado outra vez... Ele parecia fazer aquilo de propósito.

Fingi que não tinha visto nada e fui direto pro banheiro, tirei a roupa e entrei debaixo do chuveiro. A água morna fez com que meu corpo relaxasse.

Eu estava tão frustrado por tudo... Parece até exagero, mas não é.

Terminei o banho e quando ia saindo do banheiro ouvi o Luciano conversando com alguém pelo telefone, ele parecia irritado.
--Depois a gente conversa Gabriela, agora não... Tchau.

Foi então que resolvi brincar um pouco, iria dar o troco no mesmo, tirei a toalha que estava envolta da minha cintura e sai do banheiro nu fingindo estar enxugando o cabelo.

Ele pareceu assustado com a minha atitude, mas ficou calado. Fiquei de costas pra ele, abixei e fiquei de joelhos sentado em cima das pernas, aquele era o meu momento.

Ouvi ele respirando fundo, sabia que ele estava se controlando, mesmo me vendo daquela forma. Resolvi então continuar nu, me deitei no colchão de bunda pra cima, dei uma leve empinada e fingi estar tentando dormir.

Iria mostrar que eu poderia controlar a situação totalmente a meu favor.

--O que você pretende com isso? Quer me deixar louco por acaso?

Não rescondi, apenas rebolei bem de leve...

--Da pra parar?

Dessa vez eu dei um leve gemido...

--Depois não diz que eu não te avisei...

Percebi que ele tinha levantado da cama. Ele estava se aproximando, e eu permiti essa aproximação.

--Não adianta mais fugir... Eu não deixarei... Te quero pra mim, pelo menos um pedaço, uma única parte...

Continua...

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