Lágrimas De Sangue

A biblioteca

Foi fácil entrar, só precisei olhar no fundo dos olhos do recepcionista e falar que ele iria me deixar entrar e puf! Como um passe de mágica ele me liberou.
Ah, como eu adoro esses poderzinhos legais.
Fui passando de andar em andar para achar as salas de transfusão de sangue, mas eu não pensei que seria tão difícil assim.
Quando cheguei na porta da sala, vi todo aquele sangue e meu lado "assassino" quis dominar meu corpo. Mas eu me controlei, não poderia machucar mais ninguém, não era da minha natureza isso, bom poderia até ser, mas eu não queria fazer mais ninguém sofrer por minha causa. Essas coisas me deixam confusa.
Fui andando mais um pouco até chegar no depósito de bolsas de sangue. Peguei o que cabia na minha mochila e sai pela janela do hospital voltando correndo para casa.
Coloquei as bolsas em um freezer que ninguém usava mais, que ficava no sótão da minha casa. Usei uma extensão para ligá-lo na tomada, e não tinha problema dele ficar la, pois a única forma de chegar no sótão era pelo meu quarto e ninguém entrava nele.
Peguei duas bolsas de sangue e coloquei em uma bolsinha térmica dentro da minha mochila, como já estava na hora, fui para a biblioteca, Karl já estava esperando na porta.
- Oi - Ele disse me cumprimentando.
-Ei - Respondi.
-Então, o que nós estamos procurando exatamente? - Karl me perguntou entrando na biblioteca
- Bom, no diário que o vampiro me entregou falava sobre livros de feitiços, chamados Index Librorum Prohibitorum, que foram proibidos pela Igreja Católica de 1948 a 1966 e ficavam no porão dessa biblioteca. Talvez nós consigamos entrar lá e pegar esses livros.
- E no que isso ajudaria a Steph?
- Além de livros de feitiços, lá também tem livros auto explicativos sobre os acontecimentos sobrenaturais.
-Entendi. Então vamos rápido porque já está quase na hora de irmos para a casa da Steph. - Ele respondeu.
Entramos na biblioteca e fomos para o porão. Havia muitos livros lá, mas conseguimos achar aqueles que nos interessavam.
Pegamos os livros e fomos anotá-los na nossa conta.
- Gostam de coisas sobrenaturais? - Disse a moça da recepção quando viu os livros que nós pegamos.
- É para um trabalho de escola. - Respondeu Karl rapidamente.
- Não precisam mentir. Eu sei o que vocês são. Foi muito descuido de vocês encostarem a mão na minha quando entregaram os livros. - Ela respondeu sem tirar os olhos da mesa.
- Eu..Você não vai contar para ninguém não é? - Eu respondi, sem saber o que falar.
- Não, claro que não. Mas se precisar de alguém para fazer seu anel do sol, pode contar comigo. - Ela disse nos entregando o livro e fazendo sinal para o próximo da fila passar.
Fiquei espantada com a habilidade da moça. Será que ela era uma bruxa? Eu precisava descobrir tudo o que estava acontecendo nessa cidade naquela noite, e não poderia dar nenhuma trégua de ficar encontrando em quem eu não confio.
Chegamos na casa da Steph as 16:40hrs, mas já estavam lá a Sophie e o Peter.
Entramos na casa e fomos direto para o quarto da nossa amiga.
- Oi Steph - Eu disse indo abraçar minha melhor amiga.
- Oi, é melhor você não encostar em mim. Não quero ver mais coisas hoje.
- Vish...Tá tão ruim assim gente? - Karl perguntou
- Nossa, ela está assim desde cedo. - Disse Sophie.
- Olha, eu trouxe alguns livros que podem te ajudar a entender o que você esta passando. Eu também estou passando por mudanças, o Karl também passou. - Respondi tentando anima-la
-Mudanças? Quais mudanças? - Sophie e Steph perguntaram.
- Bom, não sei se é uma boa hora. - Respondi olhando para o Karl.
- Deixe eu contar a minha história - Disse Karl animadamente mandando nós cinco fazermos um círculo sentados no chão - Bom, vocês podem não acreditar, mas todas palavras que eu vou falar aqui são verdadeiras. Ano passado eu estava com muitas dores, fui no médico e tudo mais, mas não adiantou. Até que no final do dia a lua cheia começou a brilhar no céu e eu me transformei em um lobisomem.
Sophie, Steph e Peter começaram a rir.
- Gente ele não está brincando! - Eu disse séria. - Ontem eu vi ele em forma de lobo.
- Gente - Disse Sophie nervosa - vocês estão brincando com a gente, né?