Damon

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- Então.... Eu amo vocês! - Disse Peter nos abraçando.

- Eu também. - Eu disse correspondendo ao abraço.

Ficamos assim alguns minutos até termos que tomar uma decisão. O Damon estava a um quilômetro de nós.

Concentrei apenas nos meus pensamentos. Precisava fazer aquilo. Minha vida estava de cabeça para baixo por causa do Damon. Ele havia me matado em eras passadas, em setembro aquele ano de 2007 eu havia virado vampira por culpa dele e agora estou 500 anos sem o amor da minha vida porque ele mandou outros vampiros atrás de nós. Ele precisa pagar por tudo que fez meus amigos passar, por tudo que fez o Stefan passar, mas pior ainda, ele tem que pagar por tudo que me fez passar!

A indiferença tomou conta do meu corpo. Desliguei meus pensamentos. Eu sabia o que deveria fazer, mas não sentia nada, não sentia dó, nem raiva, muito menos piedade. Há muitos anos quando ele enfiou a estaca no coração ele queria morrer, agora seu desejo vai ser realizado.

Olhei para Sophie ela fez sinal de positivo com a cabeça. Estava pronta. Olhei para o Peter, ele estava falando algumas palavras. Algum tipo de ritual de proteção. Quando ele parou de falar, respirou fundo três vezes e acenou com a cabeça. Karl estava pronto também. Estávamos todos prontos. Era a hora de agir.

O vento soprava frio, e cada passo que nós dávamos era uma sensação maior de desconforto e medo que deveria inundar nosso corpo, mas não chegava até nós. Havíamos desligado nossa humanidade, não sentíamos nada. Ficávamos apenas com olhar de paisagem.

Ao chegarmos na árvore caída vimos nela do desenho do sol, o mesmo sol da caverna e da mesa que pegamos na biblioteca.

Nós estávamos com aquela mesa. Havíamos carregado ela da casa da avó da Stephany até ali, debaixo daquele sol ardente. Respiramos fundo mais uma vez. Aquela sensação de adrenalina que adrentava os corpos dos meus amigos não me afetava. Eu não era incomodada com nada que estava ao meu redor.

Colocamos a mesa ao lado daquela maldita árvore. Cortamos a raiz desta logo acima do símbolo desenhado e repousando-o sobre a mesa sentamos ao redor dela eu, Peter Sophie e Karl.

Peter abriu seu Grimório, e eu peguei as páginas do diário. De acordo com estas nós iríamos precisar do sangue de um humano e do sangue de um vampiro para fazer o ritual. Estávamos de cabeça tão quente que esquecemos de olhar essa parte.

- E agora? Vamos abandonar nosso plano? - Perguntou Sophie.

- Lógico que não. - Respondi como se a resposta fosse óbvia demais.

- Mas, vamos ter que matar uma pessoa Dar. - Disse Karl.

- Qual o problema? Nós tivemos que sacrificar o Stefan não tivemos? Outra pessoa vai ser muito mais fácil. - Eu disse saindo correndo por qualquer direção.

Depois de alguns segundos de uma corrida sobrenatural eu encontrei uma civilização. Eram pessoas simples no meio do nada. Se fosse em um dia qualquer eu sentiria pena deles e não faria o que eu fiz.

- Ei. - Disse a um jovem bonito que passou por perto de mim.

- Olá. Em que posso ajudá-la? - Ele me perguntou.

- Estou procurando a escola municipal, pode me levar até lá? - Perguntei.

- Claro. - Ele respondeu me guiando até uma rua estreita e deserta onde eu seguiria com meu plano.

Quando estávamos no meio da rua eu dei uma rasteira no jovem, que caiu no chão batendo a cabeça.

- Ele desmaiou. Meu plano está dando certo. - Eu disse baixo.

Levei o rapaz até o local onde meus amigos se encontravam.

- O que você fez.... - Disse Karl quando eu cheguei com o corpo do jovem desmaiado.

- Eu estou garantindo nossa sobrevivência se você não sabe Karl. - Eu disse rudimente.

Fiz um pequeno corte no braço esquerdo do rapaz e deixei seu sangue escorrer na mesa. Fiz um corte na minha mão direita e deixei o meu sangue cair na mesa também.

Peter começou a ler o feitiço e aquele sangue todo em cima da mesa começou a pegar fogo. Precisávamos achar também uma tulipa, a nossa sorte é que eu sempre andava com uma na bolsa. Coloquei em cima da mesa e ela começou a despedaçar até virar pó completamente.

Pegamos uma estaca de madeira e colocamos na mesa para completar aquela mistura do feitiço. Quando Peter parou de falar as palavras os itens desapareceram por completo.

Esperávamos algo mais sobrenatural, uma coisa sombria ou algo mais assustador,mas o que vimos não passou de um simples homem completamente acabado implorando por uma gota de sangue.

- Por favor. Eu nunca iria machuca-la mais uma vez, meu amor. - Dizia o Damon.

- Não escuta ele Darfany. - Disse Karl se virando para mim.

- Já acabou com seu showzinho barato Damon? Essas são suas últimas palavras? - Perguntei.

Todos ficaram em silêncio com minha frieza. Não sabiam do que eu era capaz.

- Peter. Continua o feitiço. - Eu disse.

Quando o Peter falou as últimas palavras daquela magia, o sol começou a brilhar mais forte naquele céu. A voz agonizante de Damon adentrava meus ouvidos, mas não incomodava meu coração.

Após matar o Damon eu me mandei de casa. Sem destino, sem aviso prévio, sem mala, só sabia de uma coisa. Depois de 500 anos eu estaria de volta.

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