Capítulo 17

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Harry.

Eu cheguei no Maine bem antes do que eu imaginava. Foram somente três horas de viagem e eu estava contente por ter chegado ainda a luz do dia. Meus olhos cansados denunciavam minha péssima noite. Eu gostaria de dormir mais algumas horas.

Maine era a minha casa. Eu não poderia evitar me sentir mais confortável e aliviado por estar no lugar em que cresci, em que me vi passando por diferentes mudanças, e o lugar que sempre teve o poder de me acalmar. Eu amava isso.

No entanto, desde que a Maria se foi essa cidade perdeu um pouco de sua graça. Principalmente porque tudo ali me fazia lembrá-la. Toda aquela vasta área verde que ela simplesmente amava. Todos aqueles restaurantes, beirando a praia, que nós costumávamos frequentar. Tudo. O Maine era a Maria. E para mim, não tinha dor maior do que pisar naquele lugar sem ela. Sua ausência me machucou durante meses. Todos os dias da minha vida eram dedicados a sua partida. Ao motivo pelo qual ela se foi. Não tinha um minuto em que eu não pensava em tirar a minha própria vida e me juntar á Maria. A minha verdadeira vida. Porém, com o tempo, eu acabei percebendo que deveria fazer jus a sua morte. Então, já não era mais minha prioridade morrer. Eu deveria permanecer vivo para fazer justiça e encontrar o culpado do fato. Essa era minha divida com ela, e não tinha nada nesse mundo que me faria desistir. Não quando eu já estava tão perto de descobrir o que havia acontecido.

Eu dirigi sem rumo por um tempo nas ruas tão conhecidas por mim. Resolvi estacionar para tomar um ar e finalmente relaxar. Liam havia saído de Portland a meia hora atrás, demoraria para que chegasse e pudéssemos conversar. Então eu ainda tinha um tempo vago de qualquer maneira.

Eu saltei do carro e comecei a caminhar pelo comércio. Olhando as vitrines e as pessoas passando por mim. Tão felizes. Tão calmos. Tão serenos. Esse era o poder que o Maine exercia sobre as pessoas. Meus amigos e familiares nunca entenderiam isso.

Resolvi entrar em uma floricultura bem próxima de mim. Eu costumava passar ali pela manhã e entregar a encomenda da padaria que eu trabalhava. A loja não tinha mudado muito, os funcionários sim, no entanto. Eu não me lembrava de nenhum deles!

-Posso ajudar?- Uma voz feminina falou bem atrás de mim. Eu me virei assustado.

-Não. Na verdade, eu já estava de saída. -Eu falei.

A menina sorriu para mim e se desculpou pleo incomodo.

-Você é Harry Styles?- Ela perguntou quando eu já estava na porta.

Eu franzi o cenho e engoli em seco. Como? Como essa garota sabia o meu nome?

-Como é que voc-

-Eu vi a sua foto no jornal. E você sabe, todos aqui comentam sobre isso. Sinto muito pelo que aconteceu. Ela era muito bonita. - A garota falou sem graça. Ela sentia pena. Que ótimo.

-Obrigado.-Eu me vi respondendo.

Que diabos? Em outros tempos eu teria gritado e sido rude com qualquer um que sentisse pena de mim. Mas eu simplesmente agradeci. O que estava acontecendo?

Eu me apressei e saí da floricultura, derrubando uma lágrima logo em seguida. Céus! Isso precisava parar.

[...]

Ao final de tudo, Liam estava atrasado e eu fiquei um grande tempo perambulando pela cidade.

Eu bufei e continuei a encarar a praia a minha frente, e fui interrompido por uma mão sendo colocada sobre meu ombro, fazendo um peso absurdo. Liam.

-Eu acho que você deslocou o meu ombro.-Eu reclamei quando ele se sentou.

Ele revirou os olhos e afrouxou sua gravata.

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⏰ Última atualização: Jun 02, 2016 ⏰

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