Pistão

23 0 0
                                    

Apesar de Hugo ter sido um cretino e estragado a minha festa (que estava estragada desde o início) eu não o queria preso. E eu nem sabia quais seriam as consequências para ele, pois ele já passou por um tribunal antes. E o pior de tudo, a Cat estava no meio e a minha mãe teimava em dizer que prestaria queixa contra ela também. O que nos levou a horas e horas de discussão

Amelie: Mãe, pare um pouco para pensar! Essa história não só vai prejudica-los, mas também as suas famílias!!
Mãe: Bom, é culpa das famílias deles, os dois são uns malcriados! Eu nunca gostei dessa tal de Catarina, e gosto muito menos desse Hugo. É até bom essa queixa, pois assim eles vão pensar duas vezes antes de chegar perto de você.
Amelie: Mãe, por favor! Cat passou dos limites, mas ela é a única amiga verdadeira que eu tenho
Mãe: Amiga verdadeira? Amelie essa garota arruinou o seu aniversário! E você sabia que nossos convidados foram roubados?
Amelie: Eu sei mãe, eu sei o que ela fez. Mas por favor, dê uma chance a ela. Aos dois na verdade.
Mãe: Filha, eu entendo você se preocupar com a Catarina, mas porque toda essa preocupação com o Hugo? Você disse que nunca havia falado com ele
Amelie: E é verdade! Mas diferente da senhora, eu estou pensando em Ruan também. Que ficará devastado ao ver o filho receber um baita processo, ou até ser levado para o reformatório!
Mãe: Amelie, eu não tenho nada a ver com isso! Esse garoto que veio fazer confusão, agora que arque com as consequências
Amelie: Mas mãe... Você não acha que seria ruim para a sua reputação? Fazer mal ao filho do banqueiro?

Finalmente consegui tocar em algo nela, despertei o seu interesse em deixar tudo isso para lá.

Mãe: Talvez você tenha razão. Mas ainda assim, eu não vou deixar esse garoto sair impune! Nem ele e nem a Catarina
Amelie: Pense em outro castigo, mas deixe isso de dar queixa para lá
Mãe: Tudo bem, mas vou pensar em outra coisa
Amelie: Obrigada mãe.

Ufa!

Bom, as semanas se passaram, as aulas voaram, nada mais aconteceu (ainda bem). Cat e eu já havíamos voltado a nos falar, mas não como antes. Ela não era a mesma pessoa, e acho que eu também não. Mas eu sentia a sua falta, e muito, acho que ela também sentia a minha, porque ela me fez um convite

Cat: Amy, você quer ir a uma corrida de motos?
Amelie: Corrida de motos? Isso existe?
Cat: É claro! Eles chamam isso de Pistão. Mas é ilegal, só avisando, temos que ser discretas.
Amelie: Eles? Eles quem?
Cat: As pessoas que estavam no seu aniversário
Amelie: Você é muito cara de pau sabia? Quantas vezes eu tenho que lhe dizer: EU NÃO ME METO COM MARGINAIS! E se por acaso você virou uma, me desculpe mas eu não posso mais falar com você
Cat: Tudo bem, agora você vai me ouvir. Eu não falei nada naquele dia porque eu tinha pisado na bola, mas agora eu vou falar. Você é uma fingida, Amelie! Eu sei disso, você sabe, até seus pais sabem. Você não é uma santinha, e eu nem sei porque você se esforça tanto para tentar ser uma. Você vive reclamando que não tem liberdade, que não tem uma vida, que quer conhecer pessoas novas. Pois bem, a oportunidade está na sua frente. Agora se você vai deixar de ser fraca e passar a ser corajosa, aí é com você.

Ela saiu e me deixou pensando em suas duras, porém verdadeiras, palavras. Por um lado ela estava certa, eu precisava parar de falar e começar a agir. Mas acho que essa tal Pistão não é um bom jeito de começar a fazer isso, eu tenho que ir bem devagar.

Passou-se a semana e chegou a sexta-feira, eu acordei as 6:00 e já havia uma mensagem de Cat

Mensagem
Cat: Amy, a Pistão será hoje as 20:00, se quiser ir me avise... Eu e o Luic estaremos lá, um beijo

Bad boysOnde histórias criam vida. Descubra agora