Resgate

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Eu não estava acreditando, tudo estava acontecendo tão rápido! Mas eu não podia me dar o luxo de ficar em choque, ou chateada ou qualquer dessas coisas. Eu teria que agir rápido para impedir que a Cat fosse levada.
Peguei um táxi e em menos de 5 minutos eu já estava na porta da bela casa da minha amiga. Pouco tempo depois, Carmem, a faxineira, abriu a porta para mim.

Carmem: É sempre bom te ver Amelie, mas acho que essa não é uma boa hora
Amelie: Eu sei e é justamente por isso que eu estou aqui. Eu preciso falar com a Larissa e o Daniel
Carmem: Bom, vou perguntar se eles podem recebe-la
Amelie: Ok, obrigada Carmem.

Ela saiu e depois de longos e nervosos 10 minutos, voltou dizendo que eles iam falar comigo, mas teria que ser rápido. Agradeci e a acompanhei até os fundos da casa, onde eles estavam conversando e bebendo vinho.

Amelie: Boa noite
Larissa: Boa noite Amy, sente-se querida e fique a vontade
Amelie: Bom vamos logo ao assunto, nós três sabemos por que eu estou aqui né? Pois bem, saibam que é um enorme erro levar a Cat para uma clínica. Será muito dificil para ela, ela se sentirá sozinha e abandonada, perderá o ano na escola, ficará longe de todos!
Daniel: Olha Amy, eu entendo a sua preocupação, mas quero que saiba que essa decisão foi a mais difícil que eu e minha esposa já tomamos em nossas vidas, e ao contrário do que você pensa, ela foi tomada com calma e cautela.
Amelie: Olha eu sei que vocês estão preocupados com a saúde dela, mas será que não há outro jeito de resolvermos isso?
Daniel: Infelizmente, eu creio que não. Nossa filha está viciada e quanto mais demorarmos para tomar uma decisão, mais ruim a situação dela ficará
Amelie: Eu entendo. Bom, obrigada por ter me recebido. Será que eu posso me despedir dela?
Larissa: Claro, ela está no quarto.

Me despedi deles e subi, bom eu realmente concordava com eles agora, eles tem razão, ela não está no seu estado normal. E por mais que seja uma medida drástica, é a melhor a ser tomada no momento. Ia ser difícil para todos nós, mas com força de vontade ela conseguirá sair da clínica muito em breve.
Subi as escadas e bati na porta de seu quarto, bati uma, duas, três vezes, a chamei, tentei abrir a porta e nada.
O meu coração já estava acelerado, eu a estava imaginando morta la dentro, com vários comprimidos enfiados goela a baixo.

Gritei e chamei a Larissa, o Daniel e a Carmem para que eles pudessem abrir a porta.

Carmem: Não se preocupem, eu vou buscar a chave reserva.

Quando Carmem voltou, Daniel girou a chave no trinco e empurrou a porta, ele entrou com tudo e a Larissa estava logo atrás, muito assustada e apreensiva. Felizmente, ou infelizmente, não encontramos nada lá. A Cat simplesmente havia fugido, não sei com quem e nem para onde, mas uma parte pequena de mim estava feliz por ela ter conseguido sair, mas a outra parte estava tomada por uma preocupação sufocante.

Larissa: Ah meu Deus! O que nós vamos fazer??
Daniel: Eu devia ter imaginado isso!
Amelie: Se acalmem vocês dois! Nada disso nos ajudará a encontra-la. Acho que devemos pensar para onde ela iria
Larissa: Eu não faço a menor ideia, com você aqui e o namorado falecido, não imagino com que Cat poderia estar agora, e certamente ela não está vagando por aí sozinha.

Eu pensei, e pensei e pensei, e vi que estava muito óbvio com quem a Cat estava.

Amelie: Já sei aonde e com quem ela está, vamos logo.

Larissa e Daniel ligaram o carro e eu entrei, no meio dessa correria toda esqueci de dizer para a minha família aonde eu iria, mas como eu não podia dizer que estava numa missão para encontrar a minha amiga drogada, liguei para Babi e pedi para ela inventar algo para nossos pais.

Depois de uns 10 minutos de carro, chegamos na frente de uma mansão lindíssima, acho que era a casa mais bonita de Píer, com exceção a minha, era até difícil imaginar que Hugo moraria ali, cercado por esse portão caro, esse gramado verde e essa aura de riqueza e elegância.

Descemos do carro e tocamos a campainha, uma mulher que eu imaginava que trabalhasse lá, abriu a porta.

?: Boa noite, o que desejam?
Amelie: Ahm... Será que eu poderia falar com o Hugo, por favor?
?: Vou ver se ele está em casa, espere um minuto
Amelie: Ok, obrigada

Ouvi a mulher subindo as escadas e batendo na porta do quarto de Hugo, depois disso não ouvi mais nada e depois de uns 2 minutos, houveram alguns sussurros lá em cima, e a mulher retornou a porta.

?: Desculpe, mas o Hugo não se encontra.
Amelie: Ah sério? Que estranho, pois eu juro que ouvi a voz dele
?: Bom... Ahm... Ele não está aqui
Amelie: Ah me poupe

Empurrei a mulher de leve e entrei na casa, lógico que a Cat e o Hugo estavam lá em cima e lógico que eles não me deixariam entrar por livre e espontânea vontade. Pedi que Larissa e Daniel esperassem lá embaixo, pois a presença dos pais de Cat só a faria se sentir mais assustada.

Subi as belas escadas e me deparei com um corredor quase que infinito, vários e vários quartos que deveriam estar em sua maioria vazios, pois que eu saiba só moram aqui Hugo e seu pai. Eu não sabia qual era o quarto de Hugo, e eu definitivamente não queria entrar no quarto de seu pai por acidente, portanto fiquei calada e esperei ouvir algum som. Depois de 1 minuto, ouvi um barulho de água e arrisquei entrar na segunda porta á direita.

Abri a porta e me deparei com o Hugo sem camisa, usando apenas uma bermuda e a Cat saindo do banheiro, enrolada numa toalha.

Amelie: Achei que você não estivesse em casa
Hugo: O que você está fazendo aqui?
Amelie: Isso é entre minha amiga e eu
Hugo: Sua amiga também é minha amiga, portanto acho que também me diz respeito
Amelie: Tanto faz. Cat, por favor, volte para casa, seus pais estão preocupados.
Cat: Eu não posso Amy, eles vão me mandar para a clínica
Amelie: É tão ruim assim ir para a clínica? Pode ser difícil mas você iria se curar rápido e voltar para nós
Cat: Eu não posso Amy, eu não quero
Amelie: Por favor Cat, pense bem. Acho que você precisa de ajudar profissional

Cat parou de discutir comigo um instante e ficou pensando, ela estava horrível, magra, com os olhos fundos e muito pálida. Acho que no fundo ela estava cansada de resistir, cansada de se virar sozinha e principalmente cansada de sofrer.

Cat: Tudo bem, eu vou falar com meus pais e ver o que nós decidimos
Amelie: Obrigada Cat, sério. Seus pais estão lá embaixo, vai conversar com eles
Cat: Tudo bem.

Ela se despediu do Hugo e desceu, nos deixando a sós

Amelie: Foi muito imprudente da sua parte esconde-la aqui, quando ela precisava de ajuda séria
Hugo: Ela só está sofrendo pelo Luic, e eu também não estou nos meus melhores dias, acho que deixei ela ficar aqui pois eu precisava de alguém
Amelie: É deu para ver que vocês ficaram bem próximos...
Hugo: Como assim?
Amelie: Ora por favor, eu cheguei aqui e ela estava de toalha e você sem camisa, a Cat é linda, duvido que você conseguiria resistir a uma mulher seminua no seu quarto
Hugo: Consegui resistir sim, pois meus olhos estão em outra garota a muito tempo

O clima esquentou do nada e nós dois ficamos nos olhando, ele me lançava aquele olhar penetrante e eu estava sem saber o que dizer, nós dois sozinhos naquele quarto, era definitivamente uma má ideia.

Amelie: Bom então, eu acho que eu já vou. A gente se vê na...

Antes que eu pudesse terminar minha frase, Hugo me puxou para si e me beijou, um beijo intenso, cheio de fogo, saudade, paixão e desejo. Nossas línguas agiam como se pertencessem uma a outra desde sempre, uma de suas mãos fazia calor pressionando minha cintura e a outra segurava meus cabelos com força, eu adorava isso e ele sabia.
Mas depois de uns 5 minutos de beijo, eu pensei "eu já passei por isso antes" e interrompi

Amelie: Não. Eu não vou fazer isso de novo. Eu não vou deixar você me beijar assim e depois você me ignorar como se nada tivesse acontecido
Hugo: Você acha que aquele beijo na Pistão não significou nada para mim né? Eu sei que eu te ignorei depois daquilo, mas foi só o meu jeito de me defender da verdade, porque ela me assustou
Amelie: Verdade? Como assim?
Hugo: A verdade é que eu estou apaixonado por você

Bad boysOnde histórias criam vida. Descubra agora