Sempre

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Como assim? Apaixonado por mim? Eu ainda estava processando a informação, eu sabia que nós tínhamos algo, algo muito intenso e forte. Mas eu também achava que era mais do meu lado da história do que do dele, e em meio a tanta tragédia e confusão, ele ainda me fala isso? Sinceramente, não sabia se ficava feliz ou com raiva.

Amelie: Belo jeito de demonstrar isso, Hugo
Hugo: Você está com raiva? Achei que ficaria feliz em saber disso
Amelie: A alguns dias atrás, talvez. Mas agora eu tenho mais coisa para me preocupar do que com um garoto confuso e esperar ele decidir se gosta de mim ou me odeia. Minha melhor amiga é uma drogada, seu melhor amigo está morto e eu estou prestes a ser deserdada da minha família, então desculpa Hugo, se eu não dei pulinhos de alegria quando eu soube que você gosta de mim.
Hugo: Eu sei que está tudo complicado agora, tanto para você quanto para mim. Ou você acha que é fácil perder meu melhor amigo? Não ter ninguém na cidade que goste de mim, nem meu próprio pai? Saber que a menina que eu gosto me acha um imbecil?

-Eu comecei a chorar. Tanta coisa estava acontecendo ao mesmo tempo. Eu estava tão cansada, confusa, assustada... E só naquele momento eu percebi do que eu realmente precisava.

Amelie: Fica comigo, por favor.
Hugo: Sempre.

E nós ficamos lá, num abraço que teve o poder de curar nossas almas feridas, eu chorando em sua jaqueta de couro, ele afagando o meu cabelo. Eu poderia ficar dentro daqueles braços a minha vida inteira. Porém, a Cat chegou no quarto e o Hugo foi embora, eu ia dormir na casa dela para poder passar o máximo de tempo com ela e me despedir de manhã.

Tive que ligar para Babi e ver como as coisas estavam lá em casa:

Ligação:
Amelie: Ei Babi, como as coisas estão aí?
Babi: Bem ruins! Inventei que você havia ido fazer um trabalho na casa da Pamela, mas nossos pais só fingiram ter acreditado. A cidade toda está sabendo o que houve com a Cat.
Amelie: Bom, então eles vão ter que fingir que acreditaram um pouco mais, vou ter que passar a noite aqui.
Babi: Você está louca?
Amelie: Babi, a situação da Cat é muito mais importante do que eu ficar de castigo por alguns meses, já me importei demais com meus pais por muito tempo, agora vou fazer o que é necessário para mim, e eles que aceitem.
Babi: Acho que você não tem medo de morrer, ou de ser deserdada kkkk
Amelie: Hoje em dia, não. Kkkk
Babi: Estou com saudades, venha assim que possível, por favor. Eu te amo.
Amelie: Irei amanhã cedo, também te amo.

Desliguei e fui dormir, tentei na verdade, mas acabei passando a madrugada acordada e pensando em como a minha vida tinha mudado em tão pouco tempo, muitas coisas boas, muitas coisas ruins, mas acho que a vida é isso né? Estou feliz por estar vivendo, pelo menos.

Chegou as 7:00 da manhã e eu estava com o coração muito apertado, eu nem estava acreditando no que estava acontecendo. O clima na casa de Cat era quase mórbido, seus pais se arrastavam pela casa enquanto preparavam as coisas para sair. A Larissa não parava de chorar, o Daniel estava rodando para um lado e para o outro e eu e Cat estávamos apenas paradas, pensando em tudo e nada ao mesmo tempo.

Nós entramos no carro e após 15 minutos chegamos a uma clínica com aparência de nova, fiquei feliz em ser um edifício bonito e moderno, definitivamente seria bom para a Cat passar um tempo ali, longe de tudo e todos. Eu só poderia entrar na recepção, apenas Cat e seus pais poderiam passar para a ala dos quartos, pois eu não era membro da família, então eu tive que me despedir ali mesmo.

Amelie: Cat.... Eu.... Eu nem sei o que dizer. Só saiba que isso não é uma despedida, você é uma pessoa forte e logo logo sairá daqui, e muito melhor. Saiba também que tudo o que eu fiz foi pensando no seu bem, e eu te amo muito. Foram tantos anos de amizade, tantas coisas passadas juntas... E eu estou muito feliz hoje sabia? Pois eu vejo esse lugar como uma esperança para que eu volte a ter aquela amiga feliz e elétrica que é tão essencial na minha vida. Eu te amo amiga, e não importa o que aconteça, eu sempre vou te amar.

Nós nos abraçamos, ambas chorando e ela entrou com os pais para a ala dos quartos. Eu sabia que os pais dela iam demorar lá dentro, e eu precisava muito ir para casa, então liguei para a primeira pessoa que veio em minha mente.

Ligação:
Amelie: Hugo?
Hugo: Oi Amy!
Amelie: Você parece animado
Hugo: Estou tentando demonstrar o quanto eu gosto de você
Amelie: Kkkk admiro seu esforço, mas esse estilo de Romeu não combina com você
Hugo: É verdade, prefiro demonstrar de outras formas...
Amelie: Ahm... Você pode vir me buscar na clínica?
Hugo: Não era dessa forma que eu queria demonstrar kkkk
Amelie: Bobo kkkk
Hugo: Eu vou sim, em 20 minutos eu chego aí
Amelie: Obrigada

Menos de 5 minutos de ligação e o meu coração já estava cheio de alegria, era impossível explicar o quão bem esse garoto me fazia. É uma coisa louca sabe? Impossível de descrever, é sei lá, coisa do destino mesmo. Passaram-se pouco mais de 20 minutos e Hugo entrou na recepção.

Hugo: Iai, vamos?
Amelie: Vamos

Nos abraçamos e depois subi em sua moto, lembro-me da primeira vez que fiz isso, eu estava apenas de calcinha e sutiã e estava morrendo de medo de cair. Agora, o sentimento de adrenalina era o mesmo, mas o medo desapareceu e deu lugar as minhas mãos segurando fortemente o abdômen de Hugo.

-Estava ventando muito e Hugo teve que gritar para que eu escutasse

Hugo: Então, o que nós somos?
Amelie: Como assim?
Hugo: Bom, eu não paro de pensar em você nem por um segundo, eu parei de comer para vir te buscar quase fora da cidade, eu fecho os olhos e seu rosto vem na minha mente, seu cheiro me segue por todo o lugar, quando nos beijamos é como se todos os beijos que eu já dei antes fossem insignificantes. Isso tudo tem que nos tornar em algo né?
Amelie: Hugo Lopez, é impressão minha ou você está me pedindo em namoro?
Hugo: Sim ou não?
Amelie: O que você acha?

-Nós estávamos na estrada a uma velocidade absurda, o vento nos açoitava e enquanto isso, Hugo gritou tão alto que acho que deu para ouvir da minha casa:

Hugo: Amelie, você quer ficar comigo?

-Gritei tão alto quanto ele, enquanto nós dois ríamos:

Amelie: Sempre!

Bad boysOnde histórias criam vida. Descubra agora