Sejam bem-vindas! Espero que gostem da história tanto quanto eu. É meu xodó desde 2015 (quando eu escrevi ela pela primeira vez), e agora, 10 anos depois, estou de volta para realizar o meu sonho em terminar esse universo maluco que eu criei.
Boa leitura! Comentem muito ❤️
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26 de setembro
A noite era quente, abafada, carregada com a eletricidade de algo prestes a acontecer. O céu, iluminado por uma lua cheia intensa, parecia maior do que o normal, lançando uma luz prateada sobre a cidade vibrante. As ruas estavam cheias de jovens universitários, sorrisos embriagados e vozes animadas que ecoavam entre as construções.
No meio daquela euforia, duas jovens caminhavam lado a lado, imersas em conversas despreocupadas. Uma delas, loira de olhos azuis profundos como o oceano, iluminava-se com a excitação da noite, enquanto a outra, de cabelos negros lisos e olhos sombrios, contrastava com sua presença enigmática. Ambas estavam ali por um motivo simples: diversão.
E foi nesse instante, no cruzamento entre o ordinário e o desconhecido, que algo aconteceu.
Uma sombra se moveu entre os corpos efervescentes da cidade. Rápida. Silenciosa. Como se fosse um mero borrão na escuridão. O vento soprou frio contra a pele quente das garotas, arrepiando-as da cabeça aos pés. Instintivamente, pararam de andar. Os olhos se moveram ao redor, buscando uma presença que simplesmente não estava ali.
Então, no chão, um pequeno panfleto colorido.
A garota loira piscou algumas vezes, franzindo a testa. Aquele papel... Ela não tinha visto ninguém jogá-lo ali. Mas, ainda assim, ele estava ali. Como se houvesse sido colocado para ela.
Abaixou-se lentamente, os dedos tocando o papel macio. Seus olhos deslizaram pela arte chamativa da ilustração—tons vermelhos vibrantes, letras douradas e um nome escrito com floreios exuberantes. "Freakshow – Um Espetáculo de Sangue e Cinzas."
Um frio percorreu sua espinha. E, antes que percebesse, já estava segurando a mão da amiga e seguindo o endereço indicado.
O circo surgiu no horizonte como um devaneio vívido.
Uma grande lona vermelha, erguida contra o céu escuro, tremulava suavemente com a brisa quente da noite. Fileiras de pequenas luzes brilhantes contornavam as estruturas, lançando reflexos hipnotizantes no chão poeirento. O letreiro reluzia dourado e sinistro, como se as palavras tivessem sido entalhadas à ferro e fogo:
Freakshow.
Ao redor, espalhavam-se outras atrações. Uma roda-gigante girava lentamente, sua estrutura de ferro rangendo no ar. O carrossel, estranhamente silencioso, movia-se sozinho—cavalos negros esculpidos em madeira subiam e desciam, como se tivessem vida própria. Havia barracas com jogos duvidosos, sombras se movendo sem dono, sussurros que o vento carregava.
E então, ao centro de tudo, a grande tenda principal. A entrada era decorada por um monstro grotesco de dentes pontiagudos, chifres curvados para frente e olhos brilhantes que pareciam vivos, observando cada pessoa que ousava atravessar suas mandíbulas abertas.
E foi exatamente isso que elas fizeram.
Ao adentrarem a lona rubra, o burburinho dos visitantes ecoava ao redor. O cheiro de incenso doce e algo metálico—ferro, talvez sangue?—preenchia o ar. As velas que iluminavam o ambiente lançavam sombras dançantes, distorcendo as feições das pessoas que se acomodavam nos assentos.

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O circo do horror
FantasyAs cortinas se abrirão, e o espetáculo começará. Mas cuidado... você pode nunca mais sair. Em meio à penumbra, um misterioso mágico comanda o aterrorizante Freakshow, um circo amaldiçoado que cruza fronteiras levando horror e fascinação por onde pas...