A grande expansão

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19 de outubro.

O circo começa de maneira espetacular naquela noite. As pessoas se divertem e vivenciam cada emoção dos números executados no palco. Apesar de já conhecerem o grande espetáculo de horror, era sempre uma sensação avassaladora. Mesmo seguindo quase sempre os mesmos passos, as apresentações sempre traziam novidades. O público era apaixonado pelo horror, fiel ao circo, ao líder e, principalmente, à sua história.

Melanie observa atentamente cada segundo do show, com sua expectativa alcançando o ápice na espera de uma apresentação específica, a de Parker, que a fez criar uma grande expectativa.

E, finalmente, o momento esperado chega.

— Aqui estamos, senhoras e senhoras, com um dos momentos mais aguardados da noite! — Parker aparece com seu smoking impecável mais uma vez. O coração de Melanie acelera instantaneamente. A reação surpreendente de seu corpo chega a incomodá-la. — Que, obviamente, é com a minha deslumbrante presença.

Um sorriso deslumbrante para o público, mas um olhar e uma piscadela especiais para a francesa, que não pode deixar de sorrir de volta.

Parker estende o microfone e logo o solta, fazendo um som alto ecoar pelo salão.

A música começa a tocar, e as luzes se acendem em direção ao palco, revelando vários homens ao redor de Parker. Eram os Espadas, ela tinha certeza, mas não entendia por que os via com seus corpos extremamente musculosos dessa vez. No entanto, eles ainda escondiam seus rostos atrás de máscaras.

Em sincronia com a música, cada um coloca um chapéu escuro na cabeça e inicia uma sequência de movimentos dançantes no palco.

O conceito do circo desaparece naquele momento. Era sexy, vulgar, violentamente sensual, mas ainda assim, exuberante.

Impecável, pensa a francesa. Não conseguia desviar seus olhos um segundo sequer daquele homem. Melanie era uma novata naquele mundo, mas ainda assim, era mulher. Seus hormônios estavam à flor da pele, todos os seus átomos eletrizados confirmavam essa veracidade.

O número dos homens termina, os Espadas saem do palco, e outra música lenta começa. As luzes se apagam e, em segundos, se acendem novamente, revelando outro smoking no corpo de Parker, dessa vez em cor branca, e, incrivelmente, ele usava uma máscara no rosto dessa vez. Ele não fica sozinho por muito tempo, logo uma mulher com vestes brilhantes brancas aparece. Uma cama almofadada estava no meio do palco, e ambos estavam sobre ela. Melanie se pergunta quem poderia ser aquela mulher. Ela parecia conhecer o desenho de seu corpo, mas a máscara a deixava irreconhecível.

Aquele era o momento mais sensual da noite. O casal no palco movia seus corpos em movimentos sensuais que faziam o público vibrar em sintonia. Era quase uma apresentação sexual ao vivo, decorada e musical. Eles se tocavam, se enrolavam na cama como selvagens famintos. Mas ainda era romântico e dançante.

Melanie fica em transe, assim como todos no circo. Nesse ponto, as crianças não estavam mais presentes, era certamente o momento adulto. A hipnose era extrema e irreversível. Ninguém podia escapar. No entanto, a francesa não era inteiramente atingida pela hipnose, pois fazia parte daquele lugar. Mas isso não mudava o fato daquela cena a atrair assustadoramente.

O show enfim termina, com uma troca de olhares inebriante do casal. Que, por um acaso, não dura muito, pois antes das cortinas se fecharem, o olhar de Parker muda de direção. Seu último olhar é especialmente para a francesa de cabelos claros, que devolve o olhar caloroso. Foi o suficiente para fazê-la entender, e ele sentiu-se orgulhoso por conseguir.

Então, as cortinas se fecham.

No dia seguinte, Melanie se levantou cedo, saindo de seus aposentos já vestida para perambular pelo circo. Seu vestido curto e colorido combinava com seus cabelos presos em uma trança, finalizado com o grande casaco de couro emprestado por Parker, o único agasalho que tinha para o frio.

O circo do horrorOnde histórias criam vida. Descubra agora